Quase
Sabemos quase nada
sobre as pessoas
que julgamos conhecer muito bem..
e sabemos tudo daqueles que sabendonada sobre nós
nos julgam..
NEGO RASTILHO
Ali na velha figueira,
Quase no fundo da pampa
Repousa a velha estampa
Do negro santo milagreiro
Donde a canha, o palheiro
São regalos das promessa
E o fim da história empesa
Por mando de um entrevero
Ainda mocito o negro
Se fez solito no mundo
Nascera o pai já defunto
Jogado pelos galpão
GUACHO de pe no chão
Jogado pelas estancia
Era o retrato da herança
Dos tempo de escravidão
Mas era a desigualdade
Que amadrinhava o destino
Assim ainda franzino
Tomou o rumo da estrada
Bebendo nas madrugadas
Sem poso certo ou morada
Qualquer rancho era parada
Pra alma de um teatino
O destino lhe dera a destreza
Essas Cosas da natureza,
Que nascem do nosso lado
Abria qualquer candado
Assim feito magia
Depois desaparecia
Se embretando nos campos
Parceriando os pirilampos
O Quero-Quero e as tropilha
Conhecedor da fronteira
Dos bolicho, dos quilombos
Refugava ao primeiro tombo.
A nada queria mal
Oficio era braçal,
Vivia de changa e lida
Pra molde o palheiro, bebida
E alguma carne de sal...
Mas foi em 45
Naquele inverno tirano
O negro, índio paysano
Se topou com a guarnição
Não se sabe o motivo
Daquela rude investida
Que fez ceifar uma vida
No fogo do mosquetão
Ainda agonizando
Depois do ronco do tiro
Como um último suspiro
Recordou a sua vivencia
Cada canto da querência
Os anos a sua idade
E GRITOU LIBERDADE
Sem nunca pedir clemência!
Assim naquela noite
Sem velório, vestimenta
Em meio a toda tormenta
Se deu o sepultamento
Sem despedida, lamento
Solito tal qual destino
Uma cova, nem um sino
Nem oração, nem adeus.
Hoje em nova morada
Debaixo de uma figueira
No limite da fronteira
Onde a geada chega primeiro
Fumo cachaça, dinheiro
Regalo do prometido
De quem foi atendido
Pelo Rastilho milagreiro.
-
Renato Jaguarão∴
Alquimia
Busco o que quase todos buscam
Quero o que quase todos desejam
Tenho uma ambição, o tesouro que não está escondido, mas escapa.
Vejo o fumegante brilho do sol.
É esse brilho que eu almejo
Quiçá pudesse transformar as coisas com as melhores substâncias...
Transformar as coisas em algo de mais valor:
Dar brilho de ouro para que tudo fosse visto diferente
Dar brilho de diamante, extinguir os olhares toscos às joias da vida.
Dar um tom de não tão distante da gente
Dar um mapa...
Transformar as coisas à cor da ambição...
Causar a melhor das confusões
Trocar metais de posição
Transformar moedas em flor de lis
Desfazer os maus olhares em paixão
Vestir as festas de natal dia a dia
Dizer a todos quão grande lucro é viver feliz!
Mas parece tão difícil achar a solução, o antídoto.
A outra pedra filosofal...
Induzida
Na praia quase deserta
busco o reflexo da minha própria alma;
mas as ondas no seu vem e vai distorcem tudo o que vejo.
Sou assim?
Desvirtuada da vida?
O que a água salgada do mar reflete
é realmente uma imagem de mim?
O mar anoitece em ondas...
Anoiteço em mim.
Induzida pelo reflexo alterado pela água nada cristalina.
A água do mar brinda espumante.
Quase nela acreditei... por um instante.
Eu pareço útil, mas nada ou quase nada valho, como nada ou quase nada valem tantas coisas que parecem úteis.
Sabemos que a solidão é quase uma necessidade para a criatividade e o desenvolvimento de um senso de identidade genuinamente autônomo.
Mudo pouco, o eu de hoje é quase o mesmo de 10 anos atrás, sempre que penso em mudar reflito muito, pois tenho em mente que se temos que mudar, que seja para melhor e não o contrário, se mudo é pouco e esse pouco é sempre para melhor, a vida é curta demais para regredirmos.
Por que é amor? Eu não sei, não investigo cientificamente e nem procuro nos meus quase 400 livros. Não é porque me faz bem, me entende, é saudável, me elogia, tem carinho, protege, parece comigo e muito menos porque me ama, pois assim eu daria ênfase a um outro tipo de amor presente na minha existência: o próprio. Todavia, por enquanto, é amor porque é. E quando eu vos der outra explicação, deixou de ser. Se esse dia chegar, peço que me ensinem a desaprender os porquês do amor, para que eu possa voltar a amar uma vez mais.
