Prisão
Você acha que está viva. Acha que não pode atravessar essas paredes. Que a tristeza que guarda em você é real. Seu cabelo, seus braços, sua pele. O corpo não passa de uma prisão.
Desconheço...
Sou eu poeta?
Cenário dolente...
Embora me divirta...
Aqui, coração que andou entre os homens, arranco...
Ando à deriva na fonte de muitos olhos...
Movendo-me aqui e agora entre contornos vivos...
A minha prisão de viver são perfumes de pecado...
A grande inteligência é sobreviver...
Entre o murmúrio dos esgotos...
Rotina...
De longos braços estendidos...
Velhos desejos recalcados...
Espantos e receios...
Escondidos em leitos sangrentos...
Disfarçados em diálogos sonolentos...
Provisórios dias do mundo a ti pergunto:
Sou eu poeta?
Desculpai-me esta face...
Serei eu só mais um fantasma de tudo?
Sandro Paschoal Nogueira
Algumas vezes solidão não é impressão, é real, mas também pode ser fabricada e programada por pessoas que querem aprisionar outras.
O "não consigo" é o conforto mais desconfortável do auto claustro. E o "eu sou assim" o alimento do que te enclausura.
Nem todo colo é ninho
Nem todo ninho é de amor
Nem todo espinho é de flor
Nem toda gaiola é prisão
Nem só as asas batem
Bate também o coração.
Você sempre, e para sempre, estará presa em meus olhos. E não há liberdade que eu deseje para este olhar. Pois em cada piscar, em cada instante em que o mundo passa despercebido, é você quem preenche o vazio, ilumina os recantos da minha visão.
É uma prisão onde a única sentença é o amor, onde o único consolo é a sua imagem, que dança entre a luz e a sombra das minhas lembranças. Não importa o tempo, nem as distâncias: cada detalhe seu vive em mim, guardado como o mais precioso segredo que meus olhos jamais se cansarão de ver.
Prenda-me, deixe-me acorrentado no canto sombrio desta sala. Mutila meu corpo, arrebenta minha alma com a sede e a fome, mas dê-me um feixe de luz para me iludir, fazendo-me acreditar nas ilusões que tento cultivar. Sou um sonhador patético e perdido, vendendo minha essência para alimentar um sonho.
Lá esta de sentidos em pé. em silêncio, escuta a morte, a parede, a feiura do estado novo. o folgo da ferrugem que morre nela mesma. De resto mantém em farrapo, susto e arame farpado.
Menino demasiado,deturpa meu pensamento com seu sorriso,liberta meu coração empedernido,alegra meus dias com sua presença,enamorará por algo intenso que aqueça,liberdade aos nossos sentimentos ou prisão perpétua para nossos desejos.
Ao longo dos séculos pessoas dizem o que devemos fazer ou o que não devemos fazer, ditam regras e por falta de conhecimento, muitos seguem essas mesmas instruções como sendo as únicas verdades. Essa submissão aprisiona e veda a entrada de novos conceitos e conhecimentos.
Toda "religião" é ótima enquanto ela lhe servir. Quando ela começar a exigir sua presença e/ou sua contribuição, ela perde a função de ser uma "religião" e passa a ser uma "prisão", onde você deve agradar aos homens que a dirigem!
Religião = Religação do homem com Deus (não uma submissão a outros homens)!
Profundidade,
Tão vasta raridade,
Desejei,
Mergulhei no teu aquário,
Logo eu,
Que era peixe do mar,
De pequenesa,
Imensa tristeza,
Rompi os vidros,
Entre choros e gemidos,
Desaguar-me foi preciso.
A proteção planejada pelos homens pode ser aprisionadora e falha, a proteção de Deus liberta e se espalha.
Os que buscam libertar-se de seus respectivos cabrestos, no mais, apenas desejam trocar de confinamento.