Rap
Erro
Na vida tento e erro
Não me contento e erro, até que consiga acertar
Me viro como posso
Só não posso entregar os pontos
Até certo ponto
Me sinto um traidor quando desaponto quem confia em mim
Seja lá quem for
Humano como qualquer um, a vida é assim
Muito trabalho, eu me atrapalho
Sei que sou falho, mesmo quando me esforço pra não ser
Sou mais um ser de carne e osso
Vendendo a janta pra comprar o almoço
Mas luto e torço
Pra superar minhas falhas
E pra que migalhas, jamais consigam me aprisionar
É preciso força
Outra visão pra enxergar
Pois quem erra e admite
Conserta o erro, desliga o repeat
Ganha outra chance pra acertar
Admitir que tá errado já é o começo
Tudo tem seu preço, pago tenho o que mereço
E se os erros são meus preciso corrigir sozinho
Colocar o orgulho numa caixa
E abandoná-la no caminho
Não cometer erros iguais
Seguir sem olhar pra trás
Tem muita estrada pela frente
E uma falha não me torna incompetente
Sim! Acreditar que posso mudar, ou pelo menos tentar
Sim! Os tombos da vida nos fazem crescer
E que os meus sirvam também pra você
E vice-versa
Por que agente não escolhe em quem tropeça
Levanta sacode a poeira e recomeça
Perdoar é gentileza é um ato sublime
É viver e permitir que a vida nos ensine
E ela há de ensinar a viver
É minha escola onde não posso faltar
Tenho direito e dever
Por isso uso minha chance pra aprender
Admitir que tá errado já é o começo
Tudo tem seu preço, pago tenho o que mereço
Liberdade
Abra o portão saia da sua casa agora
Grite liberdade do lado de fora
Mobilize a multidão
Organize um mutirão
Espalhe cartazes pela cidade
Saia com spray na mão
Escreva nos muros sem autorização
És livre! Isso é liberdade de expressão
Sem algema, grade ou prisão
Sem opressor, sem opressão
É você quem assina sua própria carta de alforria
Mal contém tanta euforia
É o povo no controle com a chave na mão
Autonomia!
Diria que só preciso do que quero precisar
E por um segundo posso imaginar um lugar
Uma conquista maior, por um mundo melhor
É como dar linha na pipa, deixar ela voar
Descobrir que pra ser livre é preciso libertar
Livre como um poema
Leve como uma pena
Leve consigo apenas o necessário pra missão
Assim começa a revolução
Penso e dispenso o indispensável
Pois sempre penso no impensável
E acredito no inconcebível
Escrevo poesia com tinta indelével
Utilizo as ferramentas disponíveis
Voo livre, passeio por diferentes níveis
Absorvendo conhecimento as grades tornam-se solúveis
E as descobertas incontáveis
O mundo fica pequeno
E os passos largos em qualquer terreno
Conhecer sua história e prosseguir fazendo história
Dou asas a imaginação
Libertário por culpa da situação
Nada me segura com essa gama de cores na mão
Livre como um poema
Leve como uma pena
Leve consigo apenas o necessário pra missão
Assim começa a revolução
Ofício
Tão Renegrado quanto Jorge
Selvagem quanto Dudu
Sem cerimônia tipo Adikto
Convicto que o céu é mais que um infinito azul
Reflito sobre humanos
Infinitos planos
Quando eu e Jota trocamos ideia
Ou com microfone cuspimos palavras que cativam a plateia
Penso rápido no free
Lembrei do Malcon com consideração
Os toca discos tão em boas mãos
Com Dandão, Jack e LD Fli
Fico feliz quando vejo Diaz cantando
Zumba e Sagaz reivindicando
As letras do Alecs
A dança do FM
Paredes tremem com o instrumental que L.Brau produz
Cada um conduz seu saber com eficiência
Cada um em seu ofício
Em sua função, sua resistência.
