Preservação da Agua
Estou bem
Deixe cair lágrimas de manhã
Entregue-se à solidão
Naufrague
Eu sou o primeiro na água
Muito perto do fundo
Já disse, estou bem
Estava eu no Rio de Janeiro, quando fui comprar água mineral para abastecer o apartamento que estava hospedado e Na fila que era para atendimento do público em geral, uma velhinha de uns 70 anos reclamou com o caixa que o atendimento a ela era prioritário. O atendente explicou que aquele era para todos os fregueses e que havia um caixa para o atendimento preferencial. Não adiantou, o xingamento continuava, o que fez com que uns argentinos que estavam passando suas compras e não entendiam nada do que estava acontecendo, principalmente pelos gritos e palavrões proferidos pela quase septuagenária, ficassem assustados com a situação surreal. Num repente esta senhora do nada, tentando envolver os outros da fila, vira-se rapidamente para uma outra senhora de uns 90 anos que estava na minha frente , olha-a e retorna o olhar ao atendente e opina: - olha rapaz , vc está me prejudicando não só eu, mas esta outra senhora que também espera na fila. Todos olham para a nonagenária e ela em alto e bom som, responde:- olha aqui, eu não te conheço e não me mete em suas confusões, cuida da sua vida e me deixa em paz, encosto.
Sinceramente quando ficar velhinho, quero ficar igual a nonagenária.
Roberto Auad
"[...] não há tempestade que dure para sempre. Não há tanta água no céu que, um dia, não venha a se acabar. As tempestades cedem. E, cedendo; e, estando, lá, o sol disposto a reinar, é aí que surge o arco-íris"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
A inveja é uma esponja
que apesar da imensidão
do mar
quer pra si
a porção de água
que já está
em outro
entranhada.
Pelo fogo, pela água, pelo vento, pelas terras, pelo sol, pelo inverno, pela primavera, pelo verão, pelo outono, pelo dia, pela noite, pelo os deuses queimados, afogados, assassinados, de todas as coisas existentes eu escolho você para ser minha companheira desse dia até o meu último dia. Eu te amo.
Plante teus ilimitados desejos e regue, todos os dias, com a água da esperança, colherás o fruto do sucesso
A mercê.
Tua boca...
Sinto até de longe o gosto do teu mel...
Portas trancadas...
Colchão d'água...
A direção perde o plumo...
Janelas e cortinas...
Nos traz o prazer....
De um gostoso vento...
Suas atitudes....
Provoca-me outras atitudes...
Com brasas...
E te faço de meu bufê....
Onde mato minha sede...
Me farto em teu corpo...
E me perco pelos caminhos do seu cio...
E sem rumo...
Fico á mercê de suas vontades....
Em cambaleio total....
Você devora em si própria....
Com teu próprios gemidos....
Me chama....
Se esgoelando pedindo bis....
Autor:Ricardo Melo
O Poeta que Voa.
Mais uma vez você se foi.
Como água escorre pelos dedos;
Por falta de cuidado da minha parte
Você se foi…
Cai em minha pele umagota d'água, que vem lá de cima, se senti, ou se molhou?
não percebi, apenas vi.
Jan Bernardo
Como triste eu poderia estar? Se o céu e as estrelas posso olhar, se a água do mar posso tocar, a paisagem admirar; mas aí me lembro de que não estou no seu olhar, de que sua pele não posso tocar, de que seu sorriso não posso vislumbrar. Como feliz eu poderia estar?
Doce de pote.
Água de pote armazenada
é gostosa e soberana
fica tão adocicada
que lembra caldo de cana
e é mais doce que cocada
em tabuleiro de Baiana.
Hoje acordei com saudades do mar...
Água salgada, água de coco, água de chuva...
Onda que quebra, brisa que passa...
Protetor solar, maresia, paladar...
Pés na areia, sol de fim de tarde, sombra de árvore...
Sentidos atentos,
Ausência de relógio,
Bate-papo sem cronômetro,
Tempo vaga sem compromisso...
Abri a janela e olhei o asfalto:
"Como vim parar aqui?"
Como se aqui não morasse...
Como se aqui não tivesse nascido.
O tempo passa e não nos damos conta.
Há tempos caminhei sobre a areia.
No que pensava? Com o que sonhava?
Deixei ali os sentidos,
Assumi o cronograma,
Prometi voltar...
Hoje acordei com saudades de mim...
Se o atlântico falasse,
revelasse os colonos mortos no tempo,
veríamos as vidas lançadas na água mortal
pelos diogos invasivos e cães exploradores.
Se o atlântico falasse,
lutaria com os invasores,
os filhos da pátria se uniriam,
e eu, armado aos dentes,
mancharia a poeira com sangue,
atiraria, mataria.
Amarrem-me, matem-me se quiserem,
porque por Angola eu morreria,
se o atlântico falasse.
Ora que vence a miséria
Um copo de água, uma cartela de ovo, não aceito a miséria oro o renovo, a escassez em todas as vias, por onde andas oh meus passos encontra barreiras, uma história constrangedora, o inimigo quer triunfar de qualquer maneira, se aplacou na minha vida, impondo a sujeira, não mais limito a clamar, chamar, e estar em harmonia, em sintonia com o coração de Deus e o meu como altar, suplico e oro mesmo, invoco e humilho me, mediante as grandezas desse Deus, não é possível que minha vida continue desmontada, tanto profissional, conjugal, sentimental, espiritual.
Penso que não estou criando ponte de ingratidão, nem tão pouco a ser advogado de problemas, mas de fato o inimigo persegue e existe como eu, muitos e muitos dentro de dilema.
Senhor pai, confesso e repito, minha necessidade do teu Espírito, do teu vigor, poder e sabedoria, ao nome de Jesus, reflito assim para que eu entenda e possa glorificar primeiramente teu nome através de minha vida, assim seja pegado no colo a quem anseia teus braços.
Giovane Silva Santos
Manancial
a água da colina
desce pura.
nem tudo que toca
é ternura.
nem tudo que nela cai
a deixa impura.
Pingo-D'Água!
Final de tarde, o vento soprando manso na gota que embala e cai ... cai
de pingo em pingo pingando na poça-D'Água
De gota em gota serena serenando a alma.
Pingo-D'Água!
Final de tarde, o vento soprando quente e manso na gota que,embala embala e cai
de pingo em pingo pingando na poça-D'Água
De gota em gota serena serenando serena a alma e vai....
,embala
A balada da água do mar
O mar
sorri ao longe.
Dentes de espuma,
lábios de céu.
– Que vendes, ó jovem turva,
com os seios ao ar?
– Vendo, senhor, a água
dos mares.
– Que levas, ó negro jovem,
mesclado com teu sangue?
– Levo, senhor, a água
dos mares.
– Essas lágrimas salobres
de onde vêm, mãe?
– Choro, senhor, a água
dos mares.
– Coração, e esta amargura
séria, onde nasce?
– Amarga muito a água
dos mares!
O mar
sorri ao longe.
Dentes de espuma,
lábios de céu.