Professor Mestre
Tenho saudades das brincadeiras inocentes da infância...
Da amizade com os colegas e professores da escola...
Da família reunida ao redor da mesa...
Das conversas com os vizinhos nas noites do luar;
Da igrejinha simples e humilde, onde encontrei o meu primeiro amor, que é Deus.
Tem coisas que nunca mais vai voltar.
Tem coisas que jamais será a mesma.
Mas que possamos voltar a inocência, a respeitar o nosso semelhante, a comunhão familiar e a viver em união com os nossos irmãos.
Pois o sentimento do amor é o mesmo, e Deus, o dono da vida e do amor, não mudou, ele continua sendo Deus.
“A obediência é a virtude que mais aproxima o seguidor do seu mestre. E quanto maior ela for, maior será sua preparação para ouvi-lo”
Ney Paula B.
O verdadeiro educador não se ver como colaborador de uma gestão escolar, mas como professor de uma escola que pensa o seu projeto político pedagógico com o foco no aluno e não nos interesses políticos de um sistema que mantém a rede de ensino, a qual pertence.
O professor comprometido com os seus sonhos pedagógicos procura fazer de sua práxis o retrato fiel do seu pensamento que expressa pelo seu discurso.
Um dos maiores desafios de um professor é enxergar a luz existente em um aluno, que teve toda a sua trajetória, dentro da escola, sendo conduzido por uma escuridão criada pelo próprio sistema de ensino.
O professor comprometido com o propósito de uma construção omnilateral de seus alunos, não consegue enxergar como normal, a anormalidade de um sistema que inclui excluindo, informa desinformando, educa caducando na sua essência do seu papel social.
Quando o professor acata a denominação de colaborador dentro de um sistema de ensino transformado em empresa, deixa de ser agente transformador, emancipador, para se assumir como construtor de modelo satisfatório para este sistema que enxerga como objetivo de suas ações, a excelência do próprio sistema e não o aluno.
Compreender o porquê do não aprender, pode estar em o professor imersar no desconhecido mundo para além da sala de aula, onde o seu aluno que ele encotrará, não é o mesmo que ele ver todos os dias, sentado diante dele na escola.
Numa educação movida por metas, o verdadeiro professor é um colaborador, dentro do sistema, que se frusta por se ver cobrado para apresentar um modelo de ensino que ele repudia, por não se identificar com a ideologia educacional de fabricar resultados.
Não há nada mais inquietante para um professor do que perceber que faz parte de um processo de ensino e aprendizagem que pode ser taduzido pelo significado, literal, da palavra "processo", pois o mesmo é uma sequência contínua de fatos ou operações que apresenta uma unidade, contrariando a diversidade que é uma caracteristica inata daqueles que ele pretende mediar o conhecer.
O maior mal que o modelo neoliberal de educação construiu,
foi a transformação de professores em dóceis colaboradores.
Enquanto a escola mantiver
um currículo, apenas, como
pano de fundo de suas ações
os professores continuarão
exercendo um papel
de meros colaboradores,
de um sistema de ensino,
que prioriza os resultados como
determinantes de uma qualidade questionada.
Ser professor é ir além do currículo. É não corroborar com a ideologia neoliberal que o transforma em colaborador de um sistema de ensino que faz da escola um aparelho ideológico do Estado.
Educar de modo significativo
não está relacionado
ao fato de um professor
adotar uma metodologia adequada,
mas dele ser significativo
no que ele ensina
Um professor, que apenas acumula
o conhecimento teórico acadêmico
e a prática pedagógica adquirida
da experiência de sala de aula,
não tem a condição necessária
para credenciá-lo como educador,
pois educar exige muito mais do que saber
passar conteúdos com a qualidade
que a a teoria e a prática pode proporcionar.
O professor que desconhece
o seu papel social
na mediaçåo dentro do processo
de ensino e aprendizagem,
não educa para a transformação,
contribui para a formaçåo
de uma docilidade que faz o
oprimido enxergar a opressão
como algo a não ser transformado,
mas aceito como normal.
O professor que tem medo
de lutar pelos seus direitos,
não educa para a criticidade,
apenas contribui para a
manutenção da docilidade
que faz o oprimido se sentir
o único responsável
pelas desigualdades sociais,
as quais ele é submetido.
Como o professor, quanto educador, pode mediar no processo de
ensino e aprendizagem na formaçåo
de sujeitos críticos na sociedade
se não sabe ir além
do currículo que lhe é imposto?