Recordação de um Morto
Posso trazer lágrimas aos seus olhos e ressuscitar os mortos. Eu me formo em um instante e posso durar uma vida.
O que eu sou?
Uma memória.
Se a memória simula esquecer os mortos, o amor, albergado no coração e sempre à espreita, a qualquer sinal açoita quem sobrevive às lembranças.
Cântico do Calvário - À memória de meu Filho morto a 11 de dezembro de 1863
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, a inspiração, a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Pomba, - varou-te a flecha do destino!
Astro, - engoliu-te o temporal do norte!
Teto, - caíste!- Crença, já não vives!
Correi, correi, oh! lágrimas saudosas,
Legado acerbo da ventura extinta,
Dúbios archotes que a tremer clareiam
A lousa fria de um sonhar que é morto!
“Comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre. Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como quem se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida.
Devemos tentar aprender de cor quem amamos.
Tentar fixar.
Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta.
São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco.
Guardá-las é tão difícil.
Eu tenho um pequeno truque.
Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou mais um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo, fazer as perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma última oportunidade de a resguardar e de a reter.
Funciona.”
Miguel Esteves Cardoso, in As Minhas Aventuras na República Portuguesa
Não se esqueça de mim
Quando me deparei
Suave, fresca, brisa
palavras embaralhadas
Um olhar avisa
Outra aposta perdida
Sem tristeza, espanto ou surpresa
Pois vence o melhor
Rápido os cacos se espalham
Um ponto sem nó
Somos jovens, ainda brilha o sol
Quando pensaria que você estaria perto?
Sob o calor e a noite fria do deserto?
Não me esqueço de uma história sem fim
Sem começo, Que persiste na memória
E agora, sou escória
E então, vai embora
Queria que ao menos nesta hora
Você... Se...lembrasse de mim
Quis um dia no fundo um fim prá isso tudo?
Isso não muda prá você
Aguçadas setas atacam
Fez por merecer
Dói de novo,
prá nunca mais se atrever
Refrão
Preste
Atenção
Utopia
Lágrimas
Acordado
Hora Passa Madrugada
Chibatadas Têm Hora Marcada
Não falei pra você....
Agora deixe o sangue escorrer!!!!!
Fez por merecer
Não vai se arrepender
Deixa o desgraçado apodrecer!!!!!!!!
Deixa ele gritar até morrer!!!!!
Agora deixe o sangue escorrer!!!!!
Há uma porção de referências pessoais à “musa inspiradora”. A propósito, o nome dela está perdido por aí... Preste atenção!
PASSAGEM
O que olha, o olhar do morto fixo no teto,
Pensa no aborto no feto,
No filho que seria o prodígio,
Porque os que vingaram,
Envolveram-se com drogas,
O que pensa o defunto?
Pensa no gerúndio do verbo morrer
Pensa nas coisas que deixou de dizer,
Pensa nos abraços que deixou de dar,
Pensa na esposa que deixou de amar,
Pensa no particípio do verbo finar
O que pensa o finado
No féretro fechado
No pranto caindo de alguém preterido
No pretérito imperfeito
E no mais que perfeito
Do verbo acabar
Acabara bem antes do lapso, do colapso
O que olha o olhar do morto,
Num ponto indeterminado,
Pensa no pigarro, na cirrose,
Pensa no enfisema,
Na cachaça que não mais beberia,
No cigarro, que não fumaria ...
O que olha o olhar do defunto,
Germes, vermes em festa,
Por um novo presunto,
A passagem? Alguma paisagem?
Trevas ou luz?
Ou A singular possibilidade de renascer?
Vaso oco do tempo
Vaso oco do tempo
Dono de todas as cores
Morto de sentimento
Abarrotado do nada
Enferruja caminhos
Desmorona estrada
Vaso fundo do tempo
Mestre da lembrança
Aprendiz na distância
Rígido com as horas
Rico de histórias
Rouco de memória
Vaso fino do tempo
Intransferível
Insubstituível
Indefinível.
Enide Santos 06/01/15
Infelizmente a infancia não é eterna, mas pode-se imaginar outras vidas em outros morros, cheios de flores e crianças a levitar em asas, com sorrisos a circular o perfume das flores. Refazer, refazendo e partindo para outros lugares. Refazer o eu. Quem sabe seres que renascem?Quem sabe seres que nunca morreram dentro de nós? Quantos vivos por lá passarão? Ora, basta um clique de memória, e tudo girará,girará, girará...
