Primavera

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Oh bela, gera a primavera
Aciona o teu condão
Oh bela, faz da besta fera
Um príncipe cristão
Recebe o teu poeta, oh bela
Abre teu coração
Abre teu coração
Ou eu arrombo a janela...

Nando Reis

Nota: Trecho da letra da música "A Bela e a Fera" composta por Chico Buarque

Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E porque toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando agente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espirito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."

E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

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Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É a minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
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Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

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Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

Fernando Pessoa
Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática, 1946.

Mas quase nem doeu, meses seguintes. Pois veio a primavera e trouxe tantos roxos e amarelos para a copa dos jacarandás tantos reflexos azuis e prata e ouro na superfície das águas do rio, tanto movimento nas caras das pessoas com suas deliciosas histórias de vivas desimportâncias, e formas pelas nuvens — um dia, um anjo —, nas sombras do jardim pela tardinha — outro dia, duas borboletas (...) havia ainda as doçuras alheias (...) e golpes de fé irracional em algum milagre de science fiction, por vezes avisos mágicos nas minúsculas plumas coloridas caídas pelos cantos da casa. E principalmente, manhãs. Que já não eram de agosto, mas de setembro e depois outubro e assim por diante até o janeiro do novo ano que, em agosto, nem se atrevera a supor.
Estou forte, descobriu certo dia (...) Porque não morri, porque é verão e eu quero ver, rever, transver, milver tudo que não vi (...).

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.

Cecília Meireles
Cecília Meireles: obra em prosa, volume 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

Quem falou de primavera sem ter visto seu sorriso, falou sem saber o que era.

Os Miseráveis.

‎Vítor nasceu… no Jardim das Margaridas.
Erva daninha, nunca teve primavera.
Cresceu sem pai, sem mãe, sem norte, sem seta.
Pés no chão, nunca teve bicicleta.
Já Hugo, não nasceu, estreou.
Pele branquinha, nunca teve inverno.
Tinha pai, tinha mãe, caderno e fada madrinha.
Vítor virou ladrão, Hugo salafrário.
Um roubava pro pão, o outro, pra reforçar o salário.
Um usava capuz, o outro, gravata.
Um roubava na luz, o outro, em noite de serenata.
Um vivia de cativeiro, o outro, de negócio.
Um não tinha amigo: parceiro.
O outro, tinha sócio.
Retrato falado, Vítor tinha a cara na notícia,
enquanto Hugo fazia pose pra revista.
O da pólvora apodrece penitente, o da caneta
enriquece impunemente.
A um, só resta virar crente, o outro, é candidato a presidente.

Roube da primavera o seu aroma, do verão a sensualidade, do outono a transformação, do inverno o recomeço e reconstrua-se.

Eu sou a profunda incerteza, sou grande e pequena, sou intensa.

Sou Primavera inconstante e Verão ardente, como as saudades do que passa e marca, quase sem sentir.

Sou mais doce que salgada, sou dos chocolates, do sorvete napolitano e das balas sortidas, que surpreendem o paladar.

Sou a insegurança que consome meus atos.

Sou a gargalhada histérica que fere o ouvido e simultaneamente o pranto silencioso; o sofrer calado daqueles que espalham atestados de felicidade.

Sou a busca constante, sou o "mais" ambicioso, sou dos livros, sou do estudo, sou da música, sou da vaidade.

Sou orgulhosa, sou o julgamento precoce, sou medrosa...

Sou do dia e da noite, sou das festas, sou da dança, sou da embriaguez pela alegria que me consome. Sou da praia e da piscina, sou carioca, sou brasileira, sou do frio e do calor, sou de lua.

Sou crítica, sou insatisfeita, sou a opinião forte, a persuasão e a literatura. Sou a luta, a intransigência, o caminho que tracei, o nome que fiz, o que pensei e divulguei.

Sou as vitórias que obtive, sou as cidades que conheci. Sou justa e sincera até na mentira.

Sou a memória da infância, a boneca com que brinquei, a tartaruga que criei, os pássaros que amei, os amigos que tive e até os que inventei. Sou a educação que obtive, sou da família.

