Prisão
A liberdade de expressão contemporânea envolve a transgressão de normas, a prisão de inocentes e a destruição progressiva de marionetes.
Mundo prisão.
Todos vigiados.
Não da pra fazer nada a mais sem que os outros não saibam, ser ou fazer.
Copiado, imitado, prejudicado, sabotado, roubado.
Ser ou não ser, ser copiado ou ser tomado.
Um puxando o outro para voltar pra cela, para o anonimato, para a disciplina na igualdade.
Alguns com regalias de influência interna ou externa, presentes, conhecimentos, trocas de favores.
Quando eu conseguir sair da prisão, será diferente a minha cela e terá nome “casa”.
"Olhar para dentro do abrigo
sem entendê-lo como prisão,
e procurar, no próprio zelo,
minha forma de amar,
sem nunca tê-la perdido,
para que seja possível
novamente amar...
e simplesmente amar."
orgulho;
no topo da prisão,
rei sem reino.
tranquei as celas —
encarcero e me aprisiono,
coroado pelo ego.
governo eu mesmo,
morro em mim,
mas não me curvo —
carcaça ereta,
mente cerrada.
voo acima de todos,
anjo de asas de couro.
no topo da colina cinza,
cuspo na miséria
que recuso a ver.
me ergui em chamas
e queimei a cidade.
governei o caos,
liderei a loucura.
egoísmo cego,
ouro falso.
e quem precisou,
virei a cara.
ego cheio,
coração oco.
queixo erguido sobre espinhos,
coroa em brasa.
e no fim, só restou o cheiro:
o santo churrasco,
primeiro que saboreio —
banquete de rei,
minha carne queimada.
sucumbo, enfim,
ao trono que ergui.
construção vazia.
ruína certa.
"Amanhece e anoitece e nada acontece,
a justiça esta na prisão, e a corrupção as soltas nas ruas, a impunidade andando de mãos dadas com a parcialidade daqueles que estão no PODER, so nos resta orar e esperar pela justiça DIVINA.."
***
(Francisca Lucas)
Pra quem ama a liberdade,
este momento de perceber a prisão,
fica esclarecido que o coração,
deseja ser preso pela felicidade!...
Meninos
Os homens que estão na prisão em Portugal e no Brasil,
Também foram meninos, muito pequeninos e lindos.
As mães disseram-lhes, vem meu filho já comer, tranquilo,
A vovó está conosco hoje e trouxe-te bolinhos.
Choravam quando caiam, estes meninos, muito lindinhos.
Suas mães lhes davam beijinhos e muitos carinhos...
Outros não tinham quem os beijasse ou abraçasse.
Nem tinham um pai, que os muito amasse...
Mas eles eram meninos, que não pediram, para nascer,
Quer uns quer outros nunca pensaram, em vir a sofrer.
Depois cresceram ou talvez não tivessem crescimento,
Só tenham tido mesmo só o seu nascimento...
Estes homens eu sei, que por muitos de nós são odiados,
Mas vós povo, sabei que eles, são por Deus muito amados.
Pois eles foram por Deus somente criados...
Estes homens têm alma e também coração...
Têm sentimentos com muita emoção.
E sempre que sentem fazem a Deus oração!
Eu queria muito estar satisfeita mas, em vez disso, eu sinto que eu estou presa numa prisão que eu mesma criei.
A prisão invisível
Fui uma criança limitada. Sem liberdade, sem escolhas. Criada para ser recatada, para me prender às crenças e ao coração. Cresci dentro dessas grades, e hoje ainda carrego a dificuldade de ressignificar aquilo que não me acrescenta, mas que se tornou uma prisão dentro de mim.
E, ao olhar para fora, me deparo com novas limitações – agora impostas por uma sociedade que ainda resiste a aceitar mulheres livres. Se sou bonita, meu mérito nunca é meu. Se conquisto algo, dizem que foi por um homem. Se sou casada, atribuem meu sucesso ao marido. Se não sou, sugerem que há alguém me bancando. Nunca basta ser eu.
Mas e as oportunidades que nos são negadas? Quem fala disso? Quem discute as portas fechadas porque uma mulher pode representar ameaça ao ego ou à segurança de alguém? Há um preconceito silencioso contra mulheres bonitas, seguras e independentes. O mercado de trabalho ainda favorece os homens. E entre as próprias mulheres, a insegurança alimenta rivalidades que nem deveriam existir.
A liberdade feminina ainda tem muitas barreiras – algumas impostas de fora, outras que aprendemos a carregar. Mas aos poucos, seguimos quebrando cada uma delas.