Professora

Cerca de 470 frases e pensamentos: Professora

Eu tinha medo de ir para a escola quando tinha uns 8 anos. Medo é a palavra mesmo e hoje eu nomeio o sentimento que já foi chamado de frescura e preguiça. Era medo. Na época eu estudava no Ramão, lá em Guará e apanhava de alguns meninos mais velhos mas meus pais estavam passando por um divórcio difícil e eu não queria preocupar ninguém, então ia com medo mesmo, c’est la vie, eu diria hoje, e levava meu corpo fraco cotidianamente para a roleta russa de apanhar ou não.
Nessa escola havia a melhor professora do mundo: Tia Helenice. Ela era uma mulher rica para os meus padrões de consumo da época, toda arrumada, com uma jaqueta de couro e o cabelo cortado baixo é uma doçura que não é típica dessa classe e tampouco daquele lugar. Por um motivo que eu desconheço, a tia Helenice foi com a minha cara, me tirou da carteira do fundo, me incentivou em todos os aspectos e eu fui - dentro de um ano- quase uma experiência de angicos, me tronando um dos melhores alunos da sala.
Naquele ano aprendi a ler decentemente, comecei a prestar atenção nas aulas, aprendi até matemática. Foi transformador. E hoje, passados mais de vinte anos, o cabelinho cortado e pintado da minha professora ainda está vivo na minha memória e eu entendo que ser professor é o que ela fez por mim e que é por causa dela que eu sou professor hoje. Através de uma professora de uma escola pública de bairro pobre eu fui transformado.
Nunca mais vi a minha querida professora. Não sei nem se está viva, mas para mim, ela representa muito mais do que qualquer professor com phd que conheci ao longo da minha vida.

