Refém
O que fazer quando o pensamento está focado em apenas uma pessoa? A mente te torna refém dela, martela a imagem da pessoa em constantes momentos. É difícil controlar... Não obstante, a mente, além de lançar imagens, nos faz lembrar do cheiro, do beijo molhado, da forma de abraçar, do sorriso. É uma sensação de "estou feliz e" puto" simultaneamente, é um labirinto de saída complicada, que vezes te faz suspirar, vezes assustar. Quem dera eu plenamente controlar minha mente, para que assim não te deixes tão presente, impregnada, tão viva nos pensamentos que se tornaram constantes. Mas se eu falar que não gosto de pensar em ti, criaria uma guerra em mim, por saber que na fala a boca mente, mas no peito o coração sente.
Desaba(feio)
É por não querer ser refém de nenhuma palavra que me livro delas. Assim não posso ser considerado negligente nem tão pouco um ser centrado, bitolado ao silêncio ou fadado a meias palavras. Eu nem preciso ser ouvido, nem lido, nem interpretado... Vou falar, vou escrever e vou blefar. Sim, vou blefar. Quero minha privacidade explicita, quero ser espalhafatoso discreto. Mas não posso me negar ao grito, ao sussurro e as letras. Mesmo que não consiga dizer nada. Mesmo que nada que eu escreva tenha clareza. Quantas músicas não possuem rimas? Quantos poemas não estão sob a organização rigorosa da métrica? Quantas pinturas são abstratas? Deixo que elas surjam em minha mente. Que venham de uma experiência de vida, que venham de uma mancada, que venham da interpretação tirada de uma música, que venham do meu olhar ao céu e claridade do dia ou que venham do escuro da noite. Que venham do nada. Mas que venham... Que não me faltem palavras para musicar, para falar ou simplesmente para calar. Elas nunca estarão presas a mim.
A lei do tempo
Em um segundo
Eu não serei mais refém
Se tempo é pouco
Sigo acordado procurando
Alguém que me entenda
Que eu me entenda bem
Que me entenda
Que eu me entenda bem
Os carros correm
Os homens bebem
Os postes beijarão
As luzes piscam
Os outros dançam
Eu me dirijo ao bar
A noite é fria
Quente é o sangue
Eu durmo pouco
E só procurando
Alguém que me entenda
Que eu me entenda bem
Que me entenda
Que eu me entenda bem
O mundo gira
Em um segundo
Eu fico sem direção
São tantas placas
Sinais fechados
Eu durmo pouco
E só procurando
Alguém que me entenda
Que eu me entenda bem
Que me entenda
Que eu me entenda bem
Eu me perdi nesse teu olhar...
podia jurar que já te conhecia de outras vidas,
que nos emanamos pela madrugada de um sábado qualquer numa juventude rebelde e inconsequente de um passado não tão distante.
O teu toque alcançou minha alma, fez refém, entrega inevitável.
Essa tua boca convidou-me a conhecer o perigo da adrenalina e o tesão do proibido.
Eu quero mais é que se exploda as idealizações da minha cabeça.
A bem da verdade é que ando com medo de não amar a tempo.
E agora passo a pensar que esse tempo pode não chegar.
Enquanto isso, deitar no teu peito tem sido a melhor fuga do caos mundano.
Pois aqui é onde sobrevivemos, nossa zona de guerra.
A Felicidade é feita de pedaços,
Momentos,
Tornam-se pinturas,
A pincel,
No meu interior,
Como uma película,
Um filme,
Uma música,
Um som,
Vira e mexe,
Me viram,
Me reviram as lembranças,
O frio na barriga vem,
Como o início,
Revivo,
Recém,
Eu refém,
Não evito,
Só deixo,
Transbordando em versos.
O preconceito e a intolerância religiosa só me mostram reféns.
Reféns de ordens dadas que pensam serem sagradas...
Mas que todos os dias deixam mãos ensangüentadas!
Sabe porque as pessoas parecem mais felizes em vídeos de rede social? Elas estão vivendo, ao invés de ver outras pessoas viverem.
Um arrepio lhe percorreu a espinha, como se ele pudesse ler seus pensamentos, Íris se sentiu vulnerável diante o olhar de Oliver.
Sou escravo dos meus sonhos,
refém da imaginação.
Tenho ilusões me atirando à estaca
cravando-me uma dor...
Acordo, e me vejo em um pesadelo.
Minha mente é um inferno
que controla o meu corpo,
deixando rolar no rosto lágrimas.
Os erros me conduzem ao arrependimento,
e isso apenas me maltrata.
Retrocedo o ponteiro do relogio,
seguindo anestesiado à beira do abismo.
Meu corpo voa pela inexistência,
e a mente me faz retornar.
Sou nada, ou pouca coisa...
Desperdiçando a minha cura,
ou quem quer me curar.
Ao que consta nos autos,
a loucura já não rodeia a mente,
a mente já transpassou a loucura.
Você me envolve e toma meu corpo mesmo sem tocar, como a um mago, enfeitiçando e fazendo-me refém do seu olhar...
Não lido bem com a desconfiança, não sou refém, nem construí um cativeiro, não fico confortável vivendo sobre uma mira que espera um deslize para que eu seja abatido. Sou livre preservo minha privacidade e nem por isso ignoro o respeito.