Prosa Alegria

Cerca de 5612 frases e pensamentos: Prosa Alegria

⁠DA COXIA DA POESIA

Só quando os olhos cerro, sinto a poesia
Suspirando em uma prosa cheia de ilusão
Os tons marcantes duma doce imaginação
Perdidos nos sonhos, em uma poética via
Só quando cerro os olhos, vejo a fantasia
A tudo esqueço e sussurro com emoção
Pra não acordar aquela singular sensação
Onde é sentido, e não apenas o que seria

Só quando os olhos cerro, vejo o alheio
Amor, por entre o agrado e a sabedoria
Nada ou pouco quero se for sem anseio
Só quando cerro os olhos, que há quantia
N’alma, nos poemas, sem nenhum custeio
Tudo pegado de dentro da coxia da poesia

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 setembro, 2022, 17’12” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ALÉM DA POESIA

Se outrora, no princípio, a prosa foi talvez
Num sentimento que pelas mãos escorria
E, a alma em poética e sonhadora nudez
A doce ilusão permanece além da poesia
Quando floresce, latejante, mais uma vez
Sinto que o amor existe com vária fantasia
E, dando carinho e sensação sem timidez
Cria-se os versos tão lotados de ousadia

Se do profundo ardor ergue-se o momento
Não pode ser fim em eterno esquecimento
Pois, o poetar tem movimento e sensação
E sinto, ó deidade, a farsa que então seria
Um verso sem cor, sabor, cheiro e cortesia
Estaria vazio de olhar, toque e de emoção...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/03/2023, 10'50" – Araguari, MG

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⁠MAL DE DOR

Toda poesia de agonia, por mais que doa
Na prosa de espera encontra recompensa
Toda aquela situação que causa sentença
Muda-a poeticamente em composição boa
A rima que fere, a inspiração que agrilhoa
Emoções não são que o tempo não vença
Apreço transforma em luz a penúria densa
Em um verso com sentimento nada magoa

Ai do poeta que sente, sem ter proposta
Escrevendo o mal de dor e de amargura
Negando o sim, e poetizando que gosta
Noutra parte, em vão, busca a ternura
Em um coração partido, sem resposta
Pois, somente com amor a dor se cura!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 maio de 2023, 14’16” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ACROBATA POESIA

Sonha, devaneia, numa prosa que acalenta
Como a sensação dum coração enamorado
Nervoso, poético, em um versar encantado
Sentimental e de um desejo que apimenta
Versa a imaginação, com a alegria atenta
Agita a alma e, dum sentimento povoado
Salta, celebra, gargalha, frenético pecado
Sai e escorre pelas mãos, a trova sedenta

No movimento a inspiração se lança no ar
Do alvor do papel, e em piruetas a apontar
Viravolteando cantos de amor e de magia...
Saltitante pensamento, poeta, saltimbanco
De ilusão inquieta, num rumoroso arranco
Se arroja e se mostra em acrobata poesia!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 junho, 2023, 20’32” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO SEDUZIDO DE AMOR

Esse que prosa por aqui, leitores
De poética jura e sensível feitio
É um soneto mais, mais louvores
De mais cores, o tal, mais gentio
Sintam que são de nobres teores
Sutil poesia, sensação e arrepio
Hino romântico, ofertadas flores
Aquela paz ao coração, pousio

Reconheceis, talvez, ser utopia
Direis que não, apenas, melodia
Um cântico tão cheio de frenesi
Eu vi a emoção trovar o encanto
E, o sentimento no íntimo, tanto
Eu vi... ele seduzido de amor, vi!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16 junho, 2023, 19'22" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Erros

Vou pelo tempo e que no tempo aflito
A prosa sentimental, tropega, suada
Poesias que tagarelam com o espírito
Das faltas, vou indo pela madrugada
Poética, sofrente, fincada no infinito
Escrito no rigor de uma rima pesada
E nos meus enganos o olhar contrito
Colocando a minha alma pendurada

De tudo que finda, a vida que passa
A passo largo a ilusão que escassa
Assim, gerando nas causas, aterros
Então, equívoco e acerto o destino
Ferino autor... num quase desatino
Saturando o fado com infindos erros