Inserida por cucaly

A Revolução dorme na Periferia

Revolução nasceu na periferia, magrela e desdentada mal podia chorar. Não teve forças pra mamar pela primeira vez no peito murcho e já quase seco de sua (ama de leite), vizinha de parede, que havia parido alguns meses antes uma dupla de desajustados (como fez saber alguns anos depois a escola). Ela, Revolução, cresceu em uma rua de terra agitada no bairro mais violento da Zona Norte, onde até o medo tinha medo de estar. Lá não tinha nada (parques, praças, quadras, ruas asfaltadas, essas coisas), mas também não tinha nada de mais, era um lugar comum, feito qualquer um, feito outro lugar qualquer. Era lugar onde se podia encontrar a mais variada gente, onde a alegria vivia cercando as pessoas e a vida pulsava em uma intensidade diferente.
De fato, lá tudo era mais intenso! Os sorrisos, o choro, o cheiro de frango frito, a catinga da cachaça no hálito seco e duro dos bêbados quase mortos caídos na calçada de qualquer jeito e o cheiro da erva, da pedra e da dor que ecoava da tristeza dos olhos da mãe resoluta, sem saber o que fazer diante do excesso que a intensidade do lugar propiciava. Lá democracia era na (b) fala de quem pudesse se impor e, o silêncio, a primeira lição aprendida já ao nascer. Lá buraco era buraco mesmo, fundo, bem fundo! E cavava-se até não ter mais como continuar e quando o buraco já estava mudo, criando impossibilidade de se continuar, cavava-se ainda um pouco mais até o fundo escondido abaixo do fundo que existia no buraco, antes desse se tornar cova. O que não era incomum!
De Revolução só se sabe os sonhos que contava baixinho ao pé dos ouvidos da professora, única pessoa que ela confiou até hoje. Uma senhorinha bem velha, com hábitos estranhos e vestes (alternativas), que contava com orgulho ter pegado em arma nos tempos de escola, durante o período da ditadura militar, onde se reunia com suas colegas durante a noite dentro de uma manilha abandonada na Rua Um (primeira rua a ser pavimentada no bairro), e lá tramavam subversivamente contra os desmandos do governo golpista. Revolução lembra-se dos limões que chupava pra matar a fome e do nó nas tripas que sentia sem poder gritar, lembrava-se dos amigos e amigas que morreram mudos e também dos que conseguiram a liberdade, ainda com pouca idade, na mão de algum salafrário abusador. Revolução reconhecia naquela senhorinha a sua única saída, se espelhava nela e em sua filosofia de vida; a Educação tanto falada pela professora tornou-se seu hino da mudança, sua única esperança de evoluir, já que tudo ali parecia fadado a murchar. As manchas brancas e a pele áspera de Revolução eram dos vermes e das lombrigas adquiridas no contato com a água podre que corria sob sua casa. Revolução cresceu faminta, lambendo os beiços enquanto assistia o frango rodar na ilha de assar exposta no passeio da padaria de seu bairro, onde aprendeu desde muito cedo a se virar. Aos treze anos, Revolução se perguntava por quem todos ali morriam? E perguntava-se também, porque morriam tantos ali todos os dias? Revolução era feliz, apesar de tudo! Talvez procurasse algo, talvez não soubesse ainda o quê, tateando sempre no escuro era mesmo difícil de saber.
Revolução já dava sinais de cansaço e andava meio sonolenta nas aulas, já não se importava com as revoltas nas ruas, nem se revoltava com as incursões da polícia na favela, nem com a iminência da morte de seus amigos subindo e descendo vidrado(s) feito soldados, nos becos e nas vielas, nem com o cheiro de pó e pólvora que impregnavam as suas narinas e oprimiam seus olhos. Revolução incrédula olhava pela janela e sem poder acreditar via a vida diferente. Mas não sabia explicar o que estava vendo ou sentindo! De repente, tudo que foi sempre torto parecia ter se endireitado, parecendo fazer algum sentido. Revolução sentia as juntas doerem e parecia ter os sentidos alterados, as pernas reclamavam o peso de seu corpo e os enjoos e náuseas acentuavam. Já sem paciência, Revolução curvou seu corpo franzino e em meio ao sangue que jorrava angustiante por entre as suas pernas juvenis, pariu gêmeos. Caída no chão da cozinha e sozinha no barraco, nem lamentar podia. E se lhe perguntassem quem era o pai... O que ela diria!
Os dois filhos de Revolução foram criados pela professora e cresceram e viveram até a vida adulta e, apesar da culpa, todos entenderam a importância da luta daquela mulher. Filhos (bem sucedidos) da Revolução nasceram do ventre estreito de sua genitora, mirrados, sem esperança e famintos, foram acolhidos pela professora; e apesar do karma em seus (DNA’s) cresceram argutos, espertos, astutos e hoje lutam pra que outros também possam revolucionar. Lutam para que outros vivam, para que outros não se calem, nem sejam silenciados. E se hoje vivem, é para servir de exemplo, ser espelho da Revolução que na periferia ocorreu... Preta, catadora de lixo e guerreira que nos pariu e morreu. Revolucionária do dia a dia que viveu e morreu um dia de cada vez, que cresceu ouvindo a professorinha dizendo que quem luta e não se cala, cala a fala de muitos e muda a forma que o mundo conforma quando distribui a sorte e desenforma a forma que o deus dos brancos escolheu. Cresceu ouvindo a professorinha dizendo que: - “Quando a periferia tomar consciência de sua importância para a sociedade verá, nesse dia, o desencadeamento da maior revolução da história do Brasil”. E de tanto ouvir a professora falar moveu seu mundo e mudou o rumo de tudo, revolucionando o rumo que a vida preestabeleceu, seguiu em frente orgulhosa enquanto o futuro moldava o presente de toda aquela gente que o passado estranhamente esqueceu. Hoje dorme na memória revolucionária da periferia que na história dos livros ninguém leu.

Inserida por JWPapa

⁠As palavras que saem da boca de um líder, tem tanto poder de elevar a autoestima, quanto tem de destruí-la. Cuidado com o que fala, palavras são como penas.

Inserida por Professora_Samara_Ar

⁠Feliz Dia dos Professores

Aos nossos heróis que, independentemente de nossas idades, sempre estão dispostos a nos ensinar que a educação sempre será a arma mais poderosa que podemos carregar.

Inserida por LyuSomah

⁠" Dizem que, quem ri por último ri melhor. Pode até ser que isso seja verdade! Aí, nesse caso,ainda existe uma expectativa. Eu penso que a JUSTIÇA é boa, perfeita, quando ninguém mais espera por ela, então, ela SURGE!"

Inserida por CASSIABERCOT

⁠Melhor estar cercada de mil crianças puras que um adulto maldoso.

Inserida por CASSIABERCOT

⁠A derrota do espertalhão é achar que todo mundo é bobo tanto quanto ele gostaria que fosse.

