Quando Morre Alguém que Amamos
Tudo que é vivo morre.
Nota: Trecho do livro "O Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna. Link
A tragédia não é quando um homem morre. A tragédia é o que morre dentro de um homem quando ele está vivo.
Que momento tão mágico, você morre mas não morre,
Você vai mas não vai, permanecerás pra sempre,
Na roçadura do vento,no alto das montanhas,
Tu lembrarás do vôo dos pássaros,a tranquilidade do oceano
O canto de uma ave, a areia que guarda sua essência..
A esouma que traz consigo a magia de tuas memórias,
As pedras que sofrem em silêncio,
E o sal do mar leva suas lágrimas ao coração do oceano
As árvores que te observam são testemunhas de teus mais profundos sentimentos, memórias e sonhos...
Nunca você morre... morre um corpo...
Mas seu espírito viverá pra sempre em cada amanhecer, em cada estrela,
Em cada grão de areia... seguiram tuas pegadas que você marcou nesta terra...
Com cada desafio, cada alcanço, cada sol...
Porque nunca você se deu por vencido,
Aqui soasse o eco da eternidade de teu passo nesta vida,
Porque necessitar de tua guia para alcançar-te algum dia...
Haverá onde se estarás me esparando.
...A mulher nasce chorando,
cresce sorrindo,
e morre amando...
...O homem nasce fingindo,
cresce mentindo,
e morre enganando.
Se se morre de amor
Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!
Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d’amor arrebentar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro
Clarão, que as luzes ao morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos,
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito, a imensidade
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores,murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!
Amar, é não saber, não ter coragem
Pra dizer que o amor que em nós sentimos;
Temer qu’olhos profanos nos devassem
O templo onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis d’lusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!
O que fazemos para nós mesmos morre conosco. O que fazemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal.
O amor não morre. Ele se cansa muitas vezes. Ele se refugia em algum recanto da alma tentando se esconder do tédio que mata os relacionamentos. Não é preciso confundir fadiga com desamor. O amor ama. Quem ama, ama sempre. O que desaparece é a musicalidade do sentimento. A causa? O cotidiano, o fazer as mesmas coisas, o fato de não haver mais mistérios, de não haver mais como surpreender o outro. São as mesmices: mesmos carinhos, mesmas palavras, mesmas horas... o outro já sabe! Falta magia. Falta o inesperado. O fato de não se ter mais nada a conquistar mostra o fim do caminho. Nada mais a fazer.
Muitas pessoas se acomodam e tentam se concentrar em outras coisas, atividades que muitas vezes não têm nada a ver com relacionamentos. Outras procuram aventuras. Elas querem, a todo custo, se redescobrir vivas; querem reencontrar o que julgam perdido: o prazer da paixão, o susto do coração batendo apressado diante de alguém, o sono perdido em sonhos intermináveis e desejos infindos. Não é possível uma vida sem amor. Ou com amor adormecido. Se você ama alguém, desperte o amor que dorme! Vez ou outra, faça algo extraordinário. Faça loucuras, compre flores, ofereça um jantar, ponha um novo perfume...
Não permita que o amor durma enquanto você está acordado sem saber o que fazer da vida. Reconquiste! Acredite: reconquistar é uma tarefa muito mais árdua do que conquistar, pois vai exigir um esforço muito maior. Mas... sabe de uma coisa? Vale a pena! Vale muito a pena!
Ninguém morre de saudade, nem de amor, nem de tédio. Agora cala a boca e vai trabalhar, porque de fome sim, você morre!
Como superar a morte de um ente querido? Você não supera, uma parte de você morre junto. O que te mantém vivo são as lembranças e todo amor, carinho e afeto que essa pessoa te fez sentir.
Quando você acha que uma pessoa morre? Quando ela leva um tiro de pistola bem no coração? Não! Quando são vencidas por uma doença incurável? Não! Quando bebem uma sopa de cogumelo venenoso? Não! Elas morrem... Quando são esquecidas!
Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre-se; não existe meio-termo.
A esperança é a última que morre, após matar todos os outros sentimentos.