Profano
O meio do mundo é frio e insano, o mundo do meio é quente e profano, onde meio mundo se deleita em meio do mal e, às vezes, meio do bem, além da outra metade que é meio indiferente e diferente no meio, porque nada é por inteiro nem todo inteiro é fora do meio.
Sabedoria do Amor
O amor pode ser profano e sábio, pode trazer a felicidade em apenas minutos, algo que o amor não explica é por que ficamos tão bobos por uma pessoa que amamos.
Isso é a sabedoria do amor entrando na sua mente, analise que o amor é uma flor a brotar pela manhã, dê atenção especial ao amor da sua vida e verá que ela lhe dará bons frutos, regue o jardim e colha os frutos, limpe as folhas que caem como se fosse brigas amargas e invista em carinho e amor.
O amor trás lembranças que nossa alma jamais ira esquecer, viva com o amor e o amor lhe dará o segredo da vida, seja o amor e o amor lhe tornara uma pessoa querida por todos, se prontifique a amar e será amados todos os dias pela mesma pessoa.
Flor Maldita
Embora tivesses tu,
Pisado em solo profano
Sentia-se a alegria virginal
Que só existe em ti.
Doce pecado maléfico,
Que andas perambulando
Pelas covas do cemitério maldito
Com o mel sujo de sangue.
Ah! Carnes amáveis,
Fujam de minha presença;
Pois odeio amá-las.
Flor maldita e abstrata,
Por que corrói meus ossos e
Carnes com teus amáveis beijos?
Flor do pecado, sei que te amo, mas não te quero. Placebo profano que insiste em casar comigo a qualquer hora, dia, mês e ano.
Hoje nos abomino, pois o atroz pecado saboroso habita em mim e lambe o meu coração.
Onda maldosa e dolorosa de prazeres insanos e profanos, de uísques e cigarros que um a um destroem meu lado humano.
Flor podre, tu despertas em dores de parto o perfume da morte como a fragrância da dor.
Sem Reservas
Invadiu-me, profano,
com mãos inquietas e toques famintos.
Cobriu-me de um desejo insano
à mercê do teu domínio
minhas forças ruíram. Entreguei-me.
Minha pele vibrou no comando dos teus beijos.
O silêncio ensurdeceu com meus gemidos.
Rasgamos os lençóis do pudor
e nos fundimos sem reservas
abrindo portas pro nosso prazer.
Reverbera
Um mandala depenado na casa de janelas de espera
O sacro amor profano
A falta de saber deixar
E os telefones todos com ela
Esse seu me abandonar por aí
Minha solidão, querendo seu estranho desejo odioso.
E várias outras mãos te digitando
E os telefones tocam sem ela
E desse vai sem ir
Nesse insosso sabor de desdém
Aonde eu vejo e penso lembro
E o telefone reverbera essa aquarela.
Que amor é esse que se faz tão complicado?
Amor insano... quase profano...
amor todo atrapalhado?
Que amor é esse que tira meu chão,
faz bater forte meu coração?
Que amor é esse que aceita amar sem ser amado?
Tocarei sim teu corpo insano,
Em noites de luares qualquer,
Farei-te céu, desejo profano,
Para sentir-se, minha mulher.
Profano é todo aquele movimento que incita alguém a desprezar o próximo pelo fato de que apenas tem uma opinião diferente em relação a um assunto qualquer.
Voltei a ser aquela que não se importa. Não se apega. Não perde. Que une o divino com o profano. Adora o jogo e as regras são simples: Nunca desista e nunca recue.
Gosto de consequências, porque não existem regras, apenas possibilidades.
EPITÁFIO D’UM AMOR
Fui extenso, limitado, fui belo, fui pródigo, fui profano,fui...Hoje nada sou, de mim resta quase nada, muito pouco, não mais o bastante, talvez lembranças, sonhos, mas foram-se as ilusões. As esperanças devoram-me dia após dia como um vapor que leva a última gota do que já foi um oceano, mas não me rendo, vou até o fim, mesmo que não mais me percebam, que não falem mais de mim, ainda estarei aqui, alimentando-me do que me devora, e quando tudo de mim se for irei ao meu mausoléu e lá ficará em memória esse meu epitáfio, que aos poucos se diminuirá, mas jamais se findara totalmente, pois, não fui eterno mas o que restará de mim será.
