Recordação
O que a música faz com as pessoas é algo inexplicável. Sentimentos inexplicáveis, recordações infinitas. Quem dera se a vontade de chegar em um som que realmente toque a alma fosse um desejo de todos e não apenas um interesse comercial e um esforço para alcançar o vento.
Eternamente Namorados
Se as flores lhe trazem recordações
e as estrela te lembra um amor distante,
regue bem o teu jardim, pois, quando
o teu amor voltar, as estrelas vão brilhar,
a lua surgirá sorrindo, e as flores o exaltarão
por toda a noite, ao vê-lo novamente nos braços dela.
E acaba sempre tudo igual
Ninguém esquece no final
E os dias viram só recordação
Você no seu mundinho e eu
Rindo do que aconteceu
Foi só mais uma história de verão
A velha porteira no cerrado
De madeira e de saudade
Compondo verso calado
E da recordação, suavidade
Suspiros ao coração, alado...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
O amor pode até passar, mas as boas recordações eu guardarei num cofre que vocês chamam de coração...
Baú de recordações
Baú de espantos...
Baú de recordações...
Saudades de um passado sem volta
Resgate de um tempo perdido
Sem tristezas
Sem magoas
Pedras no caminho
Tropeços de um crescimento interior
Buscas externas
Procuras internas
Equilíbrio encontrado
Há muito tempo esquecido e adormecido...
Recordações
Hum… cheiro de infância no ar
Pássaros brincam nos fios de alta tensão
Libélulas coreografam o bailado da vida no quintal
Da janela do quarto eu contemplo o visual
O beijo quente do sol aquece a rotina
O azul-celeste envolve minha alma
O cheiro alquímico de café inebria a sala de estar
Tardia é a hora do desjejum matinal
Minha mente vaga entre filosofias
Imersa em velhos álbuns de família
Fotos sépias e outonais
Rasgam o ventre do tempo
Absorta em pensamentos
De mãos dadas com o vento
A criança sorri e se vai
Do livro: Extasiada de Infinitos
O cajueiro
O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado de casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Carybé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.
Luto é...
Luto é um sentimento que arrebenta com o coração
Luto é um choro de saudade de recordação
Luto é sentir que nunca será o mesmo
Luto é ter que dizer adeus
Luto é ver quem ama dentro de um caixão
Luto é saber que nunca vai ouvir a voz de novo
Luto é não poder ver aquele sorriso
Luto é não receber a notificação favorita
Luto é de não poder dizer eu te amo
Luto é saber que o amanhã não estará mais aqui
Luto é uma dor que esmaga
Luto é uma lembrança jamais apagada
Luto é perder alguém que amava
Luto é uma dor que se acalma, mais não é apagada.
Quando alguém mergulha nas próprias recordações, abre uma porta para o passado; a estrada lá dentro tem muitas ramificações e a cada vez o trajeto é diferente. Meus pensamentos voam tentando achar uma explicação e não consigo encontrar. A angústia sufoca o meu coração. Ai me vem a pergunta " porque" Sei que em alguns momentos da vida, alguém especial tem que partir antes de nós. Mas porque ? Tive muitas vezes vontade de mudar, do dia pra noite. Quis acordar e ser outra. Mais acabei descobrindo que a mudança é um processo lento. Muitas vezes ela chega quando menos esperamos, e quando mais precisamos. Em um gesto, uma atitude. Em um dia qualquer pensamos :”Como eu mudei”. Boa noite .
Cada fase de nossa vida nos deixam uma recordação, sejam boas ou ruins.
Tenho muito a contar do passado, e quero registrar o presente bem melhor para no futuro eu mudar de opinião.
para a mãe que já não está entre nós
hoje é o dia de visitar a recordação,
onde a celebração da vida é saudade.
do vazio o meu, parabéns, em oração,
e neste abraço que se faz pela metade,
minha saudação.
nesta data querida, de descontinuidade...
a gratidão, o amor, em contas dum rosário,
de lembrança, de afeto, onde a dor brade.
onde estiver, mãe, feliz aniversário!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
julho
Cerrado goiano
E assim eu sigo...
Transformando instantes em recordações.
Capitando poses e fazendo delas uma saudade.
Tire fotos lindas, guarde recordações perfeitas, mas não esqueça o momento e principalmente, as companhias.
RECORDAÇÃO (4)
Não consigo dormir pensando
Em alguém que marcou a minha vida
Penso nela em todos os instantes
No trabalho, em casa, nas ruas, etc...
Em todos os lugares aonde estou
Todos nós, temos uma fraqueza na mente
Mas o amor no coração é mais forte
Principalmente quando a gente ama
E não consegue esquecer a pessoa amada
Aí o coração bate mais forte
De repente a cabeça queima com o calor da alma
Os olhos começam a brilhar muito
Parecendo as estrelas do universo
A fraqueza que há na mente
Faz esquecermos muitas coisas
Mas as grandes saudades e as doces lembranças
Ficam trancadas no coração pra sempre
Onde há saudade
Há uma lembrança
Onde há amor
Há uma esperança
Recordações são momentos vividos, que quando lembrados, nos aquecem a alma. Mas, também às vezes, a machucam.