Machucada
Ao solo vergada.
Machucada.
Foram tantos os vendavais e tempestades
Quase acabaste em nada.
Tua dor revelada
Em fundas marcas e cicatrizes.
A vida te deixou ferida.
Mas, ainda assim, amas a vida.
Há uma força em ti.
Coração perseverante.
Tuas tentativas revelam-se o bastante.
Amas a vida... amas estar aqui.
Densa inspiração.
Coisas que me sufocam.
Náufragos!
Os horizontes das palavras são quase que inevitáveis nos declives e nos aclives.
A escada não é horizontal.
Quando andamos horizontalmente nos debatemos com paredes blindadas.
Minha mente pernoita vagando em busca de respostas.
Quando? Quanto? O quê é? E para quê?
E até onde devemos ouvir a barulheira dos tamborins e das marés?
Talvez eu não saiba responder,
Talvez eu não saiba expressar,
Ou sei e tenho receio de me sufocar.
Haverá sempre um aclive acentuado na frente.
Vertical é o rumo do nosso Sol.
Haverá dezenas de labirintos tentando nos engolir sem nos dar o direito de uma liberdade justa.
Densa é essa poesia que me faz rir e chorar por horas.
Muitos nem irão entender.
Teias que entrelaçam,
Galhos espinhosos que nos seguram.
Revoluciona-se o que não se aplaca.
E aplaca-se naquilo que não se revoluciona.
Fugimos daquilo que nos tira da luz.
Trituram-se as pedras afiadas que nos cortam.
Como?
Silêncio!
Ele já diz tudo.
Que eu saiba esse mundo não foi feito com varinhas mágicas.
Bom,
Sempre haverá uma mão que nós segura,
E outra para nos derrubar.
Então!
O silêncio foi a melhor resposta que encontrei nesse meu,
Pernoitar......
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Ler sempre é um ato de poder. E é uma das razões pelas quais o leitor é temido em quase todas as sociedades.
Crescemos todos os dias... em tudo!
E chega a fase em que decrescemos todos os dias... em (quase) tudo!
↠ Maio ↞
Tempo frio.
Encoberta o brio,
da longa noite.
Lua sem estrelas,
quase sombrio.
Finda maio,
o calor faz a rota ao contrário.
O vento assovia,
Melodia da seca e cicia:
Mistério!
O falso sério,
no monólogo do eremitério.
Posso dizer que perdi
Quase todos os meus preconceitos
E o que antes parecia piegas
Agora parece tão perfeito
As inspirações de uma leitura é uma força inimaginável
Transparece um prazer quase inesgotável
E tenho certeza de que é uma fonte de um gosto ilimitado
A leitura causa sede de quem está habilitado!
Quando você conhece como as pessoas são e o que elas querem de você
E quase impossível se iludir,alguém mentir para você e perceber se ela agrega ou não.
Nematóides salutíferos benfazejos
Em vez ou outra no ano de 2006, quase sempre, pois não poderia chover, antes de começar a aula da primeira turma do curso de Educação Ambiental da UFOP, exercia a atividade de me sentar no gramado das Oliveiras aos pés da Escola de Minas de Ouro Preto, às 7h da manhã.
Aos sábados pela manhã, fazíamos um sarau, lítero - filosófico - teatral . O assunto era livre e ia quem quisesse, ficava lotado. O que levaria um ser humano em sã consciência acordar cedo em um sábado,ver ou assistir uma pessoa falar de literatura, teatro e consciência ambiental ? Uma única coisa, fazer a cabeça!Assim como disse Clarisse, o melhor de mim é aquilo que ainda não sei, aquilo que desconheço e me renova, colocando numa rota de criatividade e de não esgotamento.
Em certa ocasião, obtive o prazer de ver passar por ali e se sentar ao nosso lado, Flávio Vespasiano di Giorgi, até o momento eu não sabia quem o era, e com ele, uma coisa especial aconteceu, nasceu em mim o que era poesia.
Di Giogi, disse algo de como controlar o entusiamo e não fazer com que a arte seja usada para humilhar, mas para encantar e em seu discurso comentou sobre o orgulho.
O orgulhoso é sempre alguém que tem mais de si em si mesmo, e portanto é necessariamente algo muito positivo, já o vaidoso é um orgulhoso equivocado, é um orgulhoso que não se conheceu direito, um orgulhoso que não soube flagrar em si mesmo as reais causas de sua alegria, é mais difícil ferir a nossa vaidade, justamente quando foi ferido o nosso orgulho.
Ao fim, disse: estou orgulho com a vaidade do não vaidoso duvidosos, em vocês.