Pressa
No fim de tudo não há final quando se lança corpo e alma, por que viver tudo com pressa é a mais nobre das calmas
Sempre ando com pressa, tal como quem morre todos os dias ao anoitecer e retorna pela manhã com fome de vida para uma nova e mais uma única missão
A mentira tenta se disfarçar rapidamente, mas na sua pressa acaba se tornando completamente vísivel a olho nu.
Cada passo é um passo, e eu vou levando de acordo com a música, afinal... A pressa é inimiga da perfeição, certo? Já fui muito impulsiva, mas também já esperei demais e pouco fiz, o segredo de tudo é o equilíbrio e saber como lhe dar com as situações de acordo com a intensidade das mesmas. Não há porque apressar algo que você não tem realmente certeza, muito menos ir levando quando sabes que não há futuro.
É melhor você não ter pressa
É melhor você ir com calma
Pois quando você procura o escolhido
Não sobra nada para mostrar
O caminho da pressa e o mesmo da imperfeição.
Então não tenha pressa!
Pois é com dedicação que conseguimos manter os pés firmes no chão.
Bem, para começar, quero dizer que minhas teorias são poucas. A pressa do tempo contemporâneo nos faz desprezar a essência da filosofia... Então, não posso falar sobre o que é sentir a brisa no rosto se a necessidade de manter o corpo vivo desmembra a alma. Há dias em que sou poeta, outros fascista... Em parte científica, em totalidade rebelde. Observando outras palavras, esta tese apresentada é o cume de quem que não tem nada a dizer.
"Ligo o notebook e sem nenhuma pressa olho a fotografia - descanso da tela.
Chego então à seguinte conclusão:
Os olhos!
Sérios, inteligentes, compenetrados.
São eles o que de mais lindo você tem!
Aí olho a boca - formato de coração - rindo um riso tal que me faz rir junto,
Impossível ficar impassível!
A boca - ela é o que de mais lindo Valentina tem!
Então, atentos, meus olhos buscam o narizinho,
Atrevido. Arrebitado. Respirando vida e recebendo fôlego!...
"De onde veio esse nariz?"
Só pode ser da outra vó, a Vovó Linda, de mim é que não foi! E nem do pai!...
E as mãozinhas? Perfeitas! Longas, brancas, graciosas.
Orelhinhas então!... Nunca se viu nada igual!
Ah, o umbigo, as perninhas,
Os cabelos, ainda uma penugem,
As bochechas, o queixinho, os pezinhos... Bom, eu não diria 'pezinhos'
Pra ser honesta, eu digo 'PÉS'! E que pés!
Pés de quem vai pisar tomando posse,
Cheia da autoridade e do poder de Deus!
Então... olho de novo,
Da cabeça aos pés, sem pressa,
Curtindo cada detalhe da fotografia,
E admirando tanta beleza.
Chego então à conclusão daquilo que eu já sabia
De que Deus é Generoso!
E ELE não fez economia quando formou Valentina,
Da semente de seu pai,
No ventre de sua mãe!
E eu, Vovozela que sou,
Gasto tempo - devidamente separado,
Generosamente reservado -
Admirando minha neta,
Minha Nina Valentina,
Minha Nina, meu amor."
Não tenha pressa de crescer, todo mundo terá que crescer, um dia. Mais voltar o tempo, não há como (…) então viva cada momento como se fosse o ultimo, o único.
Ontem talvez a vida me parecesse o corre-corre frenético de quem na pressa sabe onde quer chegar. Hoje estou atado a uma sorte que parece ser a que escolhi, mas que não reconheço nos sonhos do ontem que, em nada se parece com o que me virá amanhã.
Ainda bem...
Sem pressa
Depois dos atribulados preparativos e da breve comemoração o negócio agora é tirar o pé do acelerador.
Acabou-se 2.011 numa fração de segundo.
O foguetório durou um pouco mais.
Bem vindo 2012, com toda a riqueza que é viver e com toda a complexidade que é viver bem.
Não gosto de excesso de otimismo e menos ainda de pessimismo.
Num dos raros casos que o meio termo é a melhor opção fico com o realismo.
Tem gente que vai começar o ano com um horroso show de pagode.
E tem gente que vai dar continuidade a uma vida que é já é um show.
De horrores.
O amanhã não muda
E amanhã tudo será igual,
O sol no mesmo lugar, a girar sem pressa,
As ruas terminaram nas mesmas avenidas de sempre,
As casas estarão à contemplar, os mesmos turistas,
As crianças à procura do mesmo ideal,
Diversão...
Na esquina um mendigo a cantar em uma viola velha,
As pessoas a colocar níqueis no chapéu, velho e sujo...
O engraxate fofoqueiro a contar a ultima noticia, ao seu pobre freguês.
O ambulante a gritar em um mega-fone suas ultimas ofertas,
A policia em sua ronda matinal,
A cabelereira com meia dúzia de clientes, a esperar por um penteado qualquer,
Os velhos jogando cartas na praça central,
As garotas a desfilar com seu Jeans azul marinho desbotado,
Os rapazes a beber em um boteco qualquer, falando de mulheres e futebol,
Mas num canto qualquer da cidade,
algo de estranho acontece,
Um homen de meia idade, cansado da rotina,
Resolve mudar a vida,
E descobre que só se muda a vida, encontrando-se com a morte,
Do ultimo andar ele olha o céu azul turquesa que se forma,
há anos no mesmo horário,
Indicando uma chuva intensa das três da tarde,
E num ultimo suspiro modifica monotonia vivida por todos.
Uma morte não estava nos planos daqueles seres,
Agora os turistas olham para um cadáver, as crianças experimentam o medo que a morte traz,
As casas se inflam de tristeza, o mendigo toca agora um som fúnebre,
E os níqueis já não fazem parte do show,
O engraxate arrisca um motivo,
O ambulante fecha seu humilde comercio pela primeira vez em 10 anos,
A policia já não sabe o que fazer,
A cabelereira não tem idéias para penteados,
Os velhos adiam sua apostas,
As meninas trocam o jeans por um vestido negro,
Os rapazes trocam o futebol por um sincero pesar,
E o homem de meia idade, agora estirado na rua do sossego,
Conseguiu finalmente mudar aquilo que mais o afligia,
O rotina do lugar em que vivia.
Mesmo que seja só por um dia,
Afinal amanhã tudo volta a ser igual..