Pressa
Não morro de amores pelos relógios, chegando a irritar-me com o tic-tac das horas.
Gosto de guiar-me pelo sol e pelo passar dos meus próprios momentos…
Eu e o tempo sempre nos desencontramos, a vida toda.
Nunca me adequei a nenhum instante, a nenhum lugar.
Sou definitivamente atemporal…
Sou uma mistura de todos os tempos, pura nostalgia…
Gosto de história e filosofia, porque não envelhecem.
E não respeitam as horas, não precisam de relógios.
Para construir e desconstruir ao longo dos tempos os homens e a sua “humanidade”.E assim sigo no encalço dos meus próprios passos lentos.
Quando tento acelerar, perco-me aqui dentro.
É bem aí que estagno, e esqueço das horas.
Porque a pressa deforma a vida. Pelo menos, com a minha é assim…
Escondo todos os relógios da minha casa… e fujo de tudo que me apresse…Não consigo pensar com esse tic-tac que me atormenta.
Lembrando-me do tempo que teima em escorrer-me pelas mãos…
Sou feliz às avessas… enquanto todos correm atrás da felicidade…
Preciso aquietar-me tentando ser feliz com o que sou e tenho…
Para não enlouquecer diante de todos esses segundos, minutos, horas e anos.Que se apresentam diante de mim...
E assim, na contramão de tudo…
Sem encarar olhares, pois raramente apareço em algum lugar…
Sigo, ou melhor, recarrego-me e sigo. No meu tempo, pois só com ele “sei” lidar.
Tudo que exige rapidez gera automaticamente agilidade nos processos. Apressar processos produz lacunas nos degraus da ética.
Nono dia do primeiro mês de 2022
Querido Diário, farei uma pausa aqui contigo, este intervalo para que eu sinta posso descansar a pressa que carrego neste momento. Uma pequena pausa no tempo em execução. Um minuto basta. Basta para saber que nada, simplesmente nada será possível acontecer através de eu, se a diligência aplicada a eu não for uma prioridade. Devo me priorizar!
Se há um lugar por onde não transito muito bem é na política... quem me conhece bem sabe muito bem do que estou a falar: o máximo que sei... e sei muito bem... é que tenho o direito de votar. E exerço esse meu direito.. e o exerço muito bem. Punto e basta!
Mas, por aqui... por aí... fico sabendo a quantas anda o nosso país no que diz respeito à política... sei que, coitado, não é muito bem governado... sei que há muito dinheiro desviado... lavado... de mão em mão - alheias - passado.
Dinheiro... pois é! Dinheiro que sai do meu... do seu... trabalho suado... muito... mas muito mal usado. bem mal empregado... indo pra todo tipo de bolsa... desviado... usado errado...
Tanto buraco pra ser tapado.
Sou contra as tais bolsas que andam espalhando por aí!? Contra a maioria delas... sou sim. Sou contra porque sei que é dinheiro mal empregado. Se o cara que recebe estivesse bem empregado, caso solucionado! Pois quem está bem empregado de bolsa não é necessitado... não precisa ser ajudado... beleza... tudo arrumado. Não, nem tudo não.. porque o empregado, coitado, rala, rala e, ainda, tem um monte descontado... que vai pra outro 'coitado'...
Um triste espetáculo estou eu a assistir neste país... e, como todo espetáculo, há alguém nos bastidores a comandar, a orquestrar, a mandar e a desmandar... Ou estou a me enganar? Não há ninguém a governar?
Estamos num barco à deriva... prestes a afundar?
Sim... porque do jeito que a coisa vai, coitado por coitado é melhor um coitado que é ajudado.
Sei que este post não será lido por quem dever teria... se fosse, muita cabeça rolar iria...
Mas só que não...
Você não espera minhas mensagens, não se preocupa se vou aparecer, não pensa em mim todos os dias; sou só mais um para você. Mas isso não muda em nada o que eu sinto por você.
Não fale. Aja em silêncio.
Não lamente. Seja determinado.
Não desvie dos seus objectivos. Tenha foco.
Não tenha pressa. Mas, seja dinâmico.
Não gaste dinheiro. Seja forreta.
Não seja um eterno sonhador. Corra atrás dos seus sonhos.
Seja disciplinado e abnegado.
"Aprendi através dos tempos, que as melhores realizações na vida são feitas com método, e não, pressa."
A vida acelera, como um trem desgovernado.
Tento acompanhá-la com meus passos curtos de criança que caminha e é puxado.
Com o ritmo da minha própria natureza de ser lento, vou andando.
Forçado a acompanhar a pressa, descontento. Inerte, me estresso, paraliso, nessa correria infinita dos dias.
Eis que concluo, que não pertenço a esse mundo barulhento e agitado demais.
O que é o tempo? Quem o criou?
Existe passado, presente e futuro, ou só foi e continua sendo um meio de direção, um guia petrificado.
Como assim, mesmo depois de tanto tempo eu ainda posso?
Quanto tempo ainda temos? Quanto tempo de vida nos foi garantido?
Ando em busca de paz,
porque estive em guerra.
Quero aportar num Cais,
pois velejei sem trégua.
Vim observando o caminho,
finquei os pés em espinhos,
por vezes chorei de dor.
Parei segundos apenas,
senti até pena de mim.
De tanta loucura retida,
da minha retidão roída,
quase me vi regressar.
Mas algo ali me dizia,
talvez a sabedoria,
pra eu só continuar.
Pois o destino acenava adiante,
e a vida é só um instante,
um breve sopro no ar.
O tempo passa apressado,
minutos antecipados,
como bate o coração.
E cada momento que foi,
não se fará novamente.
Faz-se tão de repente,
desfaz-se inteiramente.
ENCUBADORA
(Alfredo Bochi Brum)
Sábio conselho
De amor recebi
Encubar o sentimento
Alegria ou lamento
Deixando que o tempo
Ao verbo amadureça
Bem assim sem pressa
Mas, porém, contudo,
Entretanto, todavia
Logo ali sentia
O momento urge
Porfia fria
A ideia surge
Precisa calor
E esse Louvor
Ventania
Não quer calmaria
“Risco” e ousadia
Imediatamente Cria!
Nos jovens, as vezes queremos apressar coisas que precisam de tempo para acontecer, isso se dá pelo imediatismo inerente à Juventude e sua vibrante inquietude.
"Nestes tempos de pandemia, os que têm urgência em viver intensamente e recuperar aceleradamente a vida, talvez se cruzem nas aglomerações, baladas e pancadões com a morte que da mesma forma, tem pressa em nos levar."