Pressa
A vida é curta, breve, frágil e, são exatamente esses os elementos que a torna assim tão preciosa. Convém não desperdiçamos o tempo. É mister que não percamos nenhum instante, sequer, da nossa passagem por ela.
Que nos dediquemos mais ao que nos dá prazer, ao que soma, cura, acrescenta, ao que nos melhora espiritualmente, psicologicamente e como seres humanos.
Sejamos semeadores de flores, luz, bons sentimentos, palavras que bendizem.
Transformemos-nos no amor, na paz, na luz que tanto queremos ter e receber do mundo.
Tornemos-nos um doador voluntário de sorrisos. São eles que como brisa em dia quente amenizam a seca de afeto que assola a humanidade. O mundo pede, a vida agradece e retribui.
É importante nos lembrarmos que é doando o melhor de nós à vida que recebemos dela o seu melhor. Ao contrário do que pensam, isso não é sorte, é merecimento.
"As pessoas caminham rápido, muito rápido, sempre apressadas, porém nunca sabem onde vão. A ansiedade sim é o mal do século."
As palavras são como parafusos, porcas e chaves de fenda. No caso da crônica, a palavra errada vem da pressa e você vai descobrir se é a chave Philips ou a chave tetra que vai abrir aquele significado. Essas chaves são as palavras. Meu interesse na literatura é este: a literatura como chave para entender o mundo e chave para explicar o mundo.
E ela segue encantando
Deixando pelos cantos
Hematomas
De palavras
De laços desfeitos
Que lhe emendaram
Uma força tremenda no peito
E tantos goles
Um copo
Seu corpo
Sua liberdade é ouro
Madura
Sai pela rua
É tão desprecavida do tempo
Se entrelaça com o vento
Sem pressa
Sempre a espera
Do seu sorriso
Da sua mania de ser esconderijo
E se perde
Para se encontrar
No seu próprio
Amor
Vestígios!
Enquanto possível respirar,
E houver ainda dia após dia,
Se ocupa Ela em maestrar
Das maravilhas, a sinfonia.
Tudo há de transpassar,
Dentro Dela assim o falo,
O mais longo intervalo
Entre choro e despensar.
Nas mãos do tempo perdura
Pressa em mandá-La embora,
Ou devanesceriam, em nada.
De padecer, é então hora
Sob Sua efêmera jornada.
O fim da minha loucura.
Sucesso é um caminho estreito que exige Deus, honestidade, persistência, coragem, e passos firmes e pouca pressa...
Nós, brasileiros, gostamos muito dos eufemismos, usamos "conhecido" para não dizer: "uma pessoa que ficou para trás na minha vida, um velho quadro empoeirado e com teias de aranha".
"Li num blog outro dia que o contrário da felicidade não é a tristeza e sim o tédio" - Na pressa da cidade
"Os jornais estão sempre em busca de um desgraçado para contar a sua história. Se o desgraçado tiver se dado bem pode-se escrever sobre sua trajetória de sucesso" - Na pressa da cidade
"Creio que seja isso o maior motivo da minha dor e a causa de todos sofrermos tanto: não amamos nem sequer a nós mesmo" - Na pressa da cidade
"Como seria doce a vida se estivéssemos, neste exato instante, com o rosto todo enlambuzado de comer uma manga rosa" - Na pressa da cidade
"Há tanto de desconhecido neste mundo e nós com uma vidinha medíocre, pensando pequeno, não almejamos nada". Na pressa da cidade
"Passo o tempo todo pensando no passado e no futuro, mas nunca fico tranquilamente com os pés no chão, sentindo meu corpo em pé, o chão, o frio ou o calor" Na pressa da cidade
"Nunca perder de vista o maior ato de rebeldia: sorrir serenamente com uma alegria sincera" - Na pressa da cidade
EPA!
silêncio não é paz à beça
anjo da guarda tira asa
trabalho (doze) - relógio que pesa
vento que abre a porta
tiro que não se ouve
conversa-trem que descarrila
saudade que sempre urge
ligação que não se completa
Mercúrio: dono dos sopros
Oxalá retrógrado
meu afeto não tem
pressa
Eu achava coisas que eu não acho mais
Cabia em roupas, sentimentos que já não me servem mais
O tempo corria e eu me sentia sempre um passo atrás
Na pressa, em busca do que me traria paz
Preencher vazios, tornar sonhos reais
Mas o medo é, sim, meu inimigo de outros carnavais
Meu pacote de doces
De repente me vejo de frente à minha realidade, meus 62 anos de idade me mostram mais curta a estrada da vida à frente do que a percorrida até agora. Me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de doces e como se o último fosse comeu com prazer até perceber, que havia bem poucos, começou a saboreá-los, degustando aos poucos sentindo o gosto de cada mordida.
Já não tenho tempo para discussão, não me meto em confusão, quem veio primeiro o ovo ou a galinha, essa teima não é minha. Não apoio questões absurdas de pessoas que parecem surdas para sugestões, de que servem sermões regras e procedimentos ideologias e regulamentos para no final nada ser alcançado.
Sem pressa eu quero a essência da alma mergulhado na calma da aceitação. Esse é meu mote, poucos doces no pacote me empurram pra junto de pessoas bacanas, pessoas humanas que riem dos próprios erros e não promovem seus próprios enterros, que são exemplo e não ficam inchadas com os próprios feitos nem sentem-se eleitas antes do tempo.
Pessoas que assumem responsabilidade, que defendem a dignidade que andam com a verdade, que defendem a honestidade enfim, meu objetivo é chegar ao fim, satisfeito e em paz, desavença jamais. A nossa segunda vida começa quando termina a pressa que tanto nos estressa por termos apenas uma. Meus doces embora poucos, são mais requintados agora por serem degustados com sensatez e não com a avidez daqueles primeiros ponteiros do tempo.