Querer bem
Não adianta!
Se vai ser chato, demorado, se vai doer.
Uma hora, tudo passa.
Todo mundo diz isso sem entender.
E é a única certeza temos.
Tudo passa.
Só não pode deixar é a vida passar
sem olhar nos olhos dela,
beijar ela na boca,
pegar ela de jeito,
pedir ela em casamento
e viver ela com vontade.
Mesmo que as vezes esteja chato,
mesmo que seja demorado,
mesmo que a dor seja grande.
Sempre é hora de viver
como se a vida fosse agora.
Por que acredite:
ela é... exatamente agora.
Se está tudo ruim,
tente ver com outros olhos.
Se ainda está ruim,
acalme o coração.
Isso passa.
Vai lá.
Viva o que tiver que viver.
Sofra se tiver que sofrer.
Chore se tiver que chorar.
Sinta.
É pra isso que estamos aqui.
Para aprender que tudo passa.
E passa mesmo.
Mas como eu já disse antes:
Só não pode é deixar a vida passar
sem se apaixonar perdidamente por ela.
Todos os dias.
Na minha varanda entra quem ri de si mesmo
Entra quem é amigo, até amigo de amigo
Entra gente que se importa com gente
Que gosta de dar boas risadas,
de abraços demorados,
de contar e ouvir boas histórias.
Entra de chinelo, de sapato, de pijama,
de tênis, crocs e até descalço - não importa
O importante é vir com o coração aberto
com os olhos iluminados e a alma limpa
Entra quem gosta de ouvir todo tipo de música
de Chico Buarque a Chico Rey e Paraná
Entra pra cantar Fogo e Paixão em inglês
e Reginaldo Rossi em francês
Entra e chega quem não tem hora pra ir embora
Gente que fica contente com a alegria dos outros
Que olha para o barzinho ao lado,
cheio de gente feliz, dançando e fica feliz também
Gente que levanta e dança
que toca, que batuca, que canta
Gente que entende
que a felicidade está na pura e mais leve
simplicidade...
Um dia estarei lá
Provando do interior do teu sonho
Conquistando o verbo amar
Longe do vento medonho
O mundo pode esperar
A nossa realidade prever
O mundo inteiro observar
Felicidade imensa acontecer
Tudo com força e valor
Com paz,felicidade e harmonia
Quando a entrega é feita com amor
Gera frutos de paz e alegria
Quero prestar atenção
Ver com o tempo a mudança
O vosso amor no coração
Sempre trago na lembrança
Tudo na vida possui um ciclo de existência - nascimento, crescimento, doença e morte. Aquele que compreender essa nobre verdade, encontrará a felicidade absoluta.
Por acaso
E como se, sozinho, pudesse mudar o mundo! Pudesse deixá-lo melhor, ou pelo menos próximo do ideal. E como que por instrumentos pudesse navegar pelos céus, legislando em causa própria, sendo prepotente, arrogante, egoísta - como nunca fui, como pensei que talvez nunca viesse a ser. E como se de mim dependessem os mais fracos, e fraco, eu não correspondesse às expectativas.
E a véspera do ano novo titubeasse, feito um bêbado as margens da via observando o fluxo do trânsito - como se previsse um acidente. Mas tudo não passa de um grande incidente... Minha presença neste lugar, tais pretensões, tal ausência. Puro acaso!
Em meio a tudo isso, imerso em meu próprio mundo - mesmo que sem intenção - tive a impressão de que o lugar estava ficando menor, diminuindo, diminuindo-me - não de tamanho. De humanidade talvez! Não sei explicar.
E era como se eu esperasse, só esperasse, sem a pretensão da chegada de alguém, as margens da via, da vida - esperasse. Só esperasse. Assim como quem nada espera, só espreita – arguto amiúde, solitário em uma mesa de bar. E como se esperasse a morte, e só a vida se fizesse presente - nas buzinas efusivas dos carros no fluxo fluido da via, e no Tissss... do gás escapando apressado de dentro das garrafas de cerveja, abertas quase todo tempo.
E como se negasse tal ausência... Insólita, visceral, sobre-humana – meu corpo fosse se desfazendo de sua altivez, fosse perdendo sua rigidez; e meus olhos fossem esmaecendo, perdendo o brilho, se apagando; e suas cores fossem se desbotando, se descolorindo, deixando de ser. E ainda sozinho no bar, eu ouvisse cadeiras sendo arrastadas abruptamente, e ouvisse barulho de vidro tinindo no chão e se partindo em mil pedaços, em pedaços tão minúsculos quanto eu naquele momento. E as vésperas do ano novo, semi-anunciado no céu pelos fogos apressados de alguns e pelas milhares de pessoas bêbadas que surgidas do nada, agora me faziam companhia, abraçando-me, oferecendo-me champanhe e celebrando em voz alta enquanto diziam umas as outras, incessantemente: FELIZ ANO NOVO!
E como em todo fim... Felicidade ou tristeza, prazer ou dor, sorrisos ou choro – com ou sem lágrimas. E assim como em todo fim um reinício, uma nova oportunidade de ser o que se quiser ser – diferente de antes, melhor que ontem! De fazer algo por si mesmo, ou de fazer o mundo pequeno diante de teus mais agudos anseios de mudança. E depois de tudo isso... As pessoas ao redor, desconhecidas entre si (em sua maioria) agora se abraçavam, se curtiam, e pareciam felizes de verdade! Se talvez já fosse ano novo... Mas nada era novo ainda! Nem o ano, nem as pessoas, nada. Eu não entendia o porque de tanta inquietação. Era véspera de ano novo! Véspera.
A tristeza é essencial em nossa vida pois, do contrário, como saberíamos como é a sensação de felicidade...
Não deixe escapar nada, nem os pequenos detalhes, são eles que fazem a grande diferença no final.
LucasBcl
Concluo com um pequeno detalhe que nos falta: compreender que nada nos falta. Entender que felicidade não é algo que chega, que vem, que aparece. Não é uma recompensa, não é uma meta de vida. Felicidade está sempre aqui, nasceu no mesmo dia e hora que você, habita teu corpo desde o teu primeiro momento neste mundo, bem como o amor. Mas não espere que ela grite, cause cena e faça constante barulho de euforia, porque a felicidade, bem como o amor, é faísca. E faísca não faz barulho.
Vem-me, às vezes, um sonho fugitivo e estranho ao pensamento perturbado; Sonho sem medo as sombras do passado, e o futuro me torna pensativo. Por que me faço ao riso alheio esquivo? De onde me vem este ar desalentado? Este fundo pesar inexplicado, esta grande tristeza sem motivo? Não sei... A mágoa obscura que me invade talvez seja somente uma saudade que o mundo vil não pode compreender... Saudade de outra gente e de outra vida, que inda vibra e palpita, dolorida, na imperfeição do meu ser