Privacidade
Quando você retoma a chave da sua vida, abre a porta e entra, encontra um território que sempre foi seu, mas que você tinha doado a alguém. Agora, você anda por este território com olhar de primeira vez, começa a conhecê-lo e apreciá-lo. Não precisará mais doar. Poderá compartilhar. E isto é maravilhoso!
Amar não é mudar é somar as diferenças com respeito mútuo. O amor termina quando a falta de respeito invade a privacidade não permitindo que outro seja ele mesmo.
A internet, que se popularizou a partir dos anos 2000, acabou com vida privada da pessoa humana. Agora é tudo escancarado pra todo mundo vê, até os documentos pessoais. O mundo virou um cortiço, sem privacidade alguma.
A educação, a gentileza e a cordialidade findam quando, diante da recepção decente e sem cobranças, recebe-se em troca inveja, fofocas, calúnias, difamações; invasão de privacidade e dispositivos ligados à internet, com furto de senhas, programas, introduzindo malwares e spyware; A liberdade de alguém termina quando inicia o direito alheio. O prejuízo aos outros retorna a quem o faz tal ação e reação da Física. Somos todos unidos em um único Universo. Ou pomo-nos no lugar alheio, ainda que A ou B sejam-nos "antipáticos", mas a eles é também dado o direito de LIVRE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO. Isso temos de respeitar, há CRIMES que não podem ser esquecidos. Violar Privacidade é um deles...
"Nossa casa, nosso lar, nosso espaço, com quem amamos e com quem nos ama, ali Deus também nos guarda, e mais, nunca podemos fazer da casa dos outros por mais gentis que sejam, como se fosse a nossa casa, isso seria um abuso, é privá-los da privacidade que só compete a eles, é preciso sempre respeito e bom senso."
Às vezes o outro não está enxergando o seu erro nem a sua desordem, daí você os põe em evidência e ele passa a vê-los.
Não devemos expor os erros dos outros tão pouco os nossos.
O que os outros julgam como oculto, eu julgo como precaução de intromissão de terceiros.
Ao invés de expor, eu vivo!
Estamos sempre nos contradizendo. Queremos que as pessoas nos diferenciem dos demais, mas não cremos que sejam capazes de fazer isso. Queremos que as pessoas nos conheçam, mas também queremos que mantenham uma certa distância de nós. Sempre desejamos que alguém nos aceite como nós somos, mas nunca acreditamos que haverá alguém que aceite nossos caminhos distorcidos. É por isso que ficamos bem trancados, em nosso pequeno mundo privado, e jogamos a chave fora, para que ninguém possa nele entrar.
Quem sabe o que mais está inadvertidamente documentado nos telefones, discos rígidos e álbuns de fotos empoeirados das pessoas, como um ruído de fundo que aumentaria de significado para um público diferente?
As pessoas mentem o tempo inteiro.
Algumas mentem por vício.
Há também quem minta por vaidade.
Há os que mentem por privacidade.
Outras por maldade...
E algumas mentem por misericórdia.
A educação não espontânea que nos é imposta pela vigilância alheia, embora angustiante, se for legítima, pode ser uma das poucas opções de reorientação quando estamos desorientados.
Quem preza pelo sigilo e pela discrição deve afastar-se dos excessos, pois eles são verdadeiros expositores e comprometedores de nossa privacidade.
Não alimente os demônios dos outros!
Muitas pessoas que estão em sua vida não se importam realmente com você, utilizam-se de uma falsa empatia simplesmente para garantir que você não esteja melhor do que elas.
Saber detalhes do que você está passando é mais importante do que saber como você realmente se sente.
Não alimente os demônios dos outros, aprenda a filtrar quem merece sua atenção e quem merece sua educação a privacidade da sua vida pessoal é uma parte vital para sua saúde mental.
Contar ou não contar? Essa é uma das questões mais importantes na vida de um soropositivo. Desde o momento em que recebi o diagnóstico, passei horas e horas pensando nisso. Contar para a família, para os rolinhos casuais ou para os namoradinhos mais sérios? Cada situação é diferente e exige uma abordagem diferente.
No caso da família, senti que era minha obrigação contar, afinal, eles são as pessoas mais próximas e que poderiam me dar o suporte necessário. Contar para amigos e rolinhos casuais foi um pouco mais complicado, porque não queria que a minha sorologia me definisse. Afinal, sou muito mais do que o vírus que tenho no corpo.
Já em relacionamentos mais sérios, a decisão de contar se torna ainda mais delicada. Não apenas pelo medo da rejeição, mas também pela falta de conhecimento que ainda existe sobre a doença e como ela é transmitida. No entanto, acredito que a honestidade é sempre a melhor opção.
Mas é importante lembrar que existe uma lei que protege a privacidade do soropositivo. É o chamado sigilo sorológico, que garante o direito de não revelar a sorologia em situações como entrevistas de emprego ou acesso a serviços de saúde. Devemos preservar a nossa imagem e os nossos direitos.
Em resumo, contar ou não contar é uma escolha pessoal e não há uma resposta única e certa. O importante é se sentir confortável com a decisão e saber que, no final das contas, somos muito mais do que a nossa sorologia.
Antes de falar da sua vida para os outros, antes de expor a tua intimidade, antes de violar a tua privacidade pergunte-se no que vai te ajudar passar essa informação. Se não tiver utilidade nenhuma, cale-se. Não fale para terceiros mais do que eles precisam saber.
Às vezes, um pouco de cuidado pode evitar grandes tristezas. Não fale da sua vida, dos seus problemas, da sua intimidade para qualquer um, algumas pessoas realmente querem ajudar, mas a maioria delas são apenas curiosos da vida alheia. O que pra você hoje são só orelhas, amanhã podem ser línguas afiadas chicoteando as suas costas.