Pudor
Na liberdade de imagem e de movimento cultural, social e de pensamento na sociedade dita contemporânea do seculo XXI, a sexualidade de pudor, legal, ética e moral deve estar estritamente restrita e circunscrita na região da genitália de todos os gêneros.
Amantes, distantes, mas necessariamente presentes.
Somos a realidade escrachada dos desejos embutidos e disfarçados.
Somos a nobreza de um amor sem pudor.
Abrir as coxas e não ter acesso a mente e como tocar um violino sem cordas.
Preenche-me de ti
Não tenho do que seja meu,
Quando do teu vive a me rodear.
Confusos sentimentos me assaltam a alma:
E dos equilíbrios,
Tão puros e eternos...
Efêmeros desejos,
Não sabem mais em pé ficar.
Então, deita-te tu em mim.
Recolhe-me!
Preenche-me de ti.
Vigia-me!
Sufoca o desamor de dor.
Sorrateiramente, ganha-se cor,
Faz-me flor sem pudor.
Do que seja meu, em tu, morada se cria.
Pondera-se a razão de não se ter solução,
Nesta risca de amor, em teu ardor,
Desequilibra e esfria,
O que de por clemência,
E vingança anistia,
Meu corpo por ti ardia.
Uma história...
(Nilo Ribeiro)
Na terra do amor
que se passa esta história,
um caso tão desafiador
que não me sai da memória
não é incomum o caso,
mas aconteceu comigo,
foi obra do acaso,
obra do destino
um simples plebeu
conhece uma magnata,
ele sou eu,
ela uma gata
este é o fim,
simples assim
hoje encontro comigo,
pois a solidão me cativa,
um sentimento jazido,
um corpo sem vida
na longínqua terra do amor,
onde perdi o pudor,
aprendi a ser escritor,
mas colhi apenas amargor...
A ARTE DE SER VELHO
É curioso como, com o avançar dos anos e o aproximar da morte, vão os homens fechando portas atrás de si, numa espécie de pudor de que o vejam enfrentar a velhice que se aproxima. Pelo menos entre nós, latinos da América, e sobretudo, do Brasil. E talvez seja melhor assim; pois se esse sentimento nos subtrai em vida, no sentido de seu aproveitamento no tempo, evita-nos incorrer em desfrutes de que não está isenta, por exemplo, a ancianidade entre alguns povos europeus e de alhures.
Não estou querendo dizer com isso que todos os nossos velhinhos sejam nenhuma flor que se cheire. Temo-los tão pilantras como não importa onde, e com a agravante de praticarem seus malfeitos com menos ingenuidade. Mas, como coletividade, não há dúvida que os velhinhos brasileiros têm mais compostura que a maioria da velhorra internacional (tirante, é claro, a China), embora entreguem mais depressa a rapadura.
Talvez nem seja compostura; talvez seja esse pudor de que falávamos acima, de se mostrarem em sua decadência, misturado ao muito freqüente sentimento de não terem aproveitado os verdes anos como deveriam. Seja como for, aqui no Brasil os velhos se retraem daqueles seus semelhantes que, como se poderia dizer, têm a faca e o queijo nas mãos. Em reuniões e lugares públicos não têm sido poucas as vezes em que já surpreendi olhares de velhos para moços que se poderiam traduzir mais ou menos assim: "Desgraçado! Aproveita enquanto é tempo porque não demora muito vais ficar assim como eu, um velho, e nenhuma dessas boas olhará mais sequer para o teu lado..."
Isso, aqui no Brasil, é fácil sentir nas boates, com exceção de São Paulo, onde alguns cocorocas ainda arriscam seu pezinho na pista, de cara cheia e sem ligar ao enfarte. No Rio é bem menos comum, e no geral, em mesa de velho não senta broto, pois, conforme reza a máxima popular, quem gosta de velho é reumatismo. O que me parece, de certo modo, cruel. Mas, o que se vai fazer?
Assim é a mocidade- ínscia, cruel e gulosa em seus apetites. Como aliás, muito bem diz também a sabedoria do povo: homem velho e mulher nova, ou chifre ou cova.
Na Europa, felizmente para a classe, a cantiga soa diferente. Aliás, nos Estados Unidos dá-se, de certo modo, o mesmo. É verdade que no caso dos Estados Unidos a felicidade dos velhos é conseguida um pouco à base da vigarista; mas na Europa não. Na Europa vêem-se meninas lindas nas boates dançando cheek to cheek com verdadeiros macróbios, e de olhinho fechado e tudo. Enquanto que nos Estados Unidos eu creio que seja mais... cheek to cheek. Lembro-me que em Paris, no Club St. Florentin, onde eu ia bastante, havia na pista um velhinho sempre com meninas diferentes. O "matusa" enfrentava qualquer parada, do rock ao chá-chá-chá e dançava o fino, com todos os extravagantes passinhos com que os gauleses enfeitam as danças do Caribe, sem falar no nosso samba. Um dia, um rapazinho folgado veio convidar a menina do velhinho para dançar e sabem o que ela disse? - isso mesmo que vocês estão pensando e mais toda essa coisa. E enquanto isso, o velhinho de pé, o peito inchado, pronto para sair na física.
Eu achei a cena uma graça só, mas não sei se teria sentido o mesmo aqui no Brasil, se ela se tivesse passado no Sacha's com algum parente meu. Porque, no fundo, nós queremos os nossos velhinhos em casa, em sua cadeira de balanço, lendo Michel Zevaco ou pensando na morte próxima, como fazia meu avô. Velhinho saliente é muito bom, muito bom, mas de avô dos outros. Nosso, não.
