Professor Mestre
A mente nada mais é do que um instrumento ou um membro, como pés e mãos. Mas a mente tem oscilações. Ora está bem, ora está mal. Às vezes está alegre e eufórica, outras vezes triste e deprimida. (...) A mente pode ser anestesiada, drogada e manipulada. Mas a mente também pode ser controlada, dominada e superada.
Existem muitos caminhos (Margas) por onde o homem poderá perder sua Consciência Espiritual. Se usarmos alguma droga, médica ou não-médica, ou se usarmos o álcool, afetaremos imediatamente o nosso estado mental. E a mente estando afetada, o corpo padecerá. E padecendo, passaremos a dizer coisas boas e ruins, ora conscientes, ora inconscientes.
O homem deve elevar-se com sua própria mente e não se degradar. Atingir seu Ishwaraguru (Ser Divino) é a meta da vida. Para aquele que conquistou a mente, ela é o seu melhor amigo. Mas para aquele que fracassou nesta tarefa, a mente se tornará seu pior inimigo.
Os três modos (Gunas) que encontramos em toda Natureza são: Tamas (modo da inércia, da ignorância), Rajas (modo da agilidade, da inteligência ou paixão) e Sattwa (modo da espiritualidade, do equilíbrio, da bondade). Tudo o que acontece em Maya provém da combinação de dois fatores: Kshetra (Corpo) e Kshtrájña (Alma). Esse provêm de Mahatattwa (Substância Material).
Como saber quais são os nossos objetivos? Todas as pessoas têm objetivos, maiores ou menores. Talvez algumas pessoas não queiram admitir isso. Outras, talvez, não estejam conscientes dos seus objetivos de vida. Mas todas elas têm objetivos, conscientes ou inconscientes. Estabelecer objetivos é fundamental para nossa vida.
Aquele que conquistou a mente e despertou sua consciência em direção ao Absoluto goza da tranqüilidade e da paz interior, pois alegria e tristeza, calor e frio, honra e desonra são todos o mesmo. Quando a mente é desencaminhada pela energia externa de Maya, o indivíduo é envolvido pelas atividades exclusivamente materiais.
Quando o homem entra em contato com a natureza material (correspondente aos Gunas: Tamas, Rajas e Sattwa), fica condicionado automaticamente por esses modos. O homem, porém, é transcendente a todas estas coisas, inclusive à natureza material. A verdadeira natureza do homem é essencialmente pura. Santocha é a pureza preconizada pelos grandes sábios para que o homem atinja sua plenitude.
"A pureza traz o cuidado com o próprio corpo e a atenção no contato com os outros. A pureza deve ser compreendida de forma ampla, pois se refere à limpeza corporal, mental e emocional".
Lembre-se: “planos não substituem ações”. Você precisa QUERER E AGIR para concretizá-los. Querer apenas não basta! Os objetivos modificam a nossa vida, para melhor ou para pior. Você pode se tornar uma pessoa altruísta ou egoísta. A escolha é sua e de acordo com os seus objetivos.
Quando uma pessoa está estabelecida em autorealização é um Yogi e está em harmonia com todas as coisas. Alcançado esse estágio, o Yogi está em sintonia com o conhecimento do Vidya Yoga em teoria e na prática. O que pensa e fala é coerente com sua ação prática.
O ser humano está condicionado desde que nasce pela natureza material, quepode ser de diversos tipos. Estas diversas manifestações psicológicas podem ser transportadas a qualquer momento, desertando o verdadeiro Eu Espiritual.
O homem que se estabelece somente na teoria sem dar importância à vivência prática e à experiência não está realizado na Verdade!
Ninguém pode compreender a verdadeira natureza transcendental, nem transcender todos os sentidos, se não vivenciou intensamente todos os sentidos.
Somente aquele que renasce pelo Espírito (Purusha) é que vive verdadeiramente. Os demais vivem ilusoriamente, considerando o não-eu como o Eu verdadeiro. A vida só será vivida intensamente quando tivermos a consciência de que devemos substituir os fatos materiais por valores espirituais.
"É simples: divida seus objetivos em fatias menores e se esforce para cumprir etapa por etapa. Beber um balde de água de uma só vez talvez seja difícil, mas um copo ou dois, obviamente, será mais fácil e dentro de suas possibilidades. E em breve, de copo em copo, você acabará consumindo o balde inteiro."
O desapegado usa as coisas materiais por serem importantes e necessárias para o seu trabalho e para o seu desenvolvimento. O apegado abusa das coisas materiais e as considera inúteis e sem importância. Quando o homem não se apega a nada, mas utiliza as coisas como uma plataforma para seu crescimento, aceitando tudo com gratidão e contentamento, seu processo interior está em equilíbrio e a pessoa está situada acima do sentimento de posse. Contudo, no outro extremo, aquele que rejeita a tudo sem o conhecimento de sua relação com o Cosmos não é tão completo em sua renúncia.
"O corpo impuro é um obstáculo para o desenvolvimento espiritual. É impossível alguém conseguir um aperfeiçoamento mental ou em qualquer outro nível, se ainda está com o corpo físico em desequilíbrio. Cuidar do corpo é um dever sagrado".
"O nosso corpo nasce para abrigar a alma e está destinado a ser destruído hoje, amanhã ou mais tarde. Nós nascemos para cumprir a verdadeira missão. Alguns terminam sua tarefa, outros não, alguns cumprem sua obra, outros não. Uma pessoa que sabe disso é realmente sábia e para ela não há causa de lamentação, seja qual for a condição do corpo material.
Devemos estar atentos ao nosso Dharma. O dever de um soldado é combater. Com a mente tranqüila, devemos aceitar como iguais o prazer e a dor, o ganho e a perda, a vitória e a derrota.
A morte (Kalevára) não existe de fato. Na verdade, no mundo relativo, a morte deriva do nascimento e a partir deste surge a morte. Mas para um Yogi, nascimento, vida e morte são apenas aspectos fenomênicos e visíveis da Natureza (Maya).