Rap
Amor, é que faz tempo que cê me ligou
E eu fiquei aqui a procurar
Motivos que justificassem a tua falta
Amor, não é pedindo pra você ficar
Mas se quiser eu nem vou reclamar
Lembre-se que eu tinha dito:
Meu bem, não é do nada que a chuva vem
Enxuga as lágrimas, vai, não temos tempo pra essas goteiras
Vem que eu te mostro o multiverso, somos meras marionetes
Pra quem vê nossas lágrimas e diz
Não ter tempo pra essas bobeiras, veja
Me resta ter destreza pra quando morrer deixar a luz acesa
Bem mais que resgate, é deixar a velha chama acesa
Toda força ancestral pondo a prova nosso discurso
E se pensar se vale o custo, já era, já mudou o curso
Por isso, firme o ponto, cante pelo sangue que derramei
Infinitas vezes a fúria negra ressuscita outra vez
É difícil não se ver tão pessimista
Com tratamento diferente na revista
Árvores do sul, frutas esquisitas
Raízes com sangue da nossa família
Oh, às vezes eu falo com a vida
Complicada quando tá naqueles dias
E ainda assim se mantém linda
É um dom das divas, sempre sair por cima
O tempo me fez ser esperançoso
Mas se o nosso fim é o certo, é um círculo vicioso
Pão e circo até redescobrirmos tudo
E apagará a cultura quando voltarmos ao jogo
O silêncio é a resposta mais
profunda e sensata. O tempo
fecha ferida, mas dor na alma
não passa.
- Jota fs
Quem merece estar com a gente
no tempo bom, são aqueles que
permanecem conosco nas piores
fases. A gente precisa distinguir
os que falam, daqueles que
realmente fazem...
Tentando causar boa
impressão, as pessoas
esquecem quem são.
Tentando iludir, mergulham em ilusão...
Vozes silenciosas falam muito comigo
Entre o bem e o mal, eu vivo em conflito
Pesadelos quentes entre meus cochilos
Dizem que, se esse é meu papel, terei que puni-los
Tô no limite, botando fogo em uma casa inteira
Só pra acender um dinamite.
Já são onze horas e só ora quem não sabe onde se esconder
Não me leve a mal, eu nunca quis ser monge.
Foda-se todo esse ouro e a prata, eu não mereço nem o bronze
Preciso encontrar uma nova maneira pra fazer com que suas garotas vibrem
Santos, sangue, sorrindo a anjos
Enquanto demônios me agridem
Quem dera eu tivesse um coração partido, ainda restariam duas partes
Sem cinto, sinto que eu tô melancólico
Algumas drogas e muito vinho, mas calma, eu sou católico
Estou cansado de ser tão julgado
Às vezes acordo e me sinto o próprio diabo
Pelos versos e formas que eu tenho conjugado
E quanto mais me vejo triste, mais me vejo tatuado