Rachel de Queiroz

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Rachel de Queiroz (1910-2003) foi uma escritora, romancista, cronista, jornalista e tradutora brasileira. Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras.

...da inocência da infância até à velhice extrema, continuará exatamente assim, só atribuindo interesse e grandeza àquilo que está a serviço da sua pessoa e da sua importância.

"A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.

Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?"

"Quem com ferro fere... " E o perigoso bicho homem também já vai virando animal em extinção; é o que acontece com todos os grandes carniceiros: já quase não existem leões no deserto, nem tigres de Bengala; e o mesmo sucederá conosco, que somos os mais ferozes de todos os predadores.

"Cada coisa tem sua hora e cada hora o seu cuidado".

( "Formosa Lindomar" in: "Rachel de Queiroz". Agir Editora.)

...da inocência da infância até à velhice extrema, continuará exatamente assim, só atribuindo interesse e grandeza àquilo que está a serviço da sua pessoa e da sua importância."

(in "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas", Editora Siciliano, 1994. – Fonte: Templo Cultural Delfos)

Felizmente já faz tempo. Pensei que ia contar com raiva no reviver das coisas, mas errei. Doer se gasta. E raiva também, e até ódio. Aliás também se gasta a alegria, eu já não disse?
[...], nada volta mais, nem sequer as ondas do mar voltam; a água é outra em cada onda, a água da maré alta se embebe na areia onde se filtra, e a outra onda que vem é água nova, caída das nuvens da chuva. E as folhas do ano passado amarelaram, se esfarinharam, viraram terra, e estas folhas de hoje também são novas, feitas de uma seiva nova, chupada do chão molhado por chuvas novas. E os passarinhos são outros também, filhos e netos daqueles que faziam ninho e cantavam no ano passado, e assim também os peixes e os ratos da dispensa, e os pintos... tudo. Sem falar nas moscas, grilos e mosquitos. Tudo.

"(...) E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-branca que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos se arrastando e gemendo”.

( in "O Quinze".)

"A piedade supõe uma condição de superioridade e a gente só pode se compadecer de quem sofre mais do que nós".

( in "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas", Editora Siciliano, 1994.)

Distante, do RIo, me sinto um pouco traidora. Como uma espécie de avó que não assiste o próprio parto da filha, não escuta o primeiro choro do neto. Minha obrigação era estar lá, espiando o céu, junto com os outros, interpretando o barulho dos trovões, ou se não houver trovões, apurando o olhar e o ouvido para detectar por outros indícios a tristeza ou a esperança.

Porém recordo que como as folhas de verão, os bombeiros mudam e são substituidos pelas folhas novas

A vida toda é um doer.

⁠Fome demais tira o juízo.

Rachel de Queiroz
O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012

⁠Recordando a labuta do dia, o que o dominava agora era uma infinita preguiça da vida, da eterna luta com o sol, com a fome, com a natureza.

Rachel de Queiroz
O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
Inserida por pensador

⁠Só talvez por um milagre iam aguentando tanta fome, tanta sede, tanto sol.

Rachel de Queiroz
O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
Inserida por pensador

⁠Já era tão antiga, tão bem instalada a sua fome, para fugir assim, diante do primeiro prato de feijão, da primeira lasca de carne!...

Rachel de Queiroz
O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
Inserida por pensador

⁠A gente faz o que pode para não morrer de fome…

Rachel de Queiroz
O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
Inserida por pensador

⁠O fogo, essa chama viva da natureza,
Que pode trazer vida e também destruição,
É um tema que inspira muitos poetas,
Da nossa rica literatura brasileira de emoção.

Como nos alerta o escritor Guimarães Rosa,
O fogo é uma força que não se pode controlar,
E quando se alastra pela natureza,
Pode levar consigo o belo e o raro, sem poupar.

Mas a preservação é essencial,
Como nos ensina a escritora Rachel de Queiroz,
Para que a natureza possa sobreviver,
E manter seu equilíbrio em todo o arco.

A natureza é um bem comum a todos,
Como afirmou o sociólogo Betinho,
E cabe a nós cuidar desse patrimônio,
E garantir que ele seja um bem sem fim.

E como bem disse o poeta Carlos Drummond de Andrade,
O incêndio é uma chama que não se apaga,
E por isso, devemos agir com sabedoria,
Para preservar a natureza e sua paisagem tão rara.

Que possamos seguir o exemplo de tantos escritores,
E agir com responsabilidade e amor,
Para preservar o fogo, os incêndios, a natureza,
E garantir que ela sempre renasça com vigor.

Inserida por romeufelix