Rasgar
Às vezes é necessário rasgar o coração de forma diferente. Acho que quando a emoção fala através das palavras escritas, a verdade é melhor assimilada. Seja ela real ou ficção
Ser real
Se pudesse
esfoliar a alma;
rasgar a roupa,
tirar a fantasia.
Desnudar o corpo.
O que será que sobraria?
Voltar ao ventre...
e em nascente silêncio ficasse
sugando o liquido que somos.
Energia realmente.
A essência!
A fragrância.
Sem casca.
Mudanças e indecisões...
Rasgar tudo? Qual a finalidade de se construir algo para em seguida destruir? Aprendemos ao longo da vida que para construir o que quer que seja, precisamos antes de bases sólidas, muito estudo e dedicação, justamente para que nosso trabalho não tenha sido em vão, que não seja destruído por outras mãos.
Indecisão. Rasgar. Porque motivo rasgaria meu próprio trabalho indo contra tudo o que a sociedade e minha família me ensinaram? Meus questionamentos me levaram às pessoas de conhecimento, que exercem, com consciência, seu papel. Essas pessoas eram meus afins, fazem parte de minha identidade.
E o que é essa tal de identidade?
Identidade é a qualidade do que é idêntico; paridade absoluta; analogia; conjunto de elementos que permitem saber quem uma pessoa é. Na matemática, a identidade é uma espécie de equação ou igualdade cujos membros são identicamente os mesmos, ou igualdade que se verifica para todos os valores da incógnita.
Todos os valores da incógnita. E o que somos? Incógnitas: desconhecido, ignoto, obscuro de nós mesmos, aquilo que estamos sempre procurando saber.
Acontece que essa tal identidade também trás consigo aquilo que temos de pior, às vezes tão óbvio nos outros que mal conseguimos segurar a repulsa, a antipatia, a inveja, nomes dados, adjetivos usados para representar o medo que temos de assumir tudo isso em nós e precisamos mantê-los afastados, em outras pessoas e com nomes assustadores que ousamos usá-los como se fossem agressões: aquele fulano é neurótico, é um recalcado, mas que paranóico!!
Conceitos que passaram a ser, algumas vezes, empregados agressivamente. Utilizando uma máxima comum, que atire a primeira pedra quem não tem tudo isso em si mesmo. Em mim é um comportamento justificável, nos outros é um dedo apontado. A desculpa é sempre a mesma “somos humanos”, como se ser humano representasse um divisor de águas que justifique a teimosia. Na indecisão, talvez fale do ser humano.
Chamaram-me de pretensiosa. Sou mesmo! Até porque pretensão quer dizer ato ou efeito de pretender; direito suposto e reivindicado. Quando mal empregada: desejo ambicioso; vaidade exagerada. E porque não pensá-la como pré-tensão? Um tipo de ansiedade sagrada, nos dando sinais de que algo ou alguém aqui dentro está tentando se comunicar, mostrar alguma coisa, dizendo “tem alguém aqui...”. Esse alguém é a sua identidade.
Neste momento, escolhemos a forma de enfrentar o mundo: algumas vezes utilizamos o adolescente rebelde, audacioso, inconseqüente, relativamente medroso para nos comunicar. Outras vezes nos deixamos fluir do jeito e maneira com que sentimos e pensamos, desarmando escudos e eliminando amarras, rompendo, rasgando com o palco armado pelo cotidiano da sociedade. E há quem escolha representar um papel escolhido por aqueles que julgam saber mais que os outros, e vivem atuando no teatro da vida um personagem que não se encaixa em sua mente.
E há quem passe a vida em completa indecisão. Mais uma vez recaio sobre essa palavra, esse estado de consciência. Indecisão: estado ou qualidade de indeciso; falta de espírito de decisão.
Segundo a psicologia, a indecisão surge nos momentos de insegurança, de baixa auto-estima, falta de embasamento ou medo. Medo do obscuro que somos, do desconhecimento da incógnita, do não saber o que se quer.
Uma pessoa pode ser intrinsecamente indecisa, não conseguir tomar decisões ou fazer escolhas simples e corriqueiras, como que roupa vestir, que sapato calçar ou ainda, se indagar a todo instante “qual o meu estilo?”. Estas pessoas podem se tornar dependentes de outras que possam ajudá-las a ter mais clareza e segurança no momento da decisão. Uma pessoa indecisa tende a recuar diante de situações importantes, com medo de falar. Ou por ignorância, por falta de conhecimento, pois se ajustou ao que lhe foi ditado como certo e errado.
