Quem sabe
Talvez fosse apenas ternura se eu me negasse a te amar. Quem sabe tenha sido apenas aventura, mas hoje eu preciso e quero lembrar.
Quem sabe, o motivo por não encontrares o que procuras é pelo foto de procurar nos galhos, ao invés de procurar nas raízes.
“Somos pequenas granadas de hesitação, não somos? Quem sabe até bombas atômicas implosivas. Flertes impulsivos, cartas que não foram enviadas, quiçá escritas. Somos lençóis de aromas distintos, hálitos, diferentes hálitos. Pra você o céu é vermelho, já o meu um cintilante lilás. E continuamos assim, um camuflado de folhas caídas. Calmaria que esvai junto ao vento. Tão leve... Somos as somas dos erros e as sobras das palavras. Somos o diminutivo de carinho: que não existe. Por que não sermos um? Somos aquelas frases clichês ditas no calor da hora, as malditas risadas durante um beijo. Um furacão que não cessa. Paz que não se acomoda, somos um trilho sem fim que não aceita paradas bruscas dentre as estações. E o que eu faço? Se procuro qualquer rastro teu nos variados desatinos dos querubins, em rostos indiferentes, eu procuro. Descubro então que tenho tratado a dor e não a causa dela, que não encontro a melodia que tanto preciso se não for me arrastando por tua rodovia de quase-estrelas. Até o tempo está me perdendo e parece não se importar. Em todos os sentidos, os opostos, os corretos, os incertos. Não acompanha meus rastros, minhas pegadas num sentido torto ou noutro que eu desconheça. Não se convence de que, por sentir demais, minhas direções se tornaram incontáveis. E era assim, apesar do teu todo ser uma tempestade infindável eu sempre me perguntava como conseguira roubar todo o brilho do sol só para si. Aí, entre as queixas, entre a curva do teu queixo, eu compreendo que também somos criminosos, eu com a selvageria imprudente do coração e tu com as gotas de mal-me-quer escorrendo pela boca disfarçadas de veneno doce. Rodopiávamos na mesma sinfonia, contudo não no mesmo ritmo. Os teus olhos expressavam a pressa, os meus procuravam conforto na eternidade de apenas um segundo. Eu até podia supor que éramos os suspeitos habituais de uma pesarosa mágoa que não traz culpa nem vontade, mas sim voracidade e descaso. Entendi que nossos laços, sanguíneos, sarcásticos, abrasadores não se encontravam nas mesmas vielas. Porque nós somos um camuflado de folhas caídas que correm por veias diferentes. Coágulos de finitos desamores.”
♦ No último segundo de vida a gente pensa em quem?
Quem sabe fazer melhor que você, jamais te critica. Quem critica são sempre aqueles que não fazem nada!.
E quem sabe, se um dia eu ouvir alguém dizer o seu nome, com certeza eu vou lembrar de você, de um jeito ou de outro, mesmo você seguindo sua vida e eu a minha, você fez parte da minha história.
Quem sabe você quis se aprofundar na fábula, pisar mais fundo, ter sido capaz de fazer seu mundo... Faltou coragem e sobrou medo. Agora é hora de arregaçar as mangas, ir à luta, pisar na lama e tentar de novo.
Só sei que hoje eu não sei nada, e daqui um ano também não vou saber, mas quem sabe na velhice eu possa entender, como as coisas passaram de maneira tão rápida, que não pude ver. Tento imaginar o passado com decisões diferentes, referentes a escolhas certas, as quais só pude enxergar hoje. Espero que as coisas melhorem, ou mudem de forma que me mude também. A vida tem tudo pra ser boa, só não posso deixar tudo atoa, pois o tempo voa e eu posso perder.
noites de especialidade:
quem sabe viver e empresta vida
alcança o reino do coração
eu agora entendi tudo
e abandono o nada.
Arqueiro.
Quem sabe um raio apareça
daqueles que vem certeiro
e a população agradeça
a pontaria do arqueiro
se mandar bem na cabeça
do corrupto brasileiro.