Quem quer
Morre lentamente quem não
vira a mesa quando está infeliz!
Nota: Trecho da crônica "A Morte Devagar", publicada por Martha Medeiros no dia 1 de novembro de 2000. Muitos vezes é equivocadamente atribuída a Pablo Neruda.
...MaisO que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? (…) Dizem as escrituras sagradas: “Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir.
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá lá fora
cai macio dentro de mim?
A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira.
Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu acto mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste acto, de uma história superior a toda a história até hoje!
Por que ninguém vê quem eu realmente sou? Vê minhas qualidades, meus defeitos… Eu sinceramente não entendo a sociedade. Elogiam a pessoa, e não enxergam quem ela é por dentro. O problema é que o mundo hoje não valoriza sentimentos, caráter, honestidade, sinceridade, amizade, companheirismo, e muitos outros valores… Simplesmente veem a simpatia na pessoa, veem o lado exterior, e não procuram investigar o que há dentro dela, a pessoa que ela é. Pois é, pena que um simples desabafo como esse não vai mudar o mundo.
Quem te Injuria não te Injuria
Reconsidera o seguinte: quem te injuria não te injuria; quem te agride não te agride; quem te ultraja não te ultraja. Então quem te ultraja, agride e injuria? O juízo, o julgamento, a sentença de quem assim procede contigo - e também a tua opinião sobre o acto de que foste vítima. Assim, pois, quando alguém provocar a tua ira, sabe que essa tua opinião é que irado te torna. Sendo assim as coisas, não te precipites e doma as tuas ideias. Porque segura é uma coisa: se ganhares tempo e pausa a fim de ponderares o acontecido - então, facilmente, serás senhor de ti mesmo.
Somos todos impostores que nos suportamos uns aos outros. Quem não aceitasse mentir veria a terra fugir sob seus pés: estamos biologicamente obrigados ao falso
O que uma lagosta tece lá em baixo com seus pés dourados?
Respondo que o oceano sabe.
Por quem a medusa espera em sua veste transparente?
Está esperando pelo tempo, como tu.
Quem as algas apertam em teus braços?, perguntas mais firme que uma hora e um mar certos?
Eu sei perguntas sobre a presa branca do narval e eu respondo contando como o unicórnio do mar, arpado, morre.
Perguntas sobre as plumas do rei-pescador que vibram nas puras primaveras dos mares do sul.
Quero te contar que o oceano sabe isto: que a vida, em seus estojos de jóias, é infinita como a areia incontável, pura; e o tempo, entre uvas cor de sangue tornou a pedra lisa encheu a água-viva de luz, desfez o seu nó, soltou seus fios musicais de uma cornucópia feita de infinita madrepérola.
Sou só uma rede vazia diante dos olhos humanos na escuridão e de dedos habituados à longitude do tímido globo de uma laranja. Caminho como tu, investigando as estrelas sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu. A única coisa capturada é um peixe dentro do vento.
No mundinho habitado pelas crianças, seja quem for a pessoa que as cria, não há nada que seja percebido com mais clareza, nem sentido com mais profundidade que uma injustiça.
Não importa quem somos. O mais importante é que somos.
O homem traz o universo inteiro dentro de si e a a melhor foma de vivenciar o mistério do mundo é mergulhar em si mesmo.
Só quem passa pelo gelo da dor chega ao incêndio do amor.
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!