Prosa de Amor
"Talvez essa saudade,
que eu nem sei de que, de quem, por quê (?) ...
Talvez não seja saudade...
Talvez seja a vida me levando já,
talvez seja já todos meus sonhos destruídos, ou até mesmo uma sátira da vida me pedindo pra parar...
Talvez o mundo não seja meu,
ou talvez ele seja...
Eu apenas to preso...
Preso nessa saudade!
Até quando, meu Deus?
Até quando, meu Deus? E tenho feito esta pergunta, desde quando eu nasci.
Vejo a vida como se ela fosse um filme ou uma novela. Tudo parece ser muito repetitivo ou cansativo.
Vejo as pessoas como se fossem personagens, passando por inúmeras fases... Vivem os seus dramas e vinganças, suas paixões, alegrias e tristezas, constantes ou não... Amores, idas e vindas, glórias e derrotas, realizações e frustrações.
Tudo o que um ser humano vive na própria pele, enquanto está encarnado. Me canso, ao assistir o meu próprio filme, novela ou teatro... Assim como me canso... ao assistir o filme da vida alheia também.
Mas, na simplicidade da vida, eu sempre encontro uma certa beleza, um certo encantamento... e isso me transmite paz.
Se não é complicado, difícil, se flui apenas... é algo belo, transcendental!
A besta humana, quando não complica a vida... faz brilhar a sua essência divina, assim como o sol faz, todos os dias... ao nascer...
Era uma vez um sentimento. Era puro, bonito, mas muito exagerado.
E não é que com o tempo o danado alugou todo o coração ? Não havia espaço para mais nada . Só esse constante sentir . Mas era tamanho o barulho que fazia e tanto atentava quem ao lado morava que sem perdão ele teve que ser despejado . Sua bagagem toda pelos olhos foi derramada e só assim o coração pode então respirar aliviado ...
Não complique,
Descomplique,
Duplique,
Triplique minha felicidade ou se retire.
Soma, divida, me ensina
Não me reprima.
Preenche, entende, me sente
Ou se ausente.
Me tenha, mas não retenha,
Me tome, mas não me torre.
Me consome na cama, não minha paciência, por favor
Me umedece entre as pernas, não meus olhos, meu amor
Sinta minha ausência,
Mas não cobre presença
Me ame, se apaixone
Não questione
Seja simples.
Lembro a primeira vez que te vi
Corredor comprido, olhar comprido. Não sabia que duraria uma vida inteira.
Única e primeira vez. A primeira dentre muitas. Mundo novo, gosto novo, tudo novo. Era você, era eu, foi um "nós" que quase deu um nó.
Idas e vindas. Cabeça rodava, coração acelerava. Sensação de sempre. De vida toda, de outras vidas. De pertencer desde muito.
Zig zag na minha vida. Mudou a direção. Me fez ultrapassar meus limites, me deparar com quem eu realmente queria ser. E não fui.
Amor que me tomou. Me preencheu, me acendeu, me mostrou. Sentimento diverso, que virou verso e rima e prosa de uma história real.
Foi amor. É amor. Sempre será
[ Eu Até esperei ]
O tempo abrir, o sol brilhar,
a tarde chegar, nuvem sorrir.
Relógio correr, pessoa do ônibus descer,
Barco seguir.
Homem correr, Mulher chorar,
Quem não ama, amar... Trem partir.
Senhora andar, criança engatinhar,
Grávida parir.
Coruja voar, cílio pestanejar,
Bebum beber, parede ceder, saliva engolir.
Dorminhoco sonhar, brigão brigar
Ladrão escapar, escola abrir.
Cego enxergar, coração dilacerar
Fé se abalar, perdedor admitir.
Mulambo se limpar, calçado esfrangalhar,
calado: gritar, dor na coluna sentir.
Estrela do mar, cometa passar
Galinha cacarejar, flor... florir.
Corpo padecer, lua aparecer,
Pôr do sol chegar, noite triunfar
... Você não vir.
Amar
Quando um certo alguém desperta um sentimento,
penumbra, alarde, incerto momento.
Sem fuga, não ter pra onde ir,
tentar desvanecer, não conseguir fugir.
Ao longe perto se está, engana-se ao tentar enganar
Coração vicioso, confuso dispara.
Logo eu que sempre andei ao rumo de muitas veredas,
trocando o sossego de meu lar pelas ventanias da doce vagabundagem
sem saber se estava fugindo de algo, ou procurando por você.
Culpa
Afinal, o que acontece
Não me alegra, tão pouco entristece
Mas me intriga, causa insônia
É incólume porém é difícil,
Pois escolher é decidir
Estar livre de mim mesmo
E poder atribuir, desta culpa me encarnar
d’está, deixa assim mesmo como está
foi tudo minha escolha
Consequências, sim eu hei de encarar.