Sou de amar. Sou roxo e lilás, mas as unhas, vermelhas. Sou dos olhos cor de mel, do cabelo preto, bem preto e comprido, bem comprido.

Sou dos sonhos, da ilusão, sou do príncipe encantado. Geralmente sou a Bela, mas de TPM, não tarda, viro Fera.

Sou autêntica, sou além do que você pensa ou espera.

Sou a imagem que fazem de mim, como posso não ser, basta acordar e querer mudar.

Sou o que quero. E gosto muito disso.

amor é ter alguém soprando primavera dentro de você enquanto o mundo arranca suas folhas, como um outono.

Quase novembro, a ventania de primavera levando para longe os últimos maus espíritos do inverno.

Sinto-me como uma semente no meio do inverno, sabendo que a primavera se aproxima. O broto romperá a casca e a vida que ainda dorme em mim haverá de subir para a superfície, quando for chamada. O silêncio é doloroso, mas é no silêncio que as coisas tomam forma, e existe momentos em nossas vidas que tudo que devemos fazer é esperar. Dentro de cada um, no mais profundo no ser, está uma força que vê e escuta aquilo que não podemos ainda perceber. Tudo o que somos hoje nasceu daquele silêncio de ontem. Somos muito mais capazes do que pensamos. Há momentos em que a única maneira de aprender é não tomar qualquer iniciativa, não fazer nada. Porque, mesmo nos momentos de total inação, esta nossa parte secreta está trabalhando e aprendendo. Quando o conhecimento oculto na alma se manifesta, ficamos surpresos conosco mesmos, e nossos pensamentos de inverno se transformam em flores, que cantam canções nunca antes sonhadas. A vida sempre nos dará mais do que achamos que merecemos.

A vida sem amor é um livro sem letras, uma primavera sem flores, uma pintura sem cores.

Assim como a primavera é muito amada pelas árvores, pássaros e peixes... Você não conhece sua primavera espiritual íntima. Ela ainda não veio, você ainda não a convidou. A primavera exterior vem e vai, vem e vai, mas a primavera interior só vem e nunca vai. É uma primavera eterna. Suas flores são flores da eternidade.
Uma vez iluminado você fica para sempre iluminado. Não há nenhum modo de voltar atrás. Quão mais esplendorosa e quão mais milagrosa será a primavera interior! Mesmo a exterior é tão grande; a interior não é apenas quantitativamente grande, ela é também qualitativamente grande.
A busca da verdade é a busca da primavera interior.

No inverno te proteger
no verão sair pra pescar
no outono te conhecer
primavera poder gostar
e no estio me derreter
pra na chuva dançar e andar junto!

Porque eu sou INTEIRA OUTONO!

Primavera, Verão, Inverno gosto de todas essas estações, mas a que mais me fascina e me faz renascer com dias de céu azul, brisas geladinha, sol que aquece, entardecer alaranjados e noites mais estreladas do que nunca! Esse é o MEU OUTONO!

Você deve estar se perguntando “Mas OUTONO? A estação onde não se é nem frio e nem calor, onde árvores, flores e pastagens secam e suas folhas caem, onde não se ouve o canto dos pássaros? Como renascer quando tudo, teoricamente, está morrendo?”.

É justamente no OUTONO que toda a natureza se desfaz de tudo aquilo que não lhe serve mais, de tudo aquilo que um dia já lhe deu vida, beleza, frutos e flores, mas que hoje não lhe são suficientes para continuar e que ficaram na memória como lembranças boas e algumas nem tão boas assim, para dar lugar ao novo, ao desconhecido, a uma nova vida na primavera.

Eu nasci numa manhã de outono e assim como ele me desfaço daquilo que não me serve mais, guardo na lembrança, as coisas boas e as não tão boas assim, e dou lugar aos novos planos, novas pessoas, novas folhas, flores e beleza na minha vida.

É nessa estação que me pego olhando para o céu com aquela brisa batendo no rosto e vendo minha vida passar na minha frente como se fosse um filme, avaliando tudo colocando na balança pra ver se valeu a pena ou não.