SK8
Sinais de vela nos bancos da praça
Debaixo do sol enquanto o povo passa
Na city, street, fifith, nollie, nose slide
180 backside, Smith grind
Se equilibrado sobre o carrinho
Mapeando com cautela o caminho
Desvio da pedra, que pode conduzir a queda
Insatisfação e comemoração quando o shape quebra
Rodas e pés deixando rastros por onde passam
Streeteiros caçam, obstáculos naturais que o satisfaçam
E ultrapassam as leis da gravidade
Pra vencer cada degrau dessa cidade
A receita a palavra chave é a descoberta do segredo
Treino e autoconfiança pra vencer o medo
As ruas aguardam manobras
Transições, escadas, corrimões, calçadas
Skate debaixo dos pés
Dirigido por mim, guiado por Deus
As ruas aguardam manobras
Transições, escadas, corrimões, calçadas
Skate debaixo dos pés
Convicção pra executar a manobra com perfeição
Exatidão, calculando salto e a rotação
Suor escorrendo do rosto
Vou ali tomar água no posto
Joelho machucado mas sempre disposto
Diversidade
Esporte e diversão pra toda idade
O lance é dominar o pico
Sem completar a manobra eu que não fico
Por que skatista é sempre um vencedor mesmo sem patrô
Feminino mirim iniciante amador
Trajeto pra que um dia torne-se Profissional
Ser for fun é opcional
Tentativas e mais tentativas
Mentes criativas
Rodas em atrito com o piso
Manobra concluída e um sorriso
As ruas aguardam manobras
Transições, escadas, corrimões, calçadas
Skate debaixo dos pés
Dirigido por mim, guiado por Deus
O Silêncio
A dor reinava enquanto o lamento ecoava
Na calada da noite barulhenta
É o silêncio que canta
A lei afronta
A lua se levanta e sua luz nos aponta
Nos dando o ar da graça
E clima para o movimento na praça
Footwork! Na correria pra ver o dia
Ninguém tem pressa
Alarme, luzes coloridas
Cidadão noturno se apressa
Predador não quer virar presa
Com uma carta na manga pra virar a mesa
Álcool pra quem tem sede
Meretriz pra quem tem fome
Na rua que é só o breu
Alerta sonoro que indica o céu
E preenche um vazio profundo
Regendo o submundo até o raiar do sol
Quando o sol nasce a melodia muda de tom
O silêncio que prevalece
A vida amanhece
E só escuta quem tem o dom
De um lado, cães rangendo dentes, buzinas
Do outro um breu
Regendo uma orquestra em cada esquina
Festa e cama na mesma calçada
Por ali caminha-se ofegante
Alguém filmando da sacada. Flagrante!
Frenagem de carro. Alguém correu
Por um instante, um insigth, um start
Passagem secreta pra um planeta inimigo meu
Paladar, tato, visão, olfato e audição
De fato se embaralham perdendo a função
Ora a escuridão tentando nos confundir
outrora alguém gritando: encosta aí!
Giroflex, luz na cara
Impediu José de se encontrar com aurora
Quando o sol nasce a melodia muda de tom
O silêncio que prevalece
A vida amanhece
E só escuta quem tem o dom
Hora do Show
Sente-se que é hora do show
Plugue seus fones de ouvido
Seja atencioso, mantendo-se envolvido
E ao ficar sem reação escute seu coração, pulsar
Conforme a música tocar
Note, seu sangue circulando melhor pelas veias
Arejando seu o corpo humano
Seu conhecimento ficando maior
Assim a música rapta a mente do ouvinte
Que rapidamente capita a primeira frase da rima
Que se completa com a frase seguinte
Cheio de requinte
O som te torna um espectador
Que cria imagens quando escuta
A vida e uma disputa por espaço no seu crânio
E assim proclamo, total independência com um rap subterrâneo
Fazendo planos em minha residência
Onde bons instrumentais me levam pra longe da terra
Onde a poesia simboliza o ouro existente aqui na serra
Plugados! O céu é o limite
O barulho do vento forma a métrica dos beats
Que me faz flutuar, tirar meus pés do chão
Me leva pra outro lugar, em meio à constelação
De estrelas que brilham de modo diferente
Com magia contagia toda minha gente
Que atenciosamente navega em todas as viagens
Viradas, rabiscos, frases e colagens
Terra que vocês nunca foram
Indiferente da minha Serra banhada de ouro
Onde que sua mente ocupa cada espaço
Possuindo ritmo que torna em compasso
Pés batem no chão
Decibéis balançam minha mão
O grave forte faz pulsar meu coração
Sinto a pulsação de um modo nunca igual
Uma sensação que me tira do normal
Último Drink
Dando um rolê pra ver o que acontece
Aos deuses interiores faço uma prece
Sempre há tempo pra um último momento
Eterno enquanto durar
Antes da luz se apagar
Sombrio como corpo vazio
Tão podre que causa arrepio
Mas que mundo vadio
Morte e vida sempre por um fio
Vagando na noite e sentindo frio
Bati na porta, mas ela não abriu...
A porta não se abriu...
Ela não abriu
Último drink, por favor
Enche meu copo ou me dá um soco
Mas cuidado pra não derramar
Saideira, show de horror
Mais um drink, por favor!
Amantes da Vida
Senti um admirável impulso
Tirei o imprestável relógio do pulso
Desliguei o celular com um martelo
Proclamei um verbo avulso pelo universo paralelo
Colhi fruto do luar que é macro encantador
Descartei o gosto do passado e todo seu dissabor
Grande Vitória hoje terá um bonjour
Na escuridão do ES, Rap com o conteúdo é abajur
Iluminando os caminhos errantes
Bombardeio sonoro, palavras traçantes
Reviravolta, mudança...