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2023, 19, agosto, 20’14” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Súplica (soneto III)

Há uma prosa jacente que mascara
O meu poetar sentimental e sedutor
Revirando aquela saudade tão cara
Sumida nas embirrações dum amor
E nesta dura aflição, molesta e avara
Que deixa na boca o tal gosto traidor
Rola sensação picante que não para
Porque não para a poesia com temor

Ah! Sentimento, por que tanto sente
Por que um coração por afeto mente
Tornando mais dorida a trova inteira
Te suplico! -vem silenciar o momento
Cala meu versar, dispersa-o ao vento
Deixai-me manso da minha maneira!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 agosto, 2023, 20’37” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Soneto penoso

Emoção! ao sentires a poesia pacata
O abandono duma prosa de amor
Trova que fere, canto que maltrata
É pranto que nasce de grande dor
Quando ouvires d’alma rude sonata
Rugindo de um sentimento traidor
E perceberes uma poética ingrata
Entenda, são versos dum sofredor

Cá, esconde as angústias, o tédio
Onde o coração sofre duro assédio
Do desagrado, em verso amargoso
Pois, um poema que magoa, soa
Na sensação... e o sentir atraiçoa
E, quase sempre, resiste penoso!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 outubro, 2023, 08’51” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠BREVE SONHO

Vós que devotei atraente prosa
Com que nutria o meu sentido
Na rosa dada e tão suspirosa
Agora, é o sofrimento referido
Deste amor, no verso perdido
O pranto, de uma dor furiosa
Rasgando a alma tão raivosa
Em um partido coração doído

Agora vejo bem que era ilusão
Mais que razão, que sensação
Apenas um passado tristonho
Seca flor que colhi sonhando
Numa sede de quem amando
Se entregou no breve sonho.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17 maio, 2024, 20’47” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Nos jovens sonhos meus

Nos jovens sonhos meus, ideada prosa
Parecia, que, a poética jubilosa, agora
Perdida no outrora, seria mais, embora
Fantasiosa, sempre foi muito charmosa
Amorosa, de uma poética tão carinhosa
Com emocional verso do coração afora
Sussurrava com a escrita que ri e chora
Cântico sentido, e uma ilusão orvalhosa

Todavia, já madura a poesia, irrequieta
Completa o vão da emoção e o desafia
Suspira, recria, mesmo triste que seja
E segui, devaneia, tem reserva secreta
Tão cheio de sentimento e de cortesia
Que vive a sonhar onde o amor esteja.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 junho 2024, 08’27” – cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONHAR

Quando na prosa se anda perdido
Enredado na solidão e sofrimento
As sensações segredam ao ouvido:
- amar é belo, um impar momento
E se tem pressa, tudo irá ao vento
A emoção é mais que só o sentido
É colorido, é divertido, se atento
for, quando não lhe é permitido

Amador, tem a tentativa ao lado
Se for evidente, fica apaixonado
Num poetizar feliz e de suporte
Se incerto, se solte, nem se limite
Vá além, noutra atração, acredite
Sonhar excede a qualquer sorte!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22/09/2024, 15’35” – cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O MEU POETAR (soneto)

Eu poeto porque sou prosa
Brindado no redigir o brado
Trilhando os trilhos do fado
De poesia e alma amorosa

Poeto como quem é atado
Aos versos. Sede preciosa
Se suspiros, arte dolorosa
Que imergem do eu calado

Poeto com a voz corajosa
Do amor à vida, indomado
Sem amarras, força curiosa

Canto os devaneios, alado
Tal o perfume de uma rosa
O poeta mineiro do cerrado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VANITAS

Só, em silêncio, a inspiração tímida e fria
Poeta... A prosa sai tremulante e inquieta
Rascunhando a estrofe em uma linha reta
De ilusão secreta, dor e suspiro em agonia

Febril, sua o devaneio, amotina a euforia
Bravia a alma grita, palpita, e então espeta
O nada, por fim, quer ser qual um profeta
Iluminado, falante e de alucinada idolatria

Poeto... cheio da minha imaginação cheia
Nascente do meu mais abismo profundo
E desagregada das paredes da teimosia...

