Principais Ideias do Nicolau Maquiavel
É um vício comum a todos os homens, o não se importar-se com a tempestade no perdurar da bonança.
(O Príncipe - Cap. XXIV, Pág. 119[2])
Os bons conselhos, venham de onde vier, resultam da prudência de quem os analisa e os acata. Os bons conselhos, por mais sábio que seja o conselheiro não pode incutir prudência em ninguém e quem não é prudente por si mesmo não pode ser bem aconselhado.
(O Príncipe - trad. Francis Iácona)
Todo homem é de alguma forma político, mesmo que muitos cabeçudos alienados não tenham consciência disso e até afirmem que são apolíticos. Crassa tolice pois, se não são agentes em menor ou maior escala da política, são os instrumentos, objetos ou marionetes dos agentes políticos que os manipulam.
É que os homens são muito mais sujeitos às coisas presentes do que às passadas e, quando encontram o bem naquelas, alegram-se e nada mais procuram, (...)
O Príncipe
A única maneira de se proteger da bajulação é fazer as pessoas entenderem que dizer a verdade nunca o ofenderá.
Fugir da neutralidade:
O príncipe faz-se estimado quando sabe ser verdadeiro amigo e verdadeiro inimigo, isto é, quando, sem qualquer preocupação, age abertamente em favor de alguém contra um terceiro. Essa atitude será sempre mais útil do que conservar-se neutro.
Niccolò Machiavelli in O Principe - cap.XXI
“Nenhum governo nunca deve pensar que tem poder para tomar decisões absolutamente certas; pense antes em ter que tomá-las sempre incertas, pois isto está na ordem das coisas, que nunca deixa, quando se procura evitar algum inconveniente, de incorrer em outro”.
(O Príncipe - cap.XXI)
Deve-se compreender que um príncipe, e em particular um príncipe novo, não pode praticar todas aquelas coisas pelas quais os homens são considerados bons, uma vez que, frequentemente, é obrigado, para manter o Estado, a agir contra a fé, contra a caridade, contra a humanidade, contra a religião.
Os homens amam conforme sua vontade e teme conforme a do príncipe, um príncipe sábio deve se apoiar naquilo que depende de sua vontade e não naquilo que depende da vontade de outros.
Não se pode definir como virtude a matança dos próprios concidadãos, a traição aos amigos e a demonstração de falta de lealdade, de piedade, de consciência e de ideal moral: essas práticas podem conquistar poder ao príncipe, nunca a glória.
Conselho ao príncipe depois de escolhido o ministro:
“quando vires que o ministro pensa mais em si próprio do que em ti, e que em todas as suas ações procura tirar proveito pessoal, podes ter a certeza de que ele não é bom, e nunca poderás fiar-te nele. Aquele que tem em mãos os negócios de Estado não deve pensar nunca em si próprio, mas sempre no Príncipe e nunca lembrar-lhe coisas que estejam fora da esfera do Estado”.
[Niccolò Machiavelli in O Príncipe
cap.XXII]
Deve confiar a outros os encargos melindrosos que provocam ressentimentos, reservando para si aqueles que atraem reconhecimento.
Foi necessário, para que se conhecesse a virtude de Moisés, que o povo de Israel estivesse escravizado no Egito; para que se conhecesse a grandeza de Ciro, que os Persas estivessem oprimidos pelos Medas; e para se conhecer o valor de Teseu, que os atenienses estivessem dispersos – assim, presentemente, querendo-se conhecer o valor de um príncipe italiano, seria necessário que a Itália chegasse ao ponto em que se encontra agora. Que estivesse mais escravizada do que os Hebreus, mais oprimida do que os Persas, mais desunida que os atenienses, sem chefe, sem ordem, batida, espoliada, lacerada, invadida, e que houvesse, enfim, suportado toda sorte de calamidades.
Vê-se que a Itália roga a Deus envie alguém que a redima dessas crueldades e insolências dos estrangeiros. Vê-se, ainda, que se acha pronta e disposta a seguir uma bandeira, uma vez que haja quem a levante.
Niccolò Machiavelli in O Principe