Inserida por CASSIABERCOT

⁠Muitas vezes a riqueza premia a quem menos vale.

Inserida por CASSIABERCOT

⁠SALA DE AULA
Quando olho pela janela
Da minha sala de aula
Aperta-me o coração
De ficar fechada nela.
E lá fora o mundo não para
As pessoas, os carros em revolução.
Aqui dentro o mundo é paralelo
Sempre igual, sem emoção.
Olho o relógio, é a mesma hora
E o tempo não passa, se arrasta
E ansiosa, olho a janela
Na esperança de ir logo embora
Há se eu tivesse assas
E pudesse sair pela janela
E voar pelo mundo afora
Nunca mais voltaria para ela
Essa sala, com janelas pequenas
Quase me mata de aflição
Não adianta nem olhar
Pois vou permanecer na prisão
Nem voar em pensamento
Pois alguém chama todo momento
Todos querem atenção
E nem imaginam minha aflição.

Inserida por Genelucia

⁠Sorte: Palavra associada ao seu sucesso, pelos que não acompanharam sua caminhada.

Inserida por Professora_Samara_Ar

⁠Os perversos só entendem a linguagem da força.

Inserida por CASSIABERCOT

⁠Eu e a minha FAMÍLIA somos todos da PAZ, porém, se para dizer, fazer e ver a Justiça for necessário abrir mão da PAZ, que seja!

Inserida por CASSIABERCOT

⁠Em toda minha VIDA sempre LUTEI e ainda LUTO contra covardes gigantescos e perversos impiedosos mas NUNCA baixei a guarda e a cabeça pra eles! Já enfrentei diversos maledicentes, caluniadores, difamadores, misógenos, traiçoeiros, narcisistas, e ainda assim SOBREVIVI a todos os prejuízos que me causaram . Já lutei e ainda luto contra o IMPÉRIO DA MALDADE e suas artimanhas, porém, em TUDO DEUS me deu VITÓRIAS ! CORAGEM É MEU NOME NO CÉU E INCANSAVEL NA TERRA!

Inserida por CASSIABERCOT

⁠Sinto vergonha de ter conhecido certas pessoas e lamento que algumas delas tenham entrado na família dos meus pais e dos meus irmãos, elas só trouxeram confusões, intrigas, mentiras, trapaças e prejuízos; nada de bom. E isso é lamentável!

Inserida por CASSIABERCOT

⁠Algumas pessoas julgam as outras daquilo que elas são capazes de fazer, de dizer e de pensar.

Inserida por CASSIABERCOT

⁠As perversidades, crueldades, maldades, violências que são cometidas contra uma criança não merecem nem o perdão de Deus!

Inserida por CASSIABERCOT

Existem pessoas que são capazes de tudo por dinheiro, vantagens, por prazer, sadismo, egoísmo interesses, odio, inveja, ciúmes, rancor, desprezo, despeito, ⁠e até por nada mesmo!

Inserida por CASSIABERCOT

⁠ Vou esclarecer uma coisa de uma vez por todas: as pessoas têm o direito de fazer e dizer o que quiserem e depois de arcarem com as consequências.
O fato de eu não querer mais me dar ou procurar alguém não significa que eu tenha ódio dessa pessoa.
Significa apenas que, eu não quero mai nada com ela.
Isso não é orgulho, isso é amor próprio, isso é vergonha na cara! É herança que meus Pais me deixaram.

Inserida por CASSIABERCOT

⁠ Uma coisa é certa, você pode ter os amigos que quiser, mesmo que alguns deles sejam meus inimigos.
Você pode até concordar com eles, vou sempre respeitar a sua opinião mas eu não vou mudar a minha postura só para te agradar. Não vivo do que pensam, e sim, de quem eu sou. Não estranhe se perder a minha amizade.

Inserida por CASSIABERCOT

⁠ O fato de você estar passando por problemas, tristezas, decepções, angústias e provações, não lhe dá o direito de ofender a quem também está sofrendo. Todos sofrem de um modo de outro o que eu não posso é fazer da minha dor um palanque com um microfone para ofender os outros.
Disso eu tenho certeza que Deus não se agrada.
Procure resolver as suas lutas, frustrações, decepções, tristezas, angústias e provações, sem ferir pessoas quevte amam.
Converse mais com Deus e te mostrará o caminho correto e justo para resolver as suas lutas.

Inserida por CASSIABERCOT