Quem
Saudade da verdade, dos amigos, da família, de quem se importa realmente. Da minha essência, das coisas e pessoas que me fizeram ser assim!
O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não
O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração
Tenho pena de quem não sabe ter amigos, nem sabe ser verdadeiro, nem tem um colo seguro para poder descansar as dores.
Quem é você?
Quem é você?
Que me força um olhar malicioso, me seduz, possui com os olhos e consegue me abrir sem que eu ofereça resistência?
Quem é você?
De onde vens?
Para onde vais?
Te peço...
Leva-me contigo?
Moras na inexistência, por isso não existes, não falastes e nem ao pouco me sorriste...
Vais partir sem levar-me.
Porém levarás o que de mais belo para mim existe....
Levarás apenas a lembrança de um sorriso, que aos poucos se dissolverá na inexistência, tua morada fria, infinita e incalculável...
Consequencias
Tenho até dó de quem brinca comigo...eu não consigo odiar, pois ódio e amor são irmãos. Eu ignoro mesmo! Falsidade se paga com Indiferença!
A presença de alguém que se odeia, deixa o olhar vermelho de dor. A ausência de quem se ama, faz o mundo perder a cor.
A Moça Do Sonho
Súbito me encantou
A moça em contraluz
Arrisquei perguntar: quem és?
Mas fraquejou a voz
Sem jeito eu lhe pegava as mãos
Como quem desatasse um nó
Toque seu rosto sem pensar
E o rosto se desfez em pó
Por encanto voltou
Cantando a meia voz
Súbito perguntei: quem és?
Mas oscilou a luz
Fugia devagar de mim
E quando a segurei, gemeu
O seu vestido se partiu
E o rosto já não era o seu
Há de haver algum lugar
Um confuso casarão
Onde os sonhos serão reais
E a vida não
Por ali reinaria meu bem
Com seus risos, seus ais, sua tez
E uma cama onde à noite
Sonhasse comigo
Talvez
Um lugar deve existir
Uma espécie de bazar
Onde os sonhos extraviados
Vão parar
Entre escadas que fogem dos pés
E relógios que rodam pra trás
Se eu pudesse encontrar meu amor
Não voltava
Jamais
Esteja no controle. Saiba quem você é. E não tente ser diferente apenas para ser diferente.
Libera-me
"Livrai-me, Senhor
De tudo o que for
Vazio de amor.
Que nunca me espere
Quem bem não me quer
Livrai-me também
De quem me detém
E graça não tem.
E mais de quem não
Possui nem um grão
De imaginação."