Rap
Você tem que ser real com você mesmo. Ninguém está fazendo isso. As pessoas estão muito ocupadas tentando fazer tudo parecer legal e calmo e bonito.
Se emocionou muito, demais, excessivamente, até que a onda passou e o mar não voltou a ser como era.
Não mintam, sou sortudo, eu tenho um bicho na traqueia
Meu boy, eu fiz de tudo, eu tive crise mas matei-a
Já mentalizado que o meu rap dá cadeia
Sossegado e abelhudo, eu fabrico na colmeia
Meu bem, sempre fomos o
Último casal a deixar a pista
A esperança é quem apaga a luz
Do salão depois de varrê-lo
Daqui, as luzes ainda estão acessas
E por tudo que a gente viveu
Acho que a gente ainda merece uma dança
Fica aqui meu convite
A partir de agora deixamo-nos de apresentações,
Porque tudo o que queremos é poder ajudar estas novas gerações.
Então junta-te a nós para poderes evoluir,
e ao mesmo tempo podermos progredir.
A felicidade esta nas nossas mãos,
junta-te a estes manos,
e vais ver realmente
o que é conquistar novos mundos.
Vou-te dizer que somos manipulados por um sistema,
onde para nós sobreviver é um problema.
E agora podes ter realmente uma noção,
do tamanho desta devastação.
Ei família é só para avisar,
que não estou aqui para enganar.
O meu objetivo é poder te ajudar,
para conseguires os teus sonhos realizar.
A revelia
Sou o poeta que escreve seus versos nos muros
artista dos becos e das vilas que declama suas dores e amarguras
sou o filho do meio, de outros tantos, criados a revelia e sem recursos por uma dona Ana ou uma dona Maria...
Na rua sou ligeiro, nem bala perdida me acha
sou rima faceira que combina em seu corpo tempo e espaço, ódio e amor, paz e guerra
sou a linha de frente da guerra, a lâmina da faca, o cano do fuzil
sou o verbo inteiro, vez ou outra partido ao meio, transformado em refrão
sou o mundo inteiro e o meu bairro
e o desespero da mãe quando falta o pão
sou a minha esperança
a ponta aguda da lança - nunca se esqueçam!
Sou o pai de família que acorda todos os dias bem cedo
e segue firme sem pedir arrego, sem desejar vida fácil.
Sou o pretinho longe do tráfico, salvo pelo passinho e pelo futebol
sou a segunda parte do hino nacional que ninguém canta:
a liberdade
os campos verdes
o lábaro que ostentas estrelado.
Sou apenas mais um filho da pátria Brasil com nome de santo
feito outros tantos Silvas nos becos, nos morros, nas periferias
apenas mais um brancopretovermelhoamarelhoíndio e favelado
renegado pelo sistema, vestindo preto por fora e por dentro.
Não estou aqui para agradar,
acredita meu unico objetivo
é poder te orientar.
Segue em frente de cabeça erguida,
basta acreditares em ti,
e tudo dará certo nesta vida.