Prosa de Casamento

Cerca de 1255 frases e pensamentos: Prosa de Casamento

EXPECTAÇÃO

A carta em cima da mesa
com palavras toda florida
contem frases de esperança
e pautas cheias de vida.

Relata, meigas saudades
atos de dóceis de carinhos
cita até certas vaidades
do tempo cheio de mimo...

A carta em cima da mesa
marca uma época de amor
rascunha ali uma certeza
que no amar, não existe dor.

O que existe é alegria
com sol límpido e preciso
um sonho a cada dia...
Alvorecer cheio de riso.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SOTURNO

Eu tenho criado mudo...
Mudo no quarto não fala
as vezes mudo do canto
mas nunca chega na sala.

Mudo sempre na casa
sem palavra ali, pronto
aonde guardo as cartas
e lagrimas desse pranto.

Já tentei falar com ele
ele... Sem fala não fala
silencio eu sei, é d'ele
as lembranças nos abala.

Criado mudo me ensina
viver sem nunca chorar,
padecer é minha sina...
porque choro no amar?

Antonio Montes 24/10/16

Inserida por Amontesfnunes

UTOPIA

Com laço d'essa saudade
amarrei minha paixão
na corda da felicidade
dei o nó no coração.

Fiquei sufocado ao ar
sem poder nem respirar
meu Deus quando eu voava
queria, tanto amar!

Hoje sem minhas asas
meu horizonte encolheu
meu voou, dentro de casa
meu sonho é eu mais eu.

Agora é dentro do sono
onde posso navegar
sentimentos tem dono
acabou-se o esticar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ESCAPULIR

Quando você, bater n'aquela porta,
para ir embora...
Não olhe para traz, não olhe porque:
Se olhar...
Irá perceber que meus olhos chora...
Siga o adeus da minha mão,
e as lagrimas por terra...
Caídas do meu coração, saiba que:
Meu choro estará sobre pedras pontiagudas
d'essa sua paixão.

Quando você bater n'aquela porta,
para ir embora...
Vá! Não pare, não pare porque, se parar...
Ouvirá a lamuria do meu chorar,
e as lagrimas do meu ser a soluçar.
Se parar... Ira ouvir, o gritar do meu coração
e verás o meu afogar na poeira da sua estrada
em desalento com o meu amor
e o salutar da minha triste dor.

Quando você chegar n'aquela porta
para ir embora...
Por favor... Não abra, se abrir... Não vá...
Fique comigo para sempre,
porque, para sempre eu irei te amar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FLORES DE OZÔNIO

Com a chuva da língua sumida
a plantação de palavras, não arriba,
e esse sol ardente em chamas, inflama
... Pelos cumes dos arrebóis,
pelas sementes da vida,
pela enxurradas que carregam as lamas.

O poeta deixa de colher suas flores
de cores vivas, meigas queridas...
e perdeu a hora do alvorecer da criação,
atualmente tem sido, tingido pelas sombras
e sobre o escuro do seu desengano
nem uma pétala sobre as flores caídas
tem voado no jardim do seu triste coração.

Todavia a ampulheta do imaginar quebrou-se
e as areias, do seu tempo, esvoaçou ao ar
e sobre o vento impiedoso do deserto
o poeta perdeu-se nas margens do seu amar.

Assim como um passe de mágica
deixou de encher suas sesta de meiguice
e com ramalhetes que todavia te fez feliz...
Perdeu as flores pelo caminho da fosca visão
as quais deram vida ao tilintar da vida
e hoje, trocadas pela modernidade
estão sobre os jardins dos sonhos, esquecidas.

Com a sequidão dos sentimentos,
o poeta não é capaz de sentir o gosto do riso,
e sob o rosto de um meigo menino,
não sente o piscar feliz da bela mulher
nem tão pouco vê o arco-íres
esbanjando suas cores sobre as nuvens...
Agora o pesadelo flutua em seu sonho
não consegue colher ilusões
nem embarcar na canoa das fantasias.

