Puto
_RAINHA GINGA_
Lembrei dos tempos de puto em que jogava na Sociborda, a felicidade era natural, não precisava de fazer escolhas, só era feliz.
Lembrei de tudo um pouco, revivi muitas emoções e tudo que eu sei é que o kota Arice vive nos nossos corações...
Porque, a dor que o meu bairro sente é a mesma que eu sinto, então tudo que eu faço é só para poder ver o teu sorriso.
Não importa aonde eu esteja, sempre que eu acordar eu vou lembrar de ti
Ginga minha queen,
Sim, eu sou filho dessa street
TAVA NA MINHA CASA, CHEGO O EURICO PEDINDO BAMBU, FALEI QUE NÃO IA DAR, ELE FICOU PUTO E ASSALTOU A MINHA CASA
Tem gente que te sacaneia direto.
Quando você fica puto e chuta o balde, ela vem com aquele papo de que a vida é curta, precisamos perdoar.
Quer dizer que a vida é curta para a falta de perdão, não para o excesso de cagadas?
Se o meu puto Toni Jamal diz: "Quem disse que pobre não tem vaidade" E, eu digo que pobre pensa e tem um raciocino lógico sobre suas necessidades, apenas lhe falta oportunidades!
Não me estresso por grandes problemas pois estes devo resolver, fico puto por pequenos pois estes não deveriam existir.
Uma dica aos meninos: Na cama você tem que ser puto, mas não um puto normal... puto de losho, atrai mais clientes
Desperdício é ter bastante açúcar em casa, mas não ter um puto de um vizinho bonito para pedir emprestado.
Se um dia você ver seu ex com outra pessoa não fique triste, puto, com raiva, etc, pois lembre-se do que seus pais sempre ensinaram.
"Filho temos que dar nossas coisas usadas para os mais necessitados."
Bastou um bolsa família que já é uma misera. Para esse povo puto acomodar o traseiro. Um povo que nasceu pra ser burro; jumento. Jamais será cavalo.
ÂMAGO
Jojó puto de 14 anos que ao invés de uma esferográfica tem uma
catana em suas mãos e seus pés descalços nessas matas que amedrontam a elite
despreparada
A minha alma ficou na aldeia
O que é que assegura as nuvens lá em cima ?
Neve e nuvens assemelham-se
Energias transcendendo as forças terrenas
Homens escravizados, correntes nos pulsos dos escravos, ouro do colono
Eu voltei para a cidade
Pelo prazer o homem inala o pó e ao pó há-de voltar
Pegadas humanas marcadas na mata, não na lua
Corpos banhados e purificados no riacho de pedras
O balde de açúcar dado pela sereia à mulher dos panos amarelos
Mi-Sosos deixadas pelos ancestrais
A minha alma ficou na aldeia
Deduzi que o nosso espírito transforma-se em estrela no "pós-vida",
quando tudo se finda... quando é que tudo se finda ?
Mas, o que é o espírito ? e a alma, o que é ?
Eu voltei para a cidade
A vida é tão curta, procuro apenas a simplicidade
Conversando com o meu coração ele revelou-me que tu és a mulher certa
Se não forem biblícas podem ser pseudo-revelações
Inimigos exteriores são contos de fadas
A verdadeira batalha é a luta contra os nossos defeitos
A minha alma ficou na aldeia
Vazio é o prato, estafado é o corpo,
condenado é o homem que nasce na aldeia
Aldeia desiluminada, água das pedras infetadas
pelo vírus da desumanidade
Desumano sou eu que voltei para cidade, como se nada
eu tivesse visto
A minha alma ficou na aldeia
Jojó puto de 14 anos ainda sem comida no prato,
uma escola digna, nada de melhor para a família
água potável e sem energia
Apenas reza pela comida no prato e o ar fresco
Cheguei pontualmente às dez horas, estressado e puto. Os três dias naquele planalto de terras vermelhas e de gente que não sabe o que é o povo, ou seja, uma gente que pensa que vive em Manhatthan , haviam me convencido de que este é um país de uma "elite" de fodidos.
Bom... estava de volta e isso é que importava. Voltava ao meu mundo. Um mundo que estava abandonado, pois a criação, a inovação e a capacidade de argumentação, deixaram de ter qualquer valor. Vivíamos num mundo de CrlT c e CrlT V, ou ainda pior, muito pior, onde o que se julgava não tinha mais nada com a justiça, mas com os interesses daqueles que pouco se lixavam para o país e seu povo. Aquele pequeno espaço, onde ouvia as lamúrias, parecia um consultório freudiano dos anos 30. Estava decorado com mesas de madeira maciça e adornos de cabeças de leões, nos cantos e centro, talhados à mão. Dois armários longilíneos, com funod que refletiam seus corpo, cadeiras torneadas com esmero, bem típicas da época e de uma palhinha resistente ao tempo. Todos de tons castanho escuros - havia pouca luz e ao assentar-me em duas horas, já se sentia o excesso da fumaça dos meus cigarros.
Estava ali, entre todos os que me esperavam, aquele homem. Maltrapilho, queimado pelo são, rugas saltitando do que parecia um rosto. Olhei-o fixamente, e pedi-lhe que apagasse o cigarro, pois não permitia que fumassem em meu escritório. Ele me olhou furtivamente e viu que eu estava com o cigarro aceso, mas mesmo assim o apagou. havia qualquer coisa no ar...