Farto, agora posso descansar a cavalaria:
As mãos nervosas e o coração moribundo.
Arranquei-ti-ei pra vida, vivas tu ó poesia!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

UMA ROSA

Uma rosa é uma rosa
De uma beleza caprichosa
De um perfume em prosa
É comunhão, é jóia preciosa

Uma rosa faz sedução
Em ramalhete e ou botão
É fecho para o coração
Dengosa, alicia a emoção

Tão fugaz em sua real vida
A rosa flor se faz em despedida
Majestosa, torna-se flor despida
Uma rosa sempre uma rosa. Garrida!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2014, fevereiro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Despedida

Meu coração, de poetar-te, delira
Escreve rascunhos cegos e sem vida
Com prosa sem cor e de mentira
E não se pode ser lida nem ouvida
São gestos e olhares de um caipira
Onde a alma se vê enlouquecida
Nas mesmas estórias e mistério
O meu amor por ti, anda de partida
Assim escrevo com tal despautério
O que sinto, frágil, faço em despedida
Saiba tudo passa, a dor tem cautério...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO ABSTRATO

Na prosa do poeta, não só tem poesia
às vezes de tão vazia, o abstrato pinda
arremata cada imaginação, e aí, ainda
nada lhe completa, nada tem harmonia

Tu'alma inquieta, o verso na berlinda
a solidão, a lágrima, a dor em romaria
se perfilam no papel em uma rima fria
e assim, a privação na escrita brinda

Neste limitado querer, sem simpatia
o silêncio, o belo, no feio prescinda
e a inspiração, então, fica sem orgia

Aí, o soneto sem quimera, não finda
e os devaneios perdidos na ousadia
sem fantasia, a ausência é provinda

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 09 de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AMBIÇÃO

Eu quis versejar, pelo prazer pleno
de ser bardo, sonhador, arrojado
duma prosa um entusiasta sereno
ter minha trova daqui do cerrado

Quis dar a imaginação um aceno
bálsamo ao sentimento apaixonado
ao riso, ao choro, um efeito ameno
disfarçando a emoção num brado

E vi que a sensação apenas é, na vida
o dado entre a tragédia e a comedia
- a chegada, o centro e a despedida...

E, piegas que sou, em um castigo
fujo aos sonhos, e de alma tédia
taciturno, me assisto só, comigo!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/09/2020, 15’00” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AO LONGO DA PROSA UMA TRISTE POESIA

Ao longo da prosa uma triste poesia
Já quando o entardecer deslustrava
no silêncio que o dia, assim, estava
e o cerrado baforando melancolia

A solidão pelo horizonte estendia
um rubro vago no céu caminhava
entre os suspiros e choro exalava
saudades que a lembrança dizia

E na rudeza que o sentido fingia
a sofreguidão num só tormento
levai, ligeiro vento, está agonia

Oh se podeis ter dó do lamento
meu, vos imploro, nessa avaria
levai, levai do meu sentimento!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro, 14 de 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VENDAVAL EM CANTILENA PROSA

Cai no cerrado, ó chuva, e nos beirados
Sussurrando sons que o apavorar fiança
Em pingos d’água numa enfada dança
Purgando áridas angustias e pecados

Temporal no sertão, e tão agitados
Escoam nas planícies numa pujança
Deitando melancolias numa trança
De saudades e suspiros desolados

Do teu copioso gotejar, o luzidio
Relampejar, eriçando em arrepio
Que agita a tempestade tão furiosa

Troa lá fora, em um agravo vitupério
Estrondeando e envolto em mistério
De um vendaval em cantilena prosa...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/11/2020, 20’51” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PROSA ...

Não demore, venha já, velho estou
Há tanto para relembrar, o passado
Teu olhar no meu, ver o que restou
Apertar tuas mãos, ficar ao teu lado

Quero sonhar afagos do que passou
E não comunique que está ocupado
O amor foi tanto, ainda não acabou
Sorva, que só assim, pra ser amado

O tempo fugaz voou, e tal o alcance
A saudade, de nós, assim, suponho:
- pois, desta prosa ainda há traços...

Não se pode silenciar este romance
Ele decerto faz parte do doce sonho
Pressinto desejar-nos nos abraços!...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06/03/2021, 19’20” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol