Rap
Entre a espada e a cruz, nascido da luz e oriundo do céu
Mas não se iluda nem sempre fui puro tive alma revel,
Brinda comigo amigo, ei, o topo é nosso
O mundo é nosso e eu faço o que eu posso
E eu faço o que quero, acordei essa manhã
Escrevendo um som pro Racionais e outro disco pro Audioclan
Tá morrendo inocente e outros nem tanto
Dentro ou fora da lei é o mesmo pranto
É a mesma cor, os mesmos desencantos
Eu conheço a dor do gueto e passo no meu canto
Que saudade dos meus amigos
E do tempo que não volta
E os que tão privados
Uma hora o juiz solta
Tô sabendo das novidades
E eu só queria dar uma volta
Pra esquecer tristeza e tô voltando na revolta
Brincando com o povo de roleta russa
Vem a cavalaria e ainda gritamos na feira, capoeira fuja
Como ver tanta covardia e não ter a poesia suja
Canto a realidade e quem diz que é a política só quer me ver muda
Chave, perigosa
Tô na minha melhor fase
Manda alguém me buscar aqui em casa
É hoje que vou pra sua base
Diz que eu sou muita mídia, muito bandida
E quando some é porque leva uma vida corrida
Que uma mulher como eu não devia tá sozinha
E que de todas eu sou a sua melhor conquista
Pensou que eu tinha me calado porque não ouviu ruídos
Enquanto eu arquitetava em silêncio meu maior grito
Pensou que eu tinha cansado mas nada me para e eu sigo
Nunca esperei que a vida me abrisse as porta
Quantos morreram sem resposta? Não sou mais um
Pintei cicatrizes, memórias, o mundo e suas voltas
As ficha e as aposta, o mar e o rum
Cruzei a cidade sem rota
Pulei obstáculos, me livrei dos tentáculos dessa prisão
Prefiro me ver sempre intacto, longe do que distrai meu foco
E do que me afasta dessa visão
Ninguém aqui vai te estender a mão, não
Pra mim tanto faz, porque o mundo jaz, louca
Pra quem provou o amargo o açúcar é mais doce
A noite é mais curta
E o minuto é mais louco
A paixão é mais pura e o amor é mais fogo
E eu paguei mais que o preço que é exposto
Mas pra não ter a vida fútil de sempre
Acordo com frio, puxo o cobertor
Sei que ela nem viu, mas me sabotou
E logo vem o sol e o despertador
Dizendo que é agora e o dia chegou
Então esqueço o sonho que acordei me lembrando
Pra lembrar dos sonhos que já tenho há vários anos
Quanto tempo eu tenho pra correr e a quanto?
Ah, que saudade do que eu nunca mais vi
No fundo dos meus olhos
Será mesmo que eu me perdi
Pelos meus caminhos tortos
Eu tô cheio desse vazio
Poluído por corpos
Eu não sou daqui
Minha alma é livre
E eu não me comporto
Eu quero minha fé de volta
Verdades manipuladas não são certezas
Pobre mãe brasileira, sem comida sob a mesa
Pobre mãe natureza, estão destruindo sua beleza
No mato se planta, se colhe
No Xingu o peixe se escolhe
Então pra mim isso é perversidade
Fazem o mesmo com os índios, donos dessa terra
Mesmo sabendo que isso pode acabar em guerra
Dos filhos deste solo és mãe gentil?
Isso é só no hino do Brasil
Infelizmente, pra eles dinheiro é o principal
Não percebem que da terra ele é o maior rival
Afinal, cadê a consciência ambiental?
Não sei, mas precisamos de um novo começo
Porque o real progresso também teu seu preço
Abra a mente pra um futuro mais consciente, eu agradeço
Sem saber onde meus passos me levarão
Escolho onde e sigo minha própria direção
Sei que críticas aparecerão
Questão de opinião, tenho opção, poder de decisão
Vou evitar a confusão, buscar evolução
E a música será meu grito na revolução
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