Quando Morre Alguém que Amamos
Alguém rico interiormente de nada precisa do mundo exterior a não ser um presente negativo, a saber, o ócio, para poder cultivar e desenvolver as suas capacidades espirituais e fruir a sua riqueza interior.
Dizem que, quando a gente ama alguém, deve deixar livre. Então, realmente não sei amar. Não consigo dizer que amo e ficar longe. Não consigo gostar e não ter notícia. Não me dou bem com a distância. Não entendo relacionamentos abertos. Não admito traição. Não entendo quem gosta e não quer ficar junto. Não entendo quem diz que ama e não sabe se quer. Não entendo alguém que quer certezas sem apostar no relacionamento.
Eu quero encontrar alguém
que ao ver que meu amor caiu e se quebrou
não o jogue fora,
mas que, com carinho,
junte os pedacinhos
e me ajude a consertar.
O que deve fazer alguém que não sabe o que fazer de si? Utilizar-se como corpo e alma em proveito do corpo e da alma? Ou transformar sua força em força alheia? Ou esperar que de si mesma nasça, como uma consequência, a solução? Nada posso dizer ainda dentro da forma. Tudo o que possuo está muito fundo dentro de mim.
Que saudades de você, garota especial.
Saudades do seu cheiro, da sua boca, da sua pele morena, do seu sotaque, enfim, saudades de passar a minha vida com você.
Foram momentos incríveis ao teu lado.
Penso em você todos os dias.
Lagrimas de Sangue
Minha alma foi perdida...
Com tantas dores e mágoas,
Tantos sacrifícios por uma dor profunda,
Uma dor que afetou profundamente meu coração.
Que me fez chorar...
Que me fez mudar...
Tudo doía, minhas lágrimas queimavam minha face, queimavam meu coração..
Sangue escorrendo por toda parte, meus olhos já não tinham mais o mesmo olhar...
Estou completamente perdida,
Sem motivos para viver,
Mas não motivos o bastante para a morte eterna.
Minha vida não tem mais sentido,
Agora só há uma jazida esperança,
Uma dor eterna,
Uma vida sem sentido...
No início, vivia cegamente a procura da conquista,
Mas desta vez foi diferente...
Após todas as decepções, percebi que as trevas e a escuridão agradam-me mais, muito mais.
Então abri meus olhos...
Percebi que o escuro me fez sorrir,
As trevas me fizeram feliz...
Agora não sinto mais dores,
Não ouço mais nada,
Não enxergo ninguém
A não ser minhas lagrimas de sangue...
Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém.
É um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.(...)
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois 'amo-te' ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada uma quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constiui a atividade da alma.
Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor.
Nota: Trecho de poema de "Autobiografia sem Factos", de Fernando Pessoa.
Só o tempo é capaz de amenizar a dor de perder alguém que amamos. A saudade e as lembranças são eternas, permanecem vivas, florescem e, como o amor, jamais morrem.
Quando amamos alguém, não deixamos essa pessoa nos destruir, não permitimos que nos arrastem na lama. Tentamos ajudar, tentamos salvá-la, mas quando o amor se torna uma via de mão única, se continuarmos tentando, estamos fazendo papel de bobos.
Da eterna lembrança
Josiah Royce (1855-1916), num momento em que morre alguém muito querido, escreve estas palavras:
"Nós morremos enquanto Tu permaneces”.
“A eternidade é Tua”.
“E, na eternidade, seremos lembrados, não como pontos insignificantes deste mundo real, mas como folhas sadias que, em um certo momento, floresceram nos ramos da Árvore da Vida. Estas folhas caem da árvore, mas não caem no esquecimento, porque Tu sempre Te lembrarás delas".
A Hora do Cansaço
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho eterno fica esse gosto acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
Os tímidos com sua característica silenciosa, são os mais sábios, pois no silêncio é dita a verdade.