Ao chegar, tomei meu copo d'água - sem ou com ressaca, tornou-se um hábito. Liguei o note e imediatamente comecei. Acendi o cigarro e pus-me a ouvir While my Guitar. Sentei-me, olhei as primeiras coisas do dia e Amanda, como sempre, veio com seu rosto angelical e lábios demoníacos. O bom humor voltava.
Amanda me passou a lista dos casos e causos jurídicos; muitos não passam disto. Perguntei-lhe, timidamente:
- Quem é aquele sujeito de barba?
Espontaneamente me respondeu em um tom quase inaudível, que não sabia, pois este não quis se odentificar e somente dissera que me conhecia.
Amanda era uma mulher de 1 m e 70 e extremamente bela, suave, educada, que exalava um cheiro de cabochard, particularmente o meu perfume preferido. Vestia-se com esmero e de forma conservadora, mas sempre deixando um pouco de seu belo corpo curvilíneo, transparecer mesmo que minimamente. Olhei atentamente para Amanda e voltei a pensar naquele sujeito, que estava ali fora. Não sabia ao certo se o conhecia, não conseguia me lembrar de nada em especial ou mesmo sem qualquer importância. Geralmente eu lembro dos rostos e nunca dos nomes
- Levantei-me e eu mesmo fui lá cerificar-me quem era aquele homem. Olhei fixamente em seus rosto e os olhos me chamaram a atenção, era um misto de sofrimento, dor amargura e ódio. Voltei e sentei-me, pensei um pouco mais e nada.
Respondi para mim mesmo, e em voz alta, sem muita convicção - já que me conhecia, vou até ele.Imediatamente, levantei-me, não sem antes Amanda, me advertir para ter cuidado. fui a passos tementes, até ele.
- Tudo bem! Pois não. O que o senhor deseja? Qual o seu nome?. Ele apenas me olhara, com um certo desprezo. Perguntei-lhe novamente, desta vez com rispidez.
- Respondeu-me quase que susurrando, era inaudível o que havia dito, mas não me havia coragem suficiente, para repetir qualquer pergunta.
cheguei mais perto e quase encostando os ouvidos em sua boca, pude finalmente ouvir um quase nada, que soou como um grito do deserto, ecoando por todos os meus poros.
só...só...
Ouvi e fiquei mudo.
- Quase sem forças, tomei um copo d'água e lhe dei outro que tomou num gole só.
Estava sem ar e não me restara nada a dizer.
Ele de um minuto ao outro começou a dizer coisas totalmente incompreensíveis.
"Tatuo alucinadamente corpos lascivos e tragicamente caio numa trip nauseante. A solidão é uma busca desesperada por qualquer que seja a divindade e de novo parou. Mas seus olhos agora só exalavam ódio.-
Não havia dúvidas: eu o conhecia. Porém, agora, tinha a clareza de que a vida nos prega peças de uma dramaticidade futebolística.
Recuperei-me e senti o rosto queimando, suado e sujo, como se aquele pó do Planalto, estivesse impregnado em minha alma. Os sentimentos não eram os melhores. Tentei de novo.
- Fale!
- Ando entorpecido. Letras completamente sem sentido, pó vermelho. Ando por entre quadras e jardins descuidados. O corpo, seus fluidos, sua morte ora breve, por ora longínqua...
Já não era o mesmo homem, agora, ouvia sua voz rouca, porém poderosa e notara que seu rosto e suas vestes eram outras, finas, provavelmente de vicunha e feitas à mão. Aquilo tudo só mais e mais me assustava. Estava apavorado.
Tentei, num último esforço manter a calma, pois nada mais podia fazer.
- É... alí eu começava a imaginar o que estava a me reservar o destino. É eu bem sei o que me reserva... vida que vai e que fica.
Veio outra frase sem qualquer sentido.
- Passeio com minhas mãos calejadas por seus cabelos ondulados.
Meu Deus!, estava completamente desnorteado, perplexo.
- O silêncio cabe em qualquer canto. É um vício que o vento escancara, este faminto desejo.
Não me restaram palavras, só o olhar de aflição e um pequeno começo de ódio.
Estávamos numa praça de bancos sujos e esterco industrial, me restava pouco tempo. Tinha as piores sensações do mundo, a começar pelas pedras corroendo minha boca e remoendo meus pés. Havia alguma coisa com aquele homem. E não era boa.
O conhecia mas, por certo, não queria saber destes tempos. Eram tempos de noites escatológicas e viagens em que surfava por pesadelos contínuos.
Há ainda em todos nós e na memória quase obsoleta das roletas da morte do trabalhador nas noites do terror.
Eu o olhava e ele me provocava. Eu tinha ali, bem à minha frente, alguém que sempre jurei matar. Mas estava inerte.
- Vivo como quero, posso e só. - provocou-me.
Fiz um gesto rápido. Não poderia permitir que aquele ser (decrépito e que tinha em sua alma tanto ódio, pudesse me levar com ele.
Ele, por fim percebeu, que eu queria matar meus demônios. Ele me olhou sem a mesma confiança e seu olhar me deu a certeza que não haveria mais nada a ser dito. Pela primeira vez, durante aquele diálogo famélico, ele deixou de ter qualquer estabilidade. Definhava, urrava, cada vez mais baixo e compassado.
Não mais havia qualquer dúvida, meus demônios estavam mortos.