Quando for-me deixarei tudo preparado para um próximo, meu espaço vazio, minhas duas metades desfeitas, ambas buscando outra metade, que provirão dois amores, mais duas histórias de amores que podem terminar igual a mim.
Entre o céu e a terra
Qual o limite do amor?
Um castelo de sonhos.
Divino, sublime, profano...
Qual a imensidão de um sentimento?!
Ate onde ir, onde chegar?!
Quais as fronteiras a atravessar
Que perigos, mentiras ou verdades?!
Respostas?! Nenhuma.
Apenas deixo levar-me
Por esse amor que apenas tu me causas.
Sou o sagrado e o profano,
a mulher e a amante,
a ouvinte e a falante,
o céu e o inferno,
Sou o paradoxo e a redundância,
a escassez e a abundância,
a confiança e a deslealdade,
o mito e a realidade,
Sou viciante e o saudável,
a sadio e o incurável,
o descaso e a compaixão,
conceito e contradição...
Sou, enfim, os dois lados da moeda,
o sim e o não, pois pra mim não há definição.
Abruptamente surpreendente.
█ SAGRADO E PROFANO
De posse de um conhecimento meramente especulativo e segundo um conjunto de regras ou leis, precariamente estabelecido como isento de falha, erro ou defeito, o indivíduo, com simplismo ou impropriedade, atribui os atos próprios como sagrados, e os de terceiros, se não lhes agradam, como profanos. É uma prática um tanto quanto precipitada porque é costumeira a condescendência com as próprias atitudes, bem como a contundência com as do próximo.
É oportuno esclarecer que neste texto não é atribuído ao profano o caráter clerical e sim o traço distintivo daquilo ou daquele que deturpa ou viola as coisas e direitos individuais; da mesma forma, ao sagrado é conferida a qualidade peculiar daquilo que se sagrou pelo uso e costume como bom para o espírito e/ou para o intelecto. As nossas palavras não se abeiram, pois, da Teologia, do Cristianismo, da Teosofia ou do Iluminismo.
O mundo está repleto de pessoas que julgam que sua faculdade de agir e também o resultado de suas ações são invariavelmente corretos; que seus vícios não se caracterizam como tal e que todos os pontos negativos que se somam em seu currículo aconteceram por obra e culpa alheia. Para estes, a vida estabelece como direito legítimo ou mesmo suposto, que se faça uma escolha, e a preferência rotineiramente se situa entre o profano e o sagrado; entretanto, qualquer opção por um ou por outro resvala numa certeza irrevogável: escolher uma coisa é renunciar a todas as outras.
Sob ótica geral, talvez para muitos, o sagrado e o profano, não se qualifiquem como tal e tampouco como prioritários, no entanto, um ou outro pode colocar-se nos pequenos detalhes que dão consistência ao dia a dia. Assim, os que estão afeitos a atitudes impolidas, escolhem o profano porque está de acordo com o seu caráter, mesmo porque a postura descortês é aparentemente mais rentável e pouco esforço exige; sem dúvida que para estes é mais satisfatório a recusa em ser perturbado pelo mundo e pelas pessoas ao seu redor, do que ceder espaços, muito embora por várias vezes e variados motivos se decidam por perturbar tudo e todos e ocupar espaços que não lhes correspondem.
Em determinadas situações a opção apoucada tomada por alguns nanicos é movida pelo ego (ísmo ou centrismo), que reclama direito ilegítimo, forçando que outros se tornem seus ser-viçais ou que se submetam à sua vontade - deteriorada por princípio e corrompida pela prática.
Para outros, é o da apatia, o estado de prostração e moleza. Para estes, o sofá é útil frente à televisão e quase não se presta ao exercício do acolhimento e troca de ideias com os que lhes compartem o lar. Em qualquer situação, diálogo recusado é entendimento perdido. Descartar a gentileza e a prosa significa desprezo à perfeita convivência. É oportunidade posta de lado, sem considerar que esta não costuma se repetir e quando repete, o objeto para o qual converge o desejo, provavelmente já terá perdido o sabor.