Aquele que ignora segue bulas, mapas, roteiros, scripts, precisa de definições e modelos para se ajustar ao que se chama de normal. O conhecimento está aí para todos, assim como o duvidar.
De modo geral, não se pode dizer de onde vem a indecisão, pois isto depende de uma série de fatores, como estar inserida em um dado momento psicológico de pressão emocional, ou até vivendo um momento emocional que difere de seu cotidiano. Revelamos aí uma significativa imaturidade, pois a sabedoria, a maturidade e a tal da coerência só são atingidas com o tempo, que nada tem a ver com a idade, e sim com a proposta, com o objetivo, com a pretensão que o indivíduo tem para consigo mesmo.
Irrelevante é o fato de que a indecisão pode gerar estagnação, problemas de ansiedade, dependência, introversão e até extroversão como forma de expressar dúvidas e procurar respostas. Ou até mesmo como fuga da realidade.
Não existe um livro para dizer o que é certo ou errado. Enquanto estiver com medo de errar ou de ser diferente, nunca se fará o que deve de fato ser feito. Diante do medo, trabalha-se como louco. Desperdiçamos energia procurando não pensar na decisão a ser tomada, legando a outrem o seu próprio destino, a sua própria identidade. Visto-me de preto porque é a moda, mas não gosto de preto. Uso bordados dourados, é moda, mas sei que não fico bem neles. Perco minha identidade mergulhada no efêmero que não sou eu, pois minha identidade real é permanente.
Pedir conselhos, conversar, trocar conhecimento é uma boa saída. Mas ser coerente e usar a parte dos conselhos que falem com sua essência, fazendo apenas o que saia de dentro de seu eu é a melhor resposta. Quando não sabemos o que é melhor para nós mesmos, tomar uma paulada na cabeça nos ensina o que é ruim para nós, não esconder-se do mundo atrás de rótulos é o melhor caminho para aprender. Sujeitar-se à paulada vai nos colocar no caminho certo. Naquele que não temos coragem de decidir por nós mesmos, sem um leve empurrão da vida.
A indecisão não deixa de ser uma decisão, de se deixar levar, ao sabor do vento, no ritmo da maré, porém, a pior coisa que uma pessoa pode fazer a si mesma, é se afastar do controle de sua vida, terceirizar o seu destino.
Em diversos setores da vida encontramos a indecisão como fator determinante ou justificativo. No zodíaco, por exemplo, o signo de libra é indeciso por natureza, ou, o mais prudente. Signo cuja representação é a balança, libra busca o equilíbrio, harmonia e beleza, porém, a balança sempre pende para um dos lados, e assim, surge a indecisão e a insegurança, por medo de tomar decisões que o tirem da retidão, do equilíbrio.
Como conseqüência da dúvida, surge a decisão. Os homens indecisos são muitíssimo perseverantes nas suas decisões, sejam quais forem as dificuldades, e isto devido à sua própria indecisão, pois se abandonarem a resolução já tomada será preciso que tomem outra decisão. Por vezes são rápidos e eficientes em pôr em prática aquilo que decidiram: porque, receando a todo momento a ser induzidos a abandonar a resolução tomada e voltar àquela angustiosa hesitação e expectativa em que se encontraram antes de se decidirem, apressam a execução e nela aplicam toda a sua energia, mais estimulados pela ansiedade e pela incerteza de triunfarem sobre si próprios, do que pelo objetivo e pelos outros obstáculos que tenham de vencer para alcançá-lo. (Giacomo Leopardi, in “Pequenas Obras Morais”)
A indecisão pode mostrar nossa capacidade de realizar as tarefas que nos são impostas, passo a passo. A dividir energia. A realização depende de bases. Saber estabelecer prioridades é uma arte. Há quem se desespere e procure uma luz em artes divinatórias, em busca de respostas que lhe digam que caminho tomar. No tarô a indecisão surge através da carta Os Enamorados, que nos mostra que para plantar é preciso antes adubar a terra, porque a decisão só surge após o conhecimento. Ou seja, só a conquista de estruturas básicas abre a possibilidade de investir no desenvolvimento de nossas decisões.
A carta Os Enamorados mostra que é necessário olhar mais ao seu redor. Explorar o maior número de oportunidades. E é normal diante de tantos caminhos, sentir-se perdido. Na carta, vemos a figura com os pés no passado e os braços cruzados, numa atitude de meditação, de repouso, de “não agir”. A cabeça voltada para o lado esquerdo, olhando o futuro. Mostrando o momento de buscar bases em atitudes e fatos anteriores ao momento atualmente vivido.