Da água para o vinho
Dama, me concede esta dança
Não quero viver sozinho
Te ofereço uma música
Pra finalizarmos com chave de ouro
E antes que fechem as cortinas
Estaremos juntos no velho sofá de couro
Eu, você, a espumante e o estouro
Dois amantes da vida
Curtindo bons momentos da vida
Celebrando a vida
Fazendo valer a existência
Existindo e dando sequência na vida
Desde o ventre ansioso por te encontrar
Feliz ao ver brilhar a luz
Simples pra ser feliz, respirar!
Presenteado com a chance
O nascimento indica o início do romance
Nossas pegadas deixadas
No intervalo entre a chegada e a despedida
Passos de um menino tímido
Jogo no time dos que amam a vida
Há algo mágico no ar
Histórias que escrevo desde o parto
Sei que um dia parto antes mesmo de te entender
Nuvens dançantes sob o sol do entardecer
Você passando e eu cantando você
Morro de amor por ti e continuo vivo
Nem penso em divórcio, tem sempre bons motivos
Momentos bons pra dividir
Meu coração para se a gente se separa
Deixo de existir se você desistir de mim
Dois amantes da vida
Curtindo bons momentos da vida
Celebrando a vida
Fazendo valer a existência
Existindo e dando sequência na vida
Nosso Lar
Periferia.
Longe do centro das atenções
Lutas, derrotas, vitórias
Histórias, escoriações
Paredes sem reboco, telhas de amianto
Abrigam dádivas, dívidas e dúvidas
Aqui num canto do Espírito Santo
Meu acampamento
Um deserto e seus ensinamentos
Onde a correnteza leva corpos, escolhe negros
Afoga planos e enche os olhos de ouro e pranto
Um prato cheio e um posto vazio
Convite luminoso e um final sombrio
Caminhos que se cruzam
Pessoas que se casam
A esperança morrendo
Gente esperando casa
Burocracia e demora, e a vida vai embora
Pobreza gera lucro e a vida vai embora
A vida vai embora
Memória remanescente
Descaso, Luz incandescente
Ilumina a mesa de tecido verde
Que nos contamina
É a esquina que incrimina
Menina mãe, carregando menina
Pra cada treta que termina
Mais duas se iniciam
Comunidades não se diferenciam
Obras sempre por terminar
Configurações estruturais a se modificar
Cada qual nem sempre no seu lugar
Muitas mãos calejadas
Entre tantas mãos leves
Vidas que muito duram
Outras vidas que são tão breves
Recordações, migrações e enchentes
úais, báhs e óchentes
Genes que se misturam
Pessoas que se devoram
Somos eu, você, nós...
Nosso lar, nossa gente.
Moço acorda para a vida
e para de viver nessa ilusão,
como é que podes falar tanta merda
se nunca tiveste noção nem razão.
A vida me ensinou que uma moça é como pedreiro,
Se dá voltas tem outra obra que recebe mais dinheiro,
É preciso saber ser, saber estar e saber fazer para cortar o mal pela raiz que quer magoar o teu mundo,
Só enfrentando as abelhas é que se pode chegar ao mel e provar que o topo é melhor que o fundo,
O que vão nem sempre volta, como eu my nigga, Estou num way para ser eu se quiseres me siga, Quando evitas minhas cenas a minha família só te olha, É minha sombra numa água upss realmente nunca molha,
Para quem fala mal do meu trabalho,
só vos digo inde pro caralh*.
Ei otário não adianta criticar,
sou Real Poeta e vim para ficar.
Nunca confies na mentira que tem perna curta,
porque a verdade é sempre mais astuta.
Um dia vamos todos acabar por morrer,
e não haverá ninguém para nos socorrer.
Ha vida é sempre a mesma coisa,
uns comem a cominha
enquanto outros lavam a loiça.
É para veres que a vida tá uma merda,
por isso vê lá se estudas e aplica-te mais nela.
Então vê se te concentras no teu futuro,
que tenhas uma vida com sucesso
e que sejas muito sortudo.
Tu nunca entenderás a minha maneira de ser,
a sociedade tronou-me na pessoa que tas a ver.
Tudo que eu fiz foi só pensado por mim,
e se me tentares imitar nunca iras de conseguir.
Irei me livrar de tudo que me deixa preso ao chão
Irei gritar o mais alto até perder a respiração
Mesmo estando fraco , com o suor em minhas mãos
Irei enfrentar meu demônios , não vim pra lutar em vão