Profanidade a encontramos no homúnculo que incontáveis vezes escolhe não prestar reverência às pessoas ao negar-lhes o cumprimento, a cortesia, o sorriso, o pedido de desculpas; também é profana a usurpação de espaços restritos ou especiais, não permitindo o direito aos quem têm direitos.
Os que vivem em sociedade ou em comparticipação temporária ou demorada de espaços tem o dever, como elemento integrante, de conhecer e observar os costumes da vida social. Os que se recusam agir ignorando as formalidades e procedimentos que retratam boas maneiras e respeito entre os cidadãos, devem se encaminhar urgentemente ao adestramento...
A vida é uma sequência de uniões e separações. Por opção, por imposição ou necessidade ficam para trás, às vezes sem oportunidade de despedida, pessoas, lares e empregos, cuja satisfação deles advindos seria prazeroso usufruir por longo tempo. Se levadas a sério, todas as uniões serão sagradas, porque representam a somatória ou a multiplicação de bens que engrandecem ou esclarecem os agregados; de outro lado, os reciprocamente afastados por di-vergências ou desavenças, não devem jamais assumir o caráter de profanos, ou seja, cada qual atirando para todos os lados na esperança de que o outro seja atingido.
Lao-tsé, filósofo chinês que viveu no século 4º antes de Cristo afirmava: “a bondade nas palavras cria a confiança, a bondade nos pensamentos cria a plenitude, a bondade nas doações cria o amor”. O ensinamento é oriental, mas a sua prática deveria abranger toda a humanidade. A palavra compreensiva entrelaça a amizade e não a deixa esvair-se. O pensamento sensato organiza e rege a harmonia e o equilíbrio mental. A doação é a materialização do amor. Agindo assim fugimos do profano e adentramos ao sagrado. Necessitamos falar e ouvir palavras doces para que a vida manifeste todos os valores que o profano tenta ocultar. É urgente disciplinar pensamentos e projeta-los quando o sagrado lhes dá matizes multicores. A doação é o braço direito da caridade e assume a fisionomia do sagrado, pois que é a manifestação a sobressair o amor ao próximo e a resumir o amor a Deus sobre todas as coisas.
A vida não é apenas o que nos acontece, o que fazemos acontecer ou o que se recusa acontecer. Ela é a somatória dos momentos que se arquivaram no passado, dos momentos que impulsionam o presente em busca do futuro. Mesmo que esses momentos não sejam tão bons como é o desejo que fossem.
Cabe a cada um administrar a própria felicidade ou tristeza. Alegrias e mágoas são condimentos que temperam o dia a dia às vezes sem consulta ao paladar, e sempre por questões de sobrevivência é aconselhável aceitar o tempero por mais apimentado que seja.
O filósofo alemão Friedrich Nietzche, talvez escorado pela revolta, afirmou: “Deus está mor-to”. Não sabemos com que autoridade tenha firmado esse atestado de óbito. Talvez as suas palavras retratem uma alma atolada na solidão, talvez vitimada pela indiferença e desprezo, talvez ferida em suas mais caras aspirações. Hoje nos sobra a certeza de que morto está o filósofo Friedrich e que Deus permanece vivo em bilhões de corações.
Há pouco mais de dois mil anos, um Homem veio ao mundo para pregar amor, bondade, perdão e humildade. Muitos aprenderam, outro tanto, não! Para os que se demoram aprender, o profano lhes é sagrado; para os que pela conscientização guardaram na memória e nas atitudes esses ensinamentos, o sagrado lhes é profundamente sagrado.
Autor: Gérson Gomide
Profano coração ate no profundo dos meus sentimentos.
entre cortes e desejos, sentimento faminto.
devoro tua carne com desejo dos mortais.
virtudes relapsas em sonhos atrevidos.
ditos de anjos que domina tua alma, entre aqueles...
desejos tão famintos na minha alma...
sentimentos perdidos...
A mediocridade é a equilibrista dos meios-termos, ponto médio entre o sublime e o profano, entre a obra de arte e o plágio, entre o êxtase e a decepção.