Normalmente a indecisão pode estar intimamente ligada à sociedade em que estamos inseridos. Com regras e moralidades que muitas vezes não cabem a nós. Há pessoas que esquecem de si mesmas em nome de viver uma fantasia de perfeita sociedade. Distanciam-se de seus caminhos. Deixam de seguir seus sonhos, por medo de desfazerem os sonhos que outros construíram para eles. Pela indecisão de viver seu próprio caminho ou o caminho que traçaram para eles.
A verdade, é que somente a você, cabe a decisão sobre o seu destino, sobre ser o que você é. Como disse Caetano: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é”.
A indecisão pode gerar três tipos de pessoas:
Os medíocres do mundo, que não acreditam em si mesmos, que estão satisfeitos com a vida que levam e com o segundo lugar que ocupam.
Os que inventam controles, regras, tarifas, culpas, medos e pedágios para a felicidade alheia. Mas estes estão em extinção.
E há os que são governados pelas próprias escolhas, que escolhem a autenticidade de um guarda-chuva escarlate entre tantos pretos sóbrios. Governados não pelos atos do dia-a-dia ou pelos relatórios do passado, mas pela maneira com que olham o mundo, com os próprios olhos e as próprias crenças, principalmente a crença de que podem realizar grandes mudanças ao se enfrentar os desafios do mundo real.
Às vezes o lugar para onde se escapa é muito pior do que o lugar de onde se escapa. Os indecisos precisam de materiais. Os agentes de mudanças precisam de intuição. As mudanças machucam, mas a indecisão mata.
Hoje penso que se eu conseguir fazer o meu trabalho, me transformar e mudar em mim essa certeza surreal de fazer parte de uma sociedade inserida no caos organizado, já terei feito minha parte.
Efeito dominó.
Eu simplesmente escrevo aquilo que sinto, e levei tempo para retirar a imensa muralha construída em torno desse sentir para que eu pudesse ter coragem de sentir os meus sentimentos, largar a indecisão e rasgar velhos paradigmas. O meu sentir e não o que foi desejado e cuidado para que eu sentisse ou aquilo que está escrito nos dicionários, quer seja etimológico, psicológico, psicanalítico ou o que queira.
Medos. Não existe pessoa que não os tenha, faz parte do instinto de sobrevivência e quando tentamos eliminá-los, destruí-los, aí sim, chega a hora de cortar as amarras, rasgar com padrões, romper os limites. Isso dói e a maestria está em transformar a dor em liberdade. Existe tempo, minutos e segundos preciosos nesse ato de estar amarrado, atado e conseguir se livrar das cordas, das teias.
Nessa passagem tudo se mostra e escolhas precisam ser feitas. E quando estamos livres, depois de comemorar essa liberdade, a primeira sensação que bate é novamente a do medo, da indecisão: e agora? Esse é o processo eterno do conhecer-se. Desamarrar-se da própria corda escolhida, os rótulos daquilo que pensamos saber e ser.
Como você prefere viver? Na eterna indecisão entre o ser você mesmo ou ser o que planejaram para você? Cresça, seja você. Viva e lute por seus sonhos e seus planos. Rasgue a linha invisível que te une ao caos. Decida. Eu decidi.
Penso por mim, logo, existo. Nada menos que isso me interessa.
Rasgo tudo!!! Foi para isso que vim. E você?
Fecha os olhos e Faz de conta
"Faz de conta que se possa rasgar o plástico, relaxa, só faz de conta,
faz de conta que estas químicas estranhas possam ser substituídas por algo doce, como mel ou chocolate,
faz de conta que a poesia possa retirar a opacidade de teus olhos e torna-los cintilantes,
faz de conta que teu alívio e o conforto momentâneos, possam ser substituídos por tormento e desconforto,
faz de conta que as ondas voltem ao teu mar balançando tudo que já julgava firme, estável e seguro,
tenha calma agora,
se solta,
navega comigo,
porque tens medo, se são inseguros teus anseios?
estamos no faz de conta, lembra?
aqui tudo é seguro,
aqui tudo: faz-de-conta,
até o que não temos em conta,
até o que não fazemos conta,
e se quer dúvidas a vida pode lhe oferecer mais,
talvez eu possa com algum esforço, reforçar algumas, criar novas,
para que tentando desvendá-las não lembre-se das horas,
nem das passadas e nem das futuras,
para isso apenas mantenha o foco,
não preste atenção em mim, nem no que tenho escrito,
faz de conta que você encontra motivos na vida, motivos para qualquer coisa,
então...
faz de conta que seu personagem se abraça ao meu,
faz de conta que o tempo parou neste instante,
faz de conta que é amada,
faz de conta que estou escrevendo isso para você...
sério agora: se um dia resolver fazer de conta, faz de conta que faz-de-conta comigo?"
by Mel
Nem com o passar da brisa
Rasgar uma página para fazer esquecer é esquecer que existe memória. A lembrança jamais te deixa abandonar a sua melhor história. Ela entrega todos os seus passos, as mais preciosas pegadas que ficaram na areia e o vento as cobriu. E esquecer de que todos os seus momentos precisam ser lembrados, não para contar história, e sim para escrever. Lembre-se sempre, uma pagina da história da sua vida não pode ser esquecida nem por amor, amando com o passar da brisa.
