Próprio
Olhei no espelho e não resisti ao colorado de meu sorriso, feito por meus lábios vermelhos carnudos, combinados com meus dentes cor de neve.
Taquei um beijo no espelho!
Senti-me como Narciso de Beócia, feito flor nas águas do Estige.
Enquanto ele tentava contemplar a própria beleza, eu apenas quisera conhecer o sabor do próprio beijo.
O corpo da mulher
É morada da sua alma.
Toda alma é diferente
Cada alma é como é!
Da mesma forma que não se deve, nas paredes do vizinho "Meter a colher"
Não palpite na aparência donde mora a alma de cada mulher.
Essa situação,
Pode ser comparada com a maneira que por nós, cada casa é decorada.
Há quem não ligue para a aparência de sua morada.
Tá bom do jeito que é!
Há quem pinte as paredes da sala e pendure quadros de heróis do cinema, ou heróis de sua fé.
Há quem escolha
Móveis rústicos e clássicos.
Há quem prefira
Móveis modernos e práticos.
Há quem ache
Que tudo clean é mais bonito.
Há quem escolha
um estilo, meio Romero Britto.
Cada um tem o gosto que tem.
Cada um decora como lhe convém.
Tudo feito para sentir-se bem.
Por isso,
Opinar sobre a morada da alma da mulher, eu nem arrisco.
Pinte a fachada com maquiagem.
Se precisar, faça até lipo drenagem.
Mude o cabelo, mude o semblante
Sinta-se linda. Sinta-se elegante.
Entre a mulher com silicone no seios, e a que do próprio corpo sente receios...
Prefiro a mulher que se sinta confortável, deslumbrante e desejável...
Se sinta em liberdade...
Indiferente de sua idade.
Se sinta linda o espelho olhando...
Linda na rua em que vai caminhando.
Prefiro a mulher, cuja a alma esteja feliz, no corpo em que está habitando.
Os dias vão passando, às lembranças vão ficando e a vida vai seguindo seu curso...
Aquilo que era conhecido se torna estranho, pois o tempo muda tudo a cada segundo e nessa ausência vamos nos redescobrindo, vamos nos readaptando e quando percebemos a felicidade só depende de nós para acontecer, pois é na ausência que aprendemos a viver.
Que consigamos nos perdoar o suficiente para nos amar e seguir em frente livres das correntes de sofrimento.
É na madrugada no silêncio ensurdecedor, que mostramos todas as coisas que escondemos dentro de nós.
Preciso escrever para
que eu te esqueça
e assim vou descobrir
com quantas linhas
te tiro da minha cabeça.
Se olhar pra mim te desagradas
Peço que feche os olhos ao me ver passar
Só não me peça levianamente
Que eu mude minha aparência
Pois se tua opinião machuca
Então é em você que mora a deficiência.
Você tem que entender que algumas coisas não podem ser mudadas, mas você pode sim aceitá-las e conviver com elas. Não tente lutar com seus demônios, pois os mesmos fazem parte de você. Então tente entrar em algum acordo com eles para que você viva em paz consigo mesmo. Eu aprendi a viver com os meus, e com um tempo eles nem me tomavam mais tanta atenção.