Rap
Não posso me envolver mas já estou mais
Do que envolvido nisso
A tarde fica ensolarada quando você liga
E eu também te ligo
Arrumei caô na quebrada
Da ultima vez que eu passei das cinco
Você não merece mancada
E eu só quero ser o seu melhor amigo
Eu fico um tempão sem te ver
Mas esse amor permanece vivo
Minha noção de amor mudou
Dês de que você surgiu no caminho
Mas é tipo um castigo
Viver com esse desejo contido
Eu passei toda essa noite sonhando
Que você sonhava comigo
Eu quero te levar num voo, junto as borboletas e os passarinhos
Meu tapete é mágico; quem tenta puxar, só pode escorregar sozinho
Faço questão de botar no meu texto
Que pretas e pretos estão se amando
Quente que nem o conhaque no copo
Sim pro santo tamo derrubando
Aquele orgulho que já foi roubado
Na bola de meia vai recuperando
Eu não nego que gosto de ouro, eu não curto levar desaforo
Nesse filme eu sou o vilão, 300, Rodrigo Santoro
Eu enfrento, coragem, eu tomo, me alimento nas ruas e somo
É hora de voltar pra casa
Trabalhador só quer chegar bem
Infelizmente não tem asas
E precisa da ruas e das linhas do trem
A condução está tão cara
Conforto é algo que não tem
Mas o trabalhador encara
Essa rotina sem nunca depender de ninguém
Uma frase muda o fim do filme
À frente a morte
Não ser uma fraude
Abutres aplaudem sob o sol forte
Exalta a humildade só
A vida manda ser forte
Porque eu andei por aí
Colecionando cicatriz
Transformando em pedras
Que ergui numa muralha
Entre o meu coração e o fio da navalha
Pro corte da carne
De qualquer canalha no frio da batalha
Meu globo ocular quase chovia
Mas não posso chorar, eu sou correria
Correndo dos meus sentimentos todo o dia
Será que isso é sabedoria?
Pedi pra Oxalá me prepara pro estrelato
Minha mente tá em 2020, a dos reaça em 64
Não vivo pra deixar grana, eu vivo pra deixar saudade
Liberdade que aprisiona tá longe de liberdade