Recados para Amigos Íntimos

Cerca de 94 recados para Amigos Íntimos

Censura teus amigos na intimidade e elogia-os em público.

Relíquia íntima

Ilustríssimo, caro e velho amigo,
Saberás que, por um motivo urgente,
Na quinta-feira, nove do corrente,
Preciso muito de falar contigo.

E aproveitando o portador te digo,
Que nessa ocasião terás presente,
A esperada gravura de patente
Em que o Dante regressa do Inimigo.

Manda-me pois dizer pelo bombeiro
Se às três e meia te acharás postado
Junto à porta do Garnier livreiro:

Senão, escolhe outro lugar azado;
Mas dá logo a resposta ao mensageiro,
E continua a crer no teu Machado.

Machado de Assis
Obra Completa, vol. III. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.

O que eu gosto do sucesso é saber que tenho tantos amigos. Um monte de amigos intimos mesmo que conheci desde que entrei para o show business.

Elvis Presley

Nota: Em entrevista

Dobre os joelhos e ore até que você e Deus sejam amigos íntimos.

Quem sou eu?Nem eu,nem meus familiares,nem meus mais íntimos amigos sabem responder a isso.

A Hora Íntima

Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: — Nunca fez mal...
Quem, bêbado, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: — Rei morto, rei posto...
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: — Foi um doido amigo...
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?
Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançara um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: — Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: — Não há de ser nada...
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?
Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?

O amigo é proximidade

É silêncio, palavra idealizada

É um toque de intimidade

Na liberdade que lhe é reservada


Amigo é ternura

É em verdade doce companhia

É parceiro na procura

Cúmplice na alegria...


Amigo é presença abençoada

Anjo que apóia e incentiva

O par ideal para a jornada

Que junto a nós, nos sensibiliza




Amigo é por fim, quase um irmão

Que jamais deixa de nos procurar

É responsável pelo pulsar do coração

Toda vez que ele busca aprender amar...

Eu nunca fiz amigos tentando ser interessante. Todos os amigos mais íntimos que fiz foi porque me interessei verdadeiramente por eles. Me interessei pelo que doía, pelo que o fazia gargalhar, pela forma como banalizava histórias tristes, pelo jeito com que dramatizava fatos aparentemente banais...Todo mundo quando descobre certa receptividade no outro abre seu coração com tamanha generosidade, que fica difícil não fazer o mesmo. Porque a escolha é sempre nossa. A gente se abre, o outro percebe e se abre simultaneamente_ sempre nessa expectativa do encontro. E quando flui, tudo nos parece mágico.Mas depois vem o que fazemos com tanta informação, com aquela confissão, com aquele momento de entrega. É isso que vai solidificar o que quer que tenha começado. E quando isso não é um dom, é um exercício...

Nossa consciência

O seu amigo íntimo é a sua consciência.
O seu júri é a sua consciência.
O espelho da sua alma é a sua consciência.

Podemos representar qualquer papel na vida.
Para um ou para muitas pessoas.
Podemos ser o bonzinho, o feliz, o zangado,
o que não leva desaforos para casa,
o que não derrama lágrimas, o que não dá o braço a torcer.
Mas, na hora em que nos despimos de nós mesmos.
Quando deitamos a cabeça no travesseiro,
quando deixamos os pensamentos tomarem conta do nosso “eu”,
vem aquela verdade que nem sempre é dita.
A realidade que às vezes tentamos esconder…

E por vezes, há noites em que molhamos o travesseiro
com grossas lágrimas da nossa solidão.
Com mágoas reprimidas, desilusões mal digeridas,
separações que não aceitamos até hoje.
A ausência de um ente querido,
a falta de uma palavra de doçura dos pais,
um pequeno gesto de reconhecimento de quem tanto amamos.

Não porque vivemos esperando reconhecimentos,
não é porque buscamos aplausos, nada disso.
É pela simples troca de energias do amor.
Damos amor, queremos receber o amor…

Então, no nosso Tribunal interior,
as vezes nos massacramos, nos inferiorizamos,
e, por isso, durante o dia, ficamos calados demais,
ou damos “patadas” a “torto e a direita”,
distribuímos o nosso mau-humor,
não fechamos com ninguém,
e assim, sofremos…

Mas, eis que a Boa Nova, a alegria,
vem trazendo pela mão um alento,
e vem em forma de doce pensamento.
É quando nos reconhecemos merecedores das conquistas que provocamos.
Quando nos lembramos do tanto que já trabalhamos.

Quando finalmente nos aceitamos do jeito que somos,
e percebemos que temos qualidades.
Que podemos amar tantas vezes quantas forem possíveis.
E que a vida é tão bonita, que podemos enxugar as lágrimas,
secar o pranto e ficarmos prontos para a Felicidade,
que insiste em bater a nossa porta,
todos os dias.

Hoje não é mais tempo de chorar.
É tempo de amar!
De se descobrir e se revelar.
Tempo de ser mais você.

Um amigo íntimo é um dos meus ideais, um dos meus sonhos quotidianos, embora esteja certo de que nunca chegarei a ter um verdadeiro amigo íntimo.

Fernando Pessoa
Pessoa por Conhecer - Textos para um Novo Mapa. Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990.

Valorize um solitário, pois mesmo você não sendo um amigo íntimo, ele te tratará como um irmão!

A procura de Deus começa pelo mais íntimo do ser do interior nosso que somente abrimos ao amigo.