É meu poeta...
Abra o diafragma para alegria
abrace a simplicidade e siga com suas braçadas
pelos oceanos dos sonhos,
assim quem sabe, a chuva cairá
e você voltará a colher suas flores...
Nas retinas do seu ameaçado ozônio.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AS ÁGUAS

Eu sou as águas...
Amazonas Paraná, rio Nilo, velho chico...
Olhe ai o São Francisco, Solimões
O Yangtzé, Mississipi Missouri, Yenisei
Tenho águas tenho peixes orcas tubarões
Estou indo! Que saudades!
Será que volto?
Tive uma morte honrada
A onde morria no mar
Hoje minha morte e desgraçada
Morro todo dia!
Pelas nascentes, pelas margens
Eu sei que vou me acabar.
Eu sou o rio de lagrimas após o arpoar
Lagrimas, derramadas pelo amor
Lagrimas aos ventos de dor de amar
Sou o rio, sou rota sou caminho
Sou energia para sua vida
Carreira para sua canoa
O cais do porto o embarcar
Ninho para o seu Iate
Balança para a sua lancha
Balsa para suas cargas
Viagens, apoios para seus navios
Eu sou o rio que hoje...
Seca pelo efeito do seu estio.
Fui induzido
Perdi as nascentes
Para as ignorâncias das gentes.
Descabelaram o meu leito
Poluíram as minhas lagrimas
Eu sou o rio e já matei muita sede
Semeei vidas
Atiraram-me redes
E com meus frutos, sanaram as suas fomes
Sou o rio...
Todavia explorado pela mão do homem
Roubaram as minhas pedras
Meu ouro
Meus tesouros
Fiquei fraco esmoreci
Não consigo mais fazer estouros
Gasoso, evaporo aos céus
E caio como chuva orvalho
Faço cachoeira
Como enxurradas corto atalho
Embelezo os jardins os risos
Amplio a bonança disperso prejuízo
Sou a fonte que vem dos montes
Sou vida dos mais, pequenos
Ate aos grandes como os elefantes
Olhe o banho olhe a comida
Estou na panela na cacimba
Eu sou o rio... Sou vida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DEIXE-ME VOAR

Passarinho, pense e me diga
Porque que escolhe casas
Se teu viver no mundo arriba
Todavia foram as asas?

Vejo-te voar pelos espaços
Em canto com seu cantar
Segue com seu encanto ao leu
Chilreando sobre o azul do céu
Passarinho eu já sei
Que o seu viver é amar.

Passarinho... Ensine-me a voar?
Não me deixe aqui no chão.

Eu tenho sido arrastado
Por terríveis corações
Voando, ganharei os céus
E plainarei pela imensidão.

Aqui no chão sou arrastado
Pelas leis que me rodeiam
E ao imposto condenado
Que sempre me trouxe peia.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CONDADO

É preguiça ou enfado
Desse gato danado
Que nem se levanta nem pula
Desse mundo quadrado.

Enfado ou preguiça?
Desse mundo tiririca
Que atiça a sua gula
E se transforma em titica.

Mas que mundo de enfado!
Que universo malvado
Sempre tecendo o seu fardo
Com seu sonho enterrado.

Vá de frente com a vida
Não! Não olhe de lado
Pode ser que a partida
Ainda tenha condado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CHORO CHORADO

Nas lagoas desses copos meus
Afogo-me por ti
Toda essa minha dor
A cada tim, tim um adeus
Sobre o qual eu banho-me
Em lagrimas desse amor.

Meu bem...
Eu trombei no poste
E calo em mim o galo dessa paixão
Eu sei... Você sabe...
Não sou forte!
Então eu choro
O choro chorado da desilusão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