Na maioria das vezes as pessoas preocupam-se e queixam-se da sua falta de MEMÓRIA, deveriam utilizar o mesmo critério, preocupando-se e queixando-se da sua falta de PUDOR e BOM SENSO.
No mundo em que vivo as pessoas brincam umas com os sentimentos das outras de forma contínua ao longo dos dias.
O que aconteceria se gostar de alguém fosse uma opção?
Se não pudesse amar sobre a escolha do coração?
Se casar foi uma obrigação em uma determinação estação?
O que você faria? Como seria?
Talvez o sentimento pudesse ter algum valor se alguém conseguisse provar que amar é escolher sentir dor, que amar é uma escola do coração e nao de uma opção. Talvez assim esse não tivesse que seguir a regra de casar sem ter valor.
À farsa das falsas argumentações, a palavra veraz. É o poder da franca verdade contra o despudor da fraca mentira.
Teu cantinho...
(Nilo Ribeiro)
Queria o teu cantinho,
para descansar meu coração,
queria o teu carinho,
para acalmar minha paixão
queria o teu abraço,
queria o teu regaço,
para cuidar do meu cansaço,
para acertar meu descompasso
não é só o querer,
não é só te buscar,
é falta do teu prazer,
é querer te amar
queria teu corpo,
fazer dele meu abrigo,
queria teu conforto,
me aninhar contigo
queria tanto este cantinho,
para repousar minha vida,
que só existe um caminho,
é no colo da minha diva
sentir falta não é pecado,
não é desonra, nem falta de pudor,
preciso ser amado,
e o teu cantinho é amor...
Aquilo que a distância não destrói se modifica. Palavras não ditas ou gestos não feitos podem modificar um dia inteiro.
Rabiscos
Deus lhe deu inúmeros pequenos dons que ele não usou nem desenvolveu por receio de ser um homem completo e sem pudor.
"Vestidos, saias e shorts curtos, eu acho uma graça, principalmente tratando-se do aquecimento que atualmente estamos vivendo!! Admiro uma mulher que se cuida e sabe chamar à atenção sem vulgarizar. Acho feio e recalque declarado, quando alguém critica o que muito fez, afinal, tudo nessa vida é fase, e temos que respeitar as etapas que a vida impõe a cada um!! Ninguém tem o direito de obrigar olhos alheios enxergarem o que somente a experiência é capaz de ensinar.. Quando criança, eu ouvia mulheres lindas, dizendo: "eu não ando segurando sacolas penduradas nos braços quando ando as ruas, pois morro de vergonha!!" - Hilário, pois hoje, as mesmas carregam sacolas e carrinhos de verduras em feiras, pois adquiriram certa idade, e perceberam que há motivos muito mais fortes a serem pensados e repensados que vaidades tão fúteis... - Moças e mulheres lindas, a única ressalva que faço é: tenham sempre postura e jamais deixem suas silhuetas ficarem mais amostra que as belíssimas curvas de seus cérebros. No mais, sintam-se lindas e maravilhosas, porque se vocês não se amarem, ninguém mais irá!!!"
Eu, às vezes, me sinto, tão crua que a nudez da minha alma, da minha não solidão, descarta a lei do atendado ao pudor.
A sensação de ser substituído, de ser deixado de lado,
É como uma faca que corta fundo, um golpe desesperado.
Eu me pergunto onde falhei, onde deixei escapar o nosso amor,
Enquanto vejo você se entregar a outro, sem nenhum pudor.
"Eu gosto de explorar os extremos porque realmente não tenho medo de mergulhar de cabeça no que quer que seja,fazer das cenas provocações artísticas, eu só quero ir o mais longe possível dentro das minhas produções e possibilidades"
Vinho que não é meu...
Das tramas urdidas do destino...
De asas que em certas horas palpitam...
Da teia que me encontro e não sinto...
Bebendo em honra aos inimigos...
Desta audácia, que dentre vós, me permito...
Dos homens com fronteiras limitadas...
Que não saem do sepulcro ao mundo dos vivos...
Vinho que não é meu...
Gosto amargo que sorvo com carinho...
Súbito...
Certamente pensariam:
Ali vai um esquisito...
Correram as cortinas e construíram...
Um palco em desalinho...
Para fazer do bobo da corte...
Somente de zombarias o motivo...
Porém contudo há de ser...
Verão a mim sorrindo...
Quem fui não me lembro...
Quem serei não me interessa...
Tudo é orgulho e inconstância...
Que se inspira em mim a crença...
De que tantos vieram e se foram...
Quantos ainda verei mais?
No silêncio da noite...
No fragor do vento...
O vinho amargo que me ofereces...
Só me fortaleces...
Bebo a ti e a todos...
Sem pudor...
Sem querências...
Terás, enquanto a mim...
Uma alma a todo gosto...
Farei das cinzas frias...
O meu jardim...
Mais lindo...
Sandro Paschoal Nogueira
É noite
uma única voz
solitária
se faz ouvir
Escuto!
inutilmente
tento identificá-la
é madrugada
e a voz
já não me diz nada:
nem ódio
nem amor.
Maldita voz!
Sem pudor;
cala-te
meu interior.
A paciência dos idosos tendem a ser mais encorpada por ocasião das experiências vividas, já a dos jovens é diluída pela teoria do agora, e somente salva pelo "gongo" da obediência e confiança dos conselhos dos já vividos e experimentadoss
“Amo a sensação indefectível de êxtase ao ter seus lábios molhados nos meus… Seguem indelevelmente a me torturar… Sem pudor, sempre afim, sem tremor, sem ter fim…”
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