Já zerei algumas vezes, sem ganho e nem perdas, e isso é extremamente frustrante, você percebe que não fez nada nem de bom e nem de ruim na vida, tive perdas também... mas nunca superaram os ganhos e é por isso que me faz querer ter sempre mais pra minha vida, superando todas as expectativas.

Ah aquele pôr do sol laranja misturando-se com o azul, o amarelo e o vermelho! Como aquele calor invade meu coração e me enche de esperança, amor e fé...

Não existem palavras suficientes pra expressar a sensação de paz que invade todo o meu ser ao ver um espetáculo fabuloso da natureza, julgada tão irracional e que nós, seres humanos, dignos de uma razão incontestável e que vangloriamos isso aos quatro ventos, não somos capazes de fazer nada parecido!

É nessa época do ano que coloco meus pensamentos a me guiar, a traçarem o melhor caminho... ponho-me a pensar e, assim como os ursos, espero o inverno passar como se tivesse num sono profundo, onde só os meus sonhos, desejos e fantasias tem a chance de se manifestar, como se fossem sementes sendo semeadas para que no calor e nas chuvas da primavera floresçam com vitalidade e beleza!

Mas não é só por isso que sou outono... o outono tem seu charme com suas paisagens lindíssimas, desperta nas pessoas um comportamento mais afetuoso para com os seus, é com mais freqüência que se pode ver pessoas andando pelas ruas de braços dados, abraçados em busca do calor um do outro, cafés sempre cheios de pessoas conversando, comidinhas gostosas e bem quentinhas, a cama quentinha ao dormir parece até mais aconchegante, a elegância das pessoas ao se vestirem é inevitável... AMO TUDO ISSO!

Não é à toa que a data comemorativa mais romântica do ano, o dia dos namorados, se festeja NO OUTONO! Não que as outras estações não sejam boas ou menos especiais... adoro todas mas sou completamente apaixonada pelo outono!

O VERÃO com a sua beleza rara, com o sol batendo a pino, que anima a todos a saírem da toca! Não esquecendo que verão sem MAR e sem CARNAVAL não é verão!

A PRIMAVERA com a sua beleza divina da vida, do acordar da natureza, do renascer pro novo e com um perfume inebriante, diga-se de passagem, com o canto dos pássaros que fazem você se sentir como se fosse um deles!

O INVERNO... esse tem cara de ranzinza, com aparência gélida e pálida, parece que sempre está de mau humor, mas sem ele o que seria de nós? É com esse jeito, que às vezes mete medo em muitos, faz com que todos tenham a mesma vontade, a de ficar juntinho uns com os outros.

Não poderia esquecer de salientar sua beleza tão peculiar! Seu amanhecer é sempre de tirar o fôlego... alguns lugares tudo vira gelo em outros ele cobre tudo e todos com o seu manto branco e gelado de neve, flocos de neve caindo do céu causando um impacto impressionante.

Como viram, cada uma tem sua particularidade, você já parou pra pensar qual delas faz com que você voe? Te dá aquele friozinho na barriga? Te faz sentir aquele entusiasmo só pelo ato de olhar pela janela e vê a vida borbulhando lá fora?

É por isso que digo que sou inteira outono... porque só o outono é capaz de fazer acontecer tudo isso e muito mais na minha vida!

Estarei presente em toda primavera, verão, outono e inverno, fui moldado para ser eterno.

primavera
até a cadeira
olha pela janela

PRIMAVERA
Ela chega discreta
na metamorfose divina
com seus encantos, sua beleza
Seus varios perfumes,
com seu jeito peculiar.
Da vida ao seco
trazendo vigor da florada
uma eclosão de cores
num calor de amores
em uma brisa que enternece.
Crianças brincando na chuva
sobre um céu colorido
olhares sorridentes
pulsando nos movimentos
Ah, doce e bela primavera!

A vocação do cristão é a santidade,
em todo momento da vida.
Na primavera da juventude,
na plenitude do verão
da idade madura,
e depois também
no outono
e no inverno
da velhice,
e por último,
na hora da morte.

Alice! Recebe este conto de fadas
E guarda-o, com a mão delicada,
Como a um sonho de primavera...

Lewis Carroll
CARROLL, L., Alice no País das Maravilhas, 1865