PERFEITO EU

Perfeito eu? Não... Nã, nã, ni, não, não!
Eu não sou perfeito e não poderia ser
Pois sou humano e tenho um coração
Coração que me eleva aos céus dos
sonhos e que as vezes torna à mim...
Há esse mundo cruel e medonho.
Um coração que leva as trevas me
coloca entre intrigas e me castiga com
a solidão, me empurra para baixo
fazendo-me sofrer com a minha paixão.
Eu não sou perfeito, também não levo
jeito de ser, nem poderia... Imagine fui
moldado de barro, ganhei vida com
assopro, minha forma é fraca, qualquer
tempestade me faz tremer.
Deixei-me enganar-me por uma
asquerosa rastejante, vendi a lealdade
por um punhado de moeda
e ainda flagelei e crucifiquei o amor.
Eu sou balançado pelos ventos,
perco as minhas vontades para o tempo, tempo
altos e baixos permeiam meus sentimentos.
Sou frágil, sou sentimental eu posso
sim... Eu posso chorar por perder,
por ganhar... Eu posso enganar e ser
enganado, eu sinto...
Há qualquer momento eu posso rir, chorar
posso viver e também é claro...
Sim! Sim... Poderei morrer.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A CARTEIRA

Na beira do meio fio da rua
Próximo à boca de lobo
Despencou em tombo, caiu
Sem fala ali, ninguém viu
A carteira, bordada de couro
Sem vida e com repartições
Tombou com alguns tesouro
Ali, Bem ali! Em um dia de estio
Sempre muda, ficou sem fala
Sobre o paralelepípedo frio
Interno de seus segredos
A bela carteirinha, continha...
Cartões de créditos, cheques
Carteira de identidade, CPF
Titulo de eleitor para votar
Carteira de habilitação para dirigir
Uma carta de amor toda cheia.
Era noite tinha brisa, tinha lua
E o luar estava todo cheio de prata
Tinha até receita para um coração
Veja... Um pouco de paciência
Alguns sentimentos de coerência
Um fecho de gratidão
Um sorriso nas presenças
E harmonia dotada de paixão.
Tinha até um bilhetinho...
Era em paginas com pauta
Mandava beijo para a ingrata
Dizia algumas estripulias
Insinuava algumas cascatas
Tinha nele, certos desejos
Tinha abraços, tinha beijos
Tinha até um Deus te cuide!
Na carteira também tinha...
Comprovante de moradia
Rascunhos de recordações
Contava muito carinho
Zipado com sentimento.
O bilhetinho, tinha margens
Tinha flores, falava de amores
Nele... Não tinha rancores.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

EXASPERAÇÃO

Ofuscada pela claridade da lâmpada
a mariposa da noite, é atraída
pelo reflexo d'água... Despenca de cima
caindo no interior de uma vasilha e,
a um espaço de poucos centímetros
quadrado, mas que para ela é como
se fosse, um oceano de desenganos.

Em desespero, sob água, bate asas
... Bate asas, e não consegue se
desvencilhar do afogamento, bate asas
... Bate asas, e vê o mundo todo
passando n'aquele momento.

Debatendo-se ela observa que o fim
esta próximo... Despeja os últimos
desejos de suas asas no ar...
E nunca mais consegue voar.

Antonio Montes 28/10/16

Inserida por Amontesfnunes

LOBRIGAR

Sentado a beira da praia
vejo areia veja espuma
vejo azul do céu e as brumas
se perder nas andas do mar.

Ouço os cânticos das sereia
banhar os meus sentimentos
espumas e mares cheias
balançar a todos momentos.

Vejo as asas das gaivotas
bater palmas de felicidades
a alegria bater nas portas
do horizonte e das cidades.

A calma vem ao meu peito
com jeito de paz mundial
no rosto um riso satisfeito
acordando o alto astral.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CARNIÇA

Pegue os seus cachorros
E atiça... Atiça em mim?!
Atiça por ai com seu rompante!
Com camuflagem da estupidez
E com a sua preguiça...
Atiça e não analisa e nem observa
Com a sua carranca só faz cobrança
Não se dá conta que é para a carniça
Que você vai e que eu vou...
Todos, todos iremos
Pode ser plebeu padre juiz ou doutor
Filho, mãe, pai, neto ou avô
Com provocação ou não
Se defendo ou se atiça...
Um dia, todos irão se transformar...
Em carniça.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CASA COM JANELA

Uma casa com janela que olhava...
Olhava e não via nada!
Nada através do muro de sua lateral
Então olhava para frente de sua rua
E para a parte de traz do seu quintal.

