Rabiscos
Eu não tenho rótulo para o que escrevo,
escrevo e pronto.
Pego a caneta e rabisco no papel
o que me vem, e como me vem.
Sei que penso demais e nesse exato momento
estou pensando que isso não te interessa.
Necessito que não me leia, mas me sinta.
Sou uma maldita escritora amadora,
que não me conformo em
deixar na cabeça tudo o que ela pensa.
Rabisco tudo, e tudo parece tolo demais
para outro ser humano me ler.
E também minha letra é um amontoado de rabiscos
Não sei o que pensaria se visse.
Não tenho a escrita preguiçosa, eu só acho que
minha cabeça é rápido demais para uma mão alcançar.
Sou uma escritora amadora
e por agora não quero mais falar.
- Mundos
Rabisco o caos das coisas, com cuidado para não me tornar um prenúncio de infortúnio. Nossa atmosfera está ferida por esse caos de coisas, tudo se tornou uma banalização dos princípios mais básicos, não me considero dono de uma única verdade ou mesmo da unanimidade do olhar crítico que em seu mundo confortável apenas aponta o de outras pessoas defeitos, sou apenas uma semente plantada na terra improdutiva da história.
Os mundos paralelos de distintos universo tangem os céus que pode ser visto de qualquer lugar, mas nunca com o mesmo olhar, e toda cegueira possível é instalada no subconsciente dos mundos, e ainda escravizados no contexto alienante se põe lado a lado, ombro a ombro com algozes e bradam aos seus iguais toda diferença possível do que poderia ser chamado de humano.
E caem como uma avalanche destruidora encima de colheitas futuras e continuamente somos apenas sementes, que crescem e evoluem pouco, mas mesmo nesse caos dão frutos, aprendemos maneiras de nos reproduzirmos nos mundos continuamos nas aberturas feitas pelo aço das enxadas e nas erosões causadas na terra já tão desprovida de arado digno, e vamos ali mesmo nos sobressaindo, sobrevivendo.
Um aroma úmido,
um pequeno nada,
exala o singular cheiro de terra molhada.
Composto de chão de terra, britas e
fragmentos do cotidiano.
O perfume da chuva
tem aroma de óleo de sândalo,
restaura lembranças
ao passo que apaga os rabiscos do chão.
Perfuma o vento
no entardecer das cores,
limpa a lousa da calçada e da vida,
hidrata nossa esperança
e restaura nossos sonhos.