Vinho
A cada beijo fica mais transparente
Mesmo fria sinto seu doce sabor
Sendo seca me das mais vigor
De todas és a mais atraente
Minha melhor amiga
Minha melhor amante
Venha deixar-me fumegante
Sem rodeios ou intriga
Contigo tenho mais chance
De ser o que sempre quis
Boêmio e sempre aprendiz
Viverei este eterno romance
Só tu entende este semblante
Que em minha vida és constante
Segunda Garrafa
Você altera meus sentidos
Bani meu discernimento
Aflora o velho ressentimento
Com sentimentos feridos
No doce sabor você me trai
Ao mesmo tempo que atrai
Através do que já sabia
Vide a bela agonia
De estar mais um dia
onde posso ver
e posso ser
Apenas na segunda rodada
é que se vê a magoa
de forma incessante
Brilho Eterno
Em um dourado luar
Da qual já não tenho ciência
Cheios da inocência
De pejos à beira mar
Fez então em um olhar
Todo o brilho que este pode lhe dar
Inundando de luz
Aquilo que seduz
Será que és um anjo
E essa são suas auréolas
Ou és o rearranjo
De certas pétalas
Que não ouso falar
Para tais olhos prontos para amar
Margarida
Bem me quer uma hora
Mal me quer em despedida
Bem me quer em sua vida
Mal me quer agora
Bem me quer Pandora
Mal me quer arrependida
Bem me quer a contrapartida
Mal me quer a que implora
Bem me quer senhora
Mal me quer na aurora
Bem me quer na ida
Mal me quer de saída
Bem me quer sonhadora
Mal me quer outrora
Você
Sinto falta de nossas conversas
Falta dos teus verdes olhos
Esperando meus conselhos
Com pedidos à expensas
De uma nova trama
Sem se importar com a minha má fama
Se ao menos pudesse velos
Quais são seus pesadelos
Se ao menos soubesse
O motivo disso tudo
O que vive lá no fundo
Se pudesse tocar tudo o que disse
E assim extraísse
Toda a dor do seu mundo...
Introdução ao réquiem
Venham todos e prestem atenção
Vou falar sobre uma maldição
Alguns a chamam de vida
E outros de causa perdida
Sim é sobre os amores
E tudo o que ele traz
Nobre capataz
Que floresce todas as cores
Sentido do viver
Em fim sem sentido
Devora tudo que é detido
Pelo sentimento sem querer
Constante errante
Constantemente irritante
Irreversível atroz
Comumente a nós
Primeiro Réquiem
Só a loucura faz sentido
Só ela serve de abrigo
Deixe a sanidade em seu jazigo
E o bom senso perdido
Olhe meu amigo
Um mundo distorcido
Seja bem vindo
E venha comigo
De valores invertido
Há de ficar enrubescido
Com o que digo
Palavras em castigo
Fique de orgulho ferido
E ache o próximo artigo
Réquiem 9
Só por hoje, morro satisfeito
Pois fiz tudo o que queria
E vivi o maximo que podia
Mesmo que tenha sido imperfeito
Sou grato pelo que teve feito
Colocando barreiras que impedia
Futuras desventuras em meu dia
Grato pelo sorriso sem jeito
E as palavras que tenha dito
Sempre em tom amigo
Inclusive as sem sentido
Meu atroz mais antigo
Sem nunca ter entendido
O porque te sigo
Macabeu
Meu mundo escureceu
Quando das cinzas se emergiu
Aquele velho frio
No silencio que se rompeu
Quanto o céu cedeu
E o primeiro cavaleiro saiu
Minha raiva surgiu
E nos homens o medo cresceu
O segundo cavaleiro aluiu
O terceiro o seguiu
Por fim o quarto apareceu
E a fê dos homens se perdeu
E a esperança que se extinguiu
Sem saberem que o verdadeiro terror sou eu
Verde Mistério
Teus olhos insistem em me impressionar
Adoro velos mudar de cor
Conforme está o teu humor
Deixando sempre um mistério a solucionar
Adoro velos vagando ao procurar
Sentidos no amor
Que eles fazem com finco rigor
Olhos como ondas verdes do mar
Sempre dispostos a me animar
Belos e únicos como só eles podem ser
Olhos que estão a dizer
Palavras para me ter
E em um piscar
Meu coração devorar
Estandarte
Toda vez que fecho os olhos
Eu vejo os teus
Toda vez que esqueço como sorrir
Lembro-me de ti sorrindo
Quando me perco
Tu sempre me achas
Toda vez que respiro
Sei que tu és o motivo
O único sabor que me lembro
E do teu beijo
Meu único desejo e ver-te contente
Este é meu estandarte
Uma lembrança remanescente
De uma vida escarlate
Por tudo que tu destruiu
Por tudo que tu não cumpriu
Por tudo que tu não assumiu
Por tudo que tu consentiu
Por tudo que tu não assentiu
Por tudo que tu viu
Por tudo que tu substituiu
Por tudo que tu intuiu
Por tudo que tu deferiu
Por tudo que tu extraiu
Por tudo que tu concluiu
Por tudo que tu subtraiu
Por tudo que tu descobriu
Por tudo que tu traiu
Morra sem dar um piu