Prosa Amizade
Camus dizia que “acabamos sempre por adquirir o rosto das nossas verdades”. E isso é verdade. Mas eu diria diferente, porém parecido. Eu diria que sempre adquirimos a cara daquilo que somos ou sentimos interiormente. Aquilo que somos e sentimos sempre se reflete na nossa imagem, mesmo que momentaneamente, seja ela física, psíquica, virtual, pessoal, social, profissional, fotográfica ou espiritual, é aquilo que se mostra à primeira vista nas pessoas, e que reflete um sentimento ou estado de espírito, como alguém que obtem uma fotografia num momento de tristeza ou amargura, e que, por mais que se esforce, geralnente, não fica bem na foto, geralmente fica com cara de enterro, observe para ver se não é verdade. E deve ser por isso que, não muito raramente, algumas pessoas adquirem a aparência de uma bruxa má, provavelmente pela existência de alguma maldade interna para com os outros; como, por exemplo, aquelas que nutrem mais inveja do que amor pelos amigos, ou como aquela fofoqueira, despeitada, que todo mundo conhece pela cara, ou só de ouvir falar, e que sempre acabam não ficando “bem na foto”. E o mesmo acontece com políticos e empresas, alguns não ficam "bem na foto" de jeito algum. Alguns políticos saem sempre com "cara de madeira". Enquanto os seus eleitores ficam com "cara de tacho". E você, tá com cara de quê, agora?
Se fazer de vítima" é dar uma de "coitadinho" sem ser, com o intuito de despertar a pena alheia, sempre com segundas e terceiras intenções; mas, sem um diagnóstico que comprove algum transtorno psicopatológico que justifique tal comportamento, é uma "tática", consciente ou inconsciente, para justificar erros ou obter vantagens de alguma forma. Nesse caso, está relacionado ao desvio de conduta, e não com sintomas de transtornos mentais. Ou seja, esse autovitimismo nem sempre está ligado a alguma doença, mas sim ao desvio de caráter e à incapacidade de autocrítica, entre outras coisas.
Um dia, perguntei ao meu filho de oito anos (na época), de qual amigo ele gostava mais, e ele me respondeu dizendo: "Eu gosto de todos, porque quando um amigo não pode brincar, o outro pode." Foi depois disso que eu aprendí que todos os amigos têm a sua importância, e não somente aquele que consideramos como nosso melhor amigo. Pra mim, é quase impossível viver sem amigos. Agora me digam: Vocês conseguiriam viver sem amigos?
Se chegar um momento em que quase todos à sua volta se levantarem contra você, das duas, uma: ou você é problemático, ou você sempre esteve rodeado de pessoas com o nível moral muito abaixo da mediocridade. Você pode até achar que esse tipo de coisa nunca vai acontecer com você. Mas pode acontecer as duas coisas. Principalmente a segunda. E é de amargar. Encoleriza qualquer ser humano. Mas o bom disso é que, se conseguir escapar; dificilmente você vai cair noutra.
Muitos dizem que quando a gente morre, morre. E tudo pra nós se acaba nesse momento. Mas eu já tive motivos concretos pra não acreditar nisso, e, no entanto, às vezes até eu mesma duvido deles. Outra hora eu conto pra vocês, porque agora estou com preguiça de falar sobre isso. Acho que ideal seria contar no dia dos finados, nada a ver falar disso, assim, sem mais nem menos, né mesmo?!
Um dos problemas da cama de casal, é você dormir junto com o seu "conje" e um dia ele morrer dormindo, e você passar a noite inteirinha ao lado de um cadáver gelado, sem saber. Isso aconteceu com uma amiga minha. Isso deve ser simplesmente aterrorizante. Sem falar nos roncos, na tosse, na mexeção, na TV ligada, que pertubam o sono da gente. E aquele vai e vem sem fim pro banheiro, que não deixa a gente dormir. Isso me parece mais história de terror do que de amor. Por mim, já teriam dado um fim nesse negócio de cama de casal. A cama pode até ser grande, mas não precisa ser de casal, não. O que tem que ser dividido é o respeito e o amor, não a cama. Não sei por quê, mas hoje eu tô com um óóódio dessa cama. Acho que fiquei traumatizada, sei lá.