Eu posso muito bem deletar suas mensagens, apagar teu numero, rasgar tuas fotos, mais o que eu não posso, e tirar você de dentro de mim.
”Pegar toda raiva, escrever tudo no papel. Pegar o papel, rasgar, queimar e esquecer. Pegar um novo papel e começar, mas diferente, um papel vermelho agora, o anterior era amarelo, vai pegar amarelo por que? Por que a mesma coisa? Por que a mesma pessoa? Vamos mudar, vamos tentar…”
Vocês que sentem o coração pulsar.
Rasgar. Sangrar. Doer. Alegrar. Sofrer. Viver e viver.
Eu os admiro bastante e os invejo na mesma medida.
Porque com vocês, há aquela intensidade que ainda desconheço. É claro, existe o medo. Porém não é algo que os impede de sentir.
Vocês não se permitem perecer a medida que as coisas vão mal.
Vocês são sentimentais até a ultima gota, o ultimo gesto, o ultimo suspiro.
E é por isso que a minha admiração vem sempre à frente da minha inveja louca, de querer ser uma de vocês.
De que adianta queimar presentes, rasgar as cartas? Se as melhores lembranças dentro de mim estão guardadas.
Se pode queimar as fotos, se pode rasgar as cartas, mas as lembranças do passado permaneceram intactas.
A morte de uma estrela faz rasgar o tecido do espaço-tempo, deixando um buraco réprobo no Universo, um túnel para o reverso da existência.
Deixa eu despedaçar essas chícaras no chão, deixa eu jogar esse porta retrato fora, deixa eu rasgar suas roupas e me libertar de toda essa dor que me consome, não se assusta com meus gritos porque você ainda não ouviu o turbilhão que tá aqu
i dentro. Deixa eu brigar, porque quem sabe uma hora tudo isso pare de fazer sentido, deixa eu chorar mas não vai embora, assisti meu desespero, não se aproxima mas também não vire as costas, senti comigo tudo isso, se atormenta com meu choro desenfreado e com minha voz embargada. Me entende, me salva do nosso fim, não está nada fechado, ainda dá pra você tentar, diz que é mentira olhando nos meus olhos e me arranca toda essa decepção que ta me roubando a razão. Se estou louca é por sua causa, é você que está me negando o remédio, você é minha cura e você sabe. Me castiga com a pior verdade, me espanca com teus casos absurdos e desenfreados, mas não silencia, não cala diante desse coração rasgado e despedaçado que insiste em acreditar em nós. Deixa eu jogar toda a minha obsessão, meu medo, minha solidão, minha carência na tua cara porque quem sabe meu amor vá junto, e me largue, me solte, me liberte. Meu amor tá surrado, mas ainda é amor... esse amor maltrapilho um dia foi saudável e você se aproveitou dele até a última gota então não o abandone agora, porque é agora que ele mais precisa de você. Me dá motivos pra te perdoar, me faz acreditar que essa crise vai passar, só não deixa tudo isso morrer, só não deixa meu amor sem colo, sozinho numa esquina qualquer, esperando algum outro alguém se compadecer e dele cuidar.
Se jogar fora este bilhete:ME AMA. Se rasgar:ME ADORA. Se amassar:Não VAI ME ESQUEÇER. Se guardar:ME DESEJAS. Se queimar:QUER CASAR COMIGO. Se der para alguém:POR MIM CHORAS. Se rabiscar:GOSTA DE MIM. Se me devolver:QUER UM BEIJO MEU. Se quiser me namorar:DOBRE EM QUATRO E ME DEVOLVA. VALEU!
Sabe aquele sorriso que não suporta mais ficar preso? Aquele que quer rasgar os seus lábios por inteiro? Que quer invadir o mundo e acabar com todo tipo de tristeza? Que tem um jeito único capaz de irradiar tudo? Sabe? Então... ando tomando overdose desses sorrisos repentinos!
Vou engavetar as lembranças, rasgar as fotos e ir ser feliz sem deixar notícias! Cansei do que não me faz bem.
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