O maior, o melhor e o mais íntimo amigo: Deus.
O melhor exemplo para a Humanidade: Jesus.
O maior milagre: a Vida.
A realização mais bela: a Luz.
A melhor de todas as coisas: a Virtude.
A coisa mais bela de todas: o Amor.
A maior riqueza: a Sabedoria.
A maior glória: a eternidade.
A mais útil das ciências: a Moral.
A virtude mais bela: o Perdão.
A maior de todas as bênçãos: a evolução espiritual.
A maior força: o Bem.
O maior feito: a perfeição.
O mais valioso dos prêmios: a felicidade.
A atitude mais bela: a prática da caridade.
A mais bela polidez: a decência.
O melhor meio: a ordem.
A maior consagração: superar-se no exercício da virtude.
A atitude mais eficaz: o equilíbrio.
O cântico mais sublime: a alegria em servir.
A maior criação: a individualidade espiritual.
A maior vitória: o autodomínio.
O idioma mais belo: o bom pensamento.
A manifestação maior da vida: a imortalidade.
A mais poderosa das convicções: a Fé.
O título mais nobre: `Filho de Deus’.
A sensação mais agradável: a paz interior.
A coisa mais constante: a Esperança.
O pensamento mais belo: o pensamento positivo.
O que mais enobrece: a bondade.
O vínculo mais sagrado: a união com Deus.
A melhor definição para Deus: “Pai Nosso”.
A melhor penitência: a disciplina.
A atitude mais generosa: dar antes de ser solicitado.
O que se deve comemorar: a vitória do Bem.
As pessoas mais necessárias: os pais.
A melhor garantia: a honestidade.
O melhor dos instrumentos: a inteligência.
A pessoa mais venturosa: a benevolente.
A mais bela das distrações: o trabalho.
A virtude mais elegante: a simplicidade.
O que mais liberta: a Verdade.
O remédio mais eficaz: o otimismo.
O mais belo galardão: a indulgência.
A mais agradável de todas as coisas: o carinho.
A atitude mais vigilante: a prudência.
O que mais inspira: a boa-vontade.
O mais belo destino: a predestinação dos gênios, santos e heróis.
A atitude mais inabalável: a não-violência.
A religião mais necessária: o amor a Deus sobre todas as coisas.

Cuidado! O destino é amigo íntimo da ironia.

Não somos mais amigos, não somos mais conhecidos, muito menos, não somos íntimos. Somos dois estranhos, que se cruzaram por aí e que hoje, seguiram suas vidas. Na verdade, ele seguiu a vida dele, enquanto eu, fico parada na rua escura. Não conversamos mais. Não sei se ele passou no vestibular ou se quis entrar na academia. Não sei se ele está feliz como sempre quis, não sei se ele sente. Em silêncio, todas as noites, me pergunto. O que você está fazendo? O que a vida quer realmente de mim?

Sempre se perde no relacionamento íntimo demais com mulheres e amigos; às vezes se perde a pérola de sua própria vida.

Velho amigo, por que você está tão íntimo assim?
Já te disse que não quero conversa.
Já provei que não sou de ter contato com o que me faz sofrer, mas ok, sei que você também precisa de um ombro,
Então pode chorar no meu ombro... Amigo amor!

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

Nota: Trecho de "Versos Íntimos": Link

Meus conhecidos são muitos, meus amigos poucos; os que realmente me conhecem, são menos ainda.

Carta de um índio
(Fernandha Franklin)

Nós vivíamos em um lugar incrível.
Éramos amigos íntimos da natureza e as únicas riquezas que nos interessavam eram as essenciais para se viver: comida, água e um bom convívio.
Não sabíamos que existiam riquezas além disso, e se existiam...essas não nos interessavam.

Nosso único investimento era no fortalecimento do elo que tínhamos com a mãe Terra. A energia com o planeta é que nos elevava.

Tínhamos nossos costumes, rituais e nossa nudez nunca forá um tabu, ou motivo para vergonha.
Foi então, que chegou um povo diferente, que colocou roupa na gente, e nos ensinou a entender sua língua. Pois para que acreditássemos em suas mentiras precisariamos entender suas palavras.

Prometeram nos mostrar o que havia de melhor fora da aldeia (fora de nós) e que também poderíamos ser "homens civilizados". Nos falaram que seus mundos eram muito melhores, e que de onde vinham, a vida era encantada.
Eu acreditei!Até porque, foram eles que me ensinaram no que acreditar.
Eles mentiram!
E foi então que fez sentido as vestes que usavam: era uma forma de esconderem um pouco da mentira que eram.

Troquei tudo o que eu tinha e toda paz da mata...por um quarto velho numa cidade poluída, que agredia meus olhos e ouvidos, e que o homem civilizado, insistia em dizer que fazia parte do meu futuro.
Eu, índio "selvagem". Ele, homem "civilizado". Muitos de meu povo, ainda tentam se manter na pureza e nos valores daqueles dias... mas até lá, o homem levou tecnologia, e esse entretenimento impede meu povo de pensar, como pensavam nos antigos dias.

Eu, índio, triste estou!
Não somente pelo meu povo, mas por todo povo que o homem enganou.
O conhecimento que diziam, era pura hipocrisia...
E toda lembrança da vida do índio, foi substituída por este único dia. Hoje! 19deabrildiadoíndio