Que não Sinta Vergonha
CHEIRO SEM NEXO
Quando chove em minha casa
Telha exala as horas
Eu não sei que horas são
Em espelhos de janela
Ladro ao primeiro vento que vier
A chinela emborcada
Desde que deitei
Testou minha fé
Ninguém sabe a oração
Se amanhã eu parir só rimas
Minhas metáforas
Adestradas pela vergonha na cara
Virão abraçar as tuas silhuetas
E na mesma cena e palco
Saberá que o equilíbrio ensaboado
Escorregou do meu meu corpo
E foi parar no ralo
Pelos logradouros que passou
Deixou o rastro
Não promete retornar.
Ai, que cheiro que deixou...!
Peço-te desculpa
Isso não tira-me a culpa
Embora tenha me perdoado
Meu juízo é aguçado
Não mereço teu perdão
Eu te sinto ainda magoado
Gentil, como eu quero fugir!
Isso aperta meu coração.
Quanta coisa me envergonha
Não respiro sem pensar
Ela merece todo o ar
Não respiro e penso: disponha
Quanta coisa me entristece
Quero te ajudar, Formiga
Tento ser “a boa amiga”
Que tu me pensa ser
Como isso não me desce…
Quanta coisa me enfurece
Tanto ódio de mim mesma
Ódio, ódio duma resma
Que me descreve, me conhece.
Não direi palavras em vão
Dói-me quando não são entendidas
Como uma bela vista não vista
Meus sentimentos assim não serão.
Não direi palavras de amor
Gasto de coragem que não tenho
Tudo queima cá dentro
E ninguém sente meu calor
Meu Bem, se ouvires de mim
Arengas de meu querer
Não o despeje, por favor
Porque milagre é eu te dizer
Se, a ti, estiver me declarando
Me faça de parvo ou dengo
Mas me faça ser o centro
Porque agora escolhi estar corando.
"Ser visto não é um luxo ou uma simples vaidade, mas uma necessidade visceral que conecta nossa alma ao vasto tecido das relações interpessoais, um desejo inconsciente que, em um mundo saturado de imagens, luta para encontrar significado." – Dan Mena.
"O exibicionismo não é apenas sobre o que mostramos; é também quanto o que esperamos receber em troca: validação, pertencimento, amor ou, talvez, uma tentativa de silenciar o vazio interno." – Dan Mena.
"No ato de se exibir, o sujeito não expõe apenas sua imagem, mas também os anseios mais profundos de serem coletados em sua vulnerabilidade."
Dan Mena.
"Quem se transparece não apenas mostra a carne, mas oferece sua alma para ser julgada, validada ou descartada." Dan Mena.
Não sei se vocês também estão assim.
Mas me sinto a deriva, em meio a uma tempestade política, com um líder irresponsável e insensível em uma pandemia e a dor das perdas dos outros países. Não sou atleta, nem meus amados velhinhos da minha família são.
O que será de nós ?
Não há nada mais imaturo que transferir responsabilidades que são nossas para a conta de Deus ou do diabo ou até mesmo lançar na conta da religião.
Ex:-Estou passando por tal coisa porque Deus permitiu''.
Muitas coisas acontecem por nossa culpa, escolhas, decisões, que no final podem dar errado por serem decisões equivocadas ou precipitadas, tomadas no calor do impulso e assim jogamos nas costas de Deus dizendo que ele quis assim, ou transferindo a responsabilidade pro diabo como se ele tivesse nos carregado e nos obrigado a fazer as coisas.
Da mesma forma que o bem tem um caminho, o mal tbm tem, e quem escolhe por qual caminhar somos nós, livre arbítrio lembra?
Precisamos parar de justificar nossas escolhas colocando sempre na conta de Deus ou do diabo pelo fracasso comportamental.
O coração as vezes nos emociona e nos engana, e a gente acaba fazendo coisas que até Deus e o Diabo duvida, por isso, é preciso parar de sujar o nome de Deus e tomar vergonha. Antes de tomar uma decisão consultemos a Deus pra depois não ficarmos envergonhados e postando lamentações e vitimizando. Seja homem ou mulher, é necessário arcar com as responsabilidades das escolhas e parar de terceirizar as mancadas.
Todo discussão sobre o que as mulheres devem ou não devem fazer, em qualquer sociedade, tem que partir do seguinte princípio:
"Sem útero, sem opinião."
Simples assim.
Quanta gente deixa de fazer algo por receio de errar, sendo que cometer erros não é motivo de se envergonhar, vergonha mesmo é não buscar aprender com eles.
Não consigo viver morno, numa neutralidade covarde. Sei que perdi muitas coisas com isso, mas o que são as coisas diante da alegria de olhar para trás e não ter motivos para se envergonhar dos passos dados?
Não queremos abrir o nosso coração, pois há coisas dentro dele que nem mesmo nós gostamos... e que, nos envergonham e nos entristecem.
Não houve um momento da minha vida em que eu fiz alguma coisa da qual me envergonhasse. Todas as minhas conquistas foram com a minha cabecinha, com o esforço do meu trabalho e a ajuda de muita gente boa.
Você me envergonha.
Não! Não pelo seu erro.
Provavelmente devo ter errado mais que você.
Me envergonha sua insistência em negá-lo, em justificá-lo, em repeti-lo, como se a reiteração convencesse o mundo de que, como ocorre com uma mentira, você estivesse certa.
A teimosia não purga o pecado, só o potencializa.
Falta maturidade para admitir e mudar o rumo.
Experimente!
É um sentimento de liberação de uma roupa suja, velha e encardida, que dá lugar à veste limpa e leve da verdade.
Não sou poeta, mas carrego em mim a aurora da poesia. Minha mente é um cosmos de murmúrios, porém, de meus lábios desabrocha apenas um sorriso fugaz. Por dentro, palpito com fervor e vigor, mas na vida exterior, mantenho-me recolhida. Posso parecer gélida, distante, mas no âmago, sou labareda e brasa que consomem em silêncio. Sou mais que um corpo, sou a síntese de uma essência ardente e enigmática, uma melancolia profunda, um mistério até para mim mesma.