Um ritual me trouxe a vida
entre os mortos caminhei
seu amor era única lembrança,
tudo era magico, agora é uma sombra
em agonia sem memorias...
apenas a chuva que cai no meu peito
um intenso vazio me desperta todos dias.
É,fantasmas não morrem porque já estão mortos,mas eles sempre voltam para nos assombrar.As lembranças são meus piores fantasmas.
Meus Fantasmas
Vocês estão mortos para mim, vivem apenas em minha memória, preciso deixá-los para trás...
Penso em ir ao cemitério, prestar minhas homenagens, mas sinceramente, você e eu acabamos, não há nada a ser dito nada, nunca mais Quero vê-lo, é demais pra mim, mais do que posso suportar, Quero esquecer Tudo, sobre eu e você. Porquê "nós" nunca existimos, nunca foi real.
Só eu te Amei e pra você, nunca fui nada... Eu só quis que me amasse, quis a nossa família, o nosso bebê... Isso dói cara, e dói pra Caralho.
Dizem que um dia vou superar, não quero superar, quero só esquecer. Não vou permitir que ninguém me magoe como você o fez. A Ana tem razão, vocês não valem nada. E cara, como espero que a lei do retorno, te pegue, e tudo de ruim que você fez, volte para você. Assim, como sei que dias melhores estão por vir para mim...
Não sei como pude pensar, que te conhecia, meu maior erro foi acreditar em você, ainda me culpo por ter confiado em você.
Isso é algo que vive em minha mente, eu nunca vou te perdoar, o que me fez não tem perdão, não quero vingança, mas quero que se arrependa tanto, que viver para você será algo insuportável, será penoso respirar.
Que a cada vez que olhe no espelho não consiga se olhar, sem sentir nojo do que vê ... Se eu pudesse te dizer algo, as primeiras coisas que me vêem a cabeça são: Eu te Odeio e vá para o Inferno.
- 27 de Abril de 2018
Em memória daqueles que não mais estão entre nós.
Carregue no peito apenas as boas lembranças. Livre-se das mágoas, guarde a última dança como um voto de respeito pelos bons momentos.
Que esse dia traga paz para você que ainda sofre. Para você que ainda vive o luto. Para você que desenfreadamente trava uma luta com a aceitação e que ainda não superou os propósitos da partida. Que você entenda que aqueles que se vão, nunca nos deixa de verdade. Que aqueles que dentro de nós habitam, estarão eternizados no nosso convívio.
Mas para você que ainda paira aquele agudo sentimento de adeus que não pôde dar, o que fazer? O que fazer com aquele eu te amo que você não pôde dizer? Aquela pessoa partiu e sequer poderá assistir você realizando seus sonhos. Você programou uma viagem juntos para o próximo mês, e hoje, lamenta não ter feito antes. Seria egoísmo da sua parte querer uma última vez antes da cortina se fechar?
Não, não seria. Também te peço que não culpe a vida por te tirar esse direito. Ela é um disparo que sequer temos tempo de nos preparar para a ocasião. Num dia vocês estão rindo, se abraçando, contando as últimas novidades. Noutro, você está só aos prantos, tentando fazer cair a ficha, e o que restará serão apenas saudades.
Por isso te peço que dê sempre o seu melhor. Que aproveite a presença daqueles que ainda convive.
Que o orgulho e o ego não sirvam - jamais - de pontes quebradas para se afastar. Que o amor seja a principal fonte de conexão e que você seja mais paciente com os que exige um pouco mais das suas qualidades. Dedique verdadeiramente seu tempo a aqueles que você ama para dizer tudo o que você sente no fundo de sua alma. Procure aquela pessoa que você está afastada, e diga o quanto sente sua falta. Que independente dos rumos que tomaram, você ainda cultiva o que há de mais importante, que é o afeto que conquistaram. Não deixe para depois, antes que o depois seja tarde.
E para aqueles que não tiveram a mesma oportunidade; Faça. Ainda que seja através de uma oração.
Não é tristeza, é saudade. É a constante lembrança do que não tem retorno, do quase-morto, do fim, do que não deveria mais ser falado. Mas eu insisto. Eu relembro, eu me mato.
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