Uma casa com janela que abria...
Horas abria para o seu quintal e visualizava
toda aquela calmaria
Horas abria para a sua lateral...
Nada! Nada era normal
E quando abria para frente, sentia esperança
Viajava em sonhos e via muita gente desigual.

Uma casa velha, já toda broca...
Já não abria... Sonho não tinha
Também não tinha mais agonia
Às portas todas tortas regiam
E a esperança? A esperança tinia e...
Se perdia em seus sonhos...
Todavia, em pesadelos medonhos.

Uma casa com telhado queimado
Que rebatia a seca de um sol fustigado
... Fustigado que queimava que ardia
Rebatia a tormenta de granizo, que tremia
E as goteiras que caia toda fria.

Uma casa com quartos de sonhos...
Sonhos que sonhava ao dormir e cochilar
Sonhava ao pensar e a divagar
Uma casa que era a sua morada...
Seu tudo no mundo uma casa que:
A harmonia um dia reinava.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CIRCUNSPEÇÃO

Cuidado com a tua gola!
Que, em uma hora d'essas,
n'essas festas com arestas
nesse aperto, feito sem jeito
se fosse em mim,
apertado assim...
Ai de mim, ai de mim!

Essa sua gola...
Que, parece mais com angola
cheia de pinta, tanta tinta!
Ai de ti, ai de ti!
Já pensou... Se essa sua gola,
toda feita com amor
te degola?

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Não somos eternos

Senti-me enegrecida dentro das esferas de um sol ardente, quando minha alma foi proscrita por trazer uma dor a mais. Senti-me sem defesa, porque a alma que doía quis deixar esta lágrima para trás. Não sei se foi a mágoa, ou o pudor que fosse, só sei que a lágrima que faltava em mim grudou e não saiu jamais, por um capricho que o desdouro trouxe de um amor que não voltou atrás.
Suores abundantes se formavam em meu semblante, não sei se por calor ou por vergonha. Mas o importante é viver cada vez mais esta vida que se mostra sempre enfadonha, e não pensar que as mágoas que se negam a ser vivas, podem viver na mente que as usa toda hora, em floreios de ontem, do hoje e de agora.
Claro que a vivência dos humanos tem suas regras onde quer que se vá, mas princípios não se fazem, se trazem, dentro do peito dos seres que não se cobrem só com panos, mas com o manto da honestidade que se dá, pelo berço que os tenha embalado no início desta vida,
que eterna não será

Inserida por PaolaRhoden

Maldição...sem tostão.
Um vento que aspira, outro que embirra.
A porta que fecha, pois a besta não deixa.
Uma luz ofuscada, onde o gato passava.
Uma voz que envergo, um grito tão belo.
Um soneto para a Lua, porque mora na rua.
Um pedra na estrada, a coruja piava.
Uma cara que empino, outra que ensino.
A chuva que canta, meu ouvido encanta.
Palavra com azia, de uma morte surgia.
A dor solitária, saudade com ária.
Humano impotente, porque o futuro não mente.
E se o amor acontece, o justo enaltece.

Inserida por NunoPitada

Apenas mais um texto de amor ...
Tocados pela mutabilidade da vida repentinamente se perguntaram :
_ Onde será que estaremos num futuro próximo à hora em que o crepúsculo nos toca ?
Breve silêncio .
Nada disseram . Sabiam . Uniram-se então as mãos, os corações céleres bateram e permaneceram assim , quietos olhando para o horizonte , onde o sol timidamente se escondia , mas sua luz permanecia visível aos olhos de quem conhece o amor.

Inserida por elisangelabankersen

Era uma vez um sentimento. Era puro, bonito, mas muito exagerado.
E não é que com o tempo o danado alugou todo o coração ? Não havia espaço para mais nada . Só esse constante sentir . Mas era tamanho o barulho que fazia e tanto atentava quem ao lado morava que sem perdão ele teve que ser despejado . Sua bagagem toda pelos olhos foi derramada e só assim o coração pode então respirar aliviado ...

Inserida por elisangelabankersen