Presença da Ausência
Quando aquele alguém cuja presença anelamos
está ausente, podemos "sentir" sua presença
como se fosse uma miragem ao nosso lado...
COMO SE FOSSE MIRAGEM
Marcial Salaverry
Quando existe um forte desejo,
e se anseia por um beijo...
Quando se pensa em certa imagem,
termina-se por ve-la como uma miragem,
que fica flutuando pela paisagem...
Assim, os braços querem abraçar,
querem apenas acariciar...
Certamente sonha-se sonhos
deliciosamente risonhos,
e assim, sentindo o coração
fremir pleno de paixão...
Sente-se a pele arrepiada,
desejando uma caricia apaixonada...
"Nem toda presença depende da capacidade de um toque, ate porque existe muita ausência em alguns abraços"
O que se perde com a ausência, jamais se ganha com qualquer outro recurso, o presente é vivenciado no presente, o passado relembra o que foi negligênciado, o futuro anseia a presença, ao menos do que ainda resta.
Aquele que fala algo desabonador na minha ausência, assim o faz, porque na minha presença deve ficar sem palavras!
Na ausência, faça se presente pois nos privamos da felicidade ! Olhares e sorrisos que transbordam e inundam nossos corações .
Não adianta está presente, mas viver ausente. De nada vale ocupar espaço, e não se ocupado. De nada é relevante está atraente por fora e inexistente por dentro. De nada é válido está sempre disponível, mas sempre atrasado.
Não insista em ser presença na vida de quem se faz ausente da sua. Há pessoas que a gente perde no meio do caminho. E há pessoas que se perdem naturalmente da gente com o tempo.
O mau não é um sinal da ausência da bondade de Deus, mas sim uma evidência da exagerada presença da maldade do homem.
O amor é tato, é contato, é presença mesmo na ausência,
pois nada pode separar duas almas que se amam,
nem a morte ou a distância.
A pobreza de espírito não é ausência de riqueza, mas a presença constante de faltas: falta de respeito, de propósito, de consciência e, sobretudo, de vida. Onde há escassez interna, germinam as doenças da alma e os carmas não resolvidos. É um ciclo vicioso, onde o vazio não apenas existe, mas gera mais vazio.
O amadurecido suporta quantas vezes o quiserem passar para trás, seja na sua presença ou ausência, pois o mesmo tem objetivo bem definido a longo prazo e não se firma no agora.
Saudade: Presença na Ausência
A saudade é uma presença discreta, mas constante. Ela não exige ser vista, mas se faz sentir, ocupando um espaço no peito que, de outra forma, estaria vazio. É a ausência de algo ou alguém que, paradoxalmente, nunca deixa de estar presente. Ela preenche o que falta, trazendo de volta o que o tempo e a distância tentam apagar.
A saudade é um lembrete de que, mesmo quando algo se vai, a marca que deixou permanece viva dentro de nós. Não é uma falta qualquer, mas uma falta que tem significado, que carrega consigo a essência do que foi vivido, do que foi amado. E, por mais que a ausência nos faça sentir o peso do que não está, a saudade nos ensina que aquilo que amamos não desaparece.
Cada lembrança traz consigo uma sensação de proximidade, como se, de alguma forma, aquele momento ainda estivesse ali, ao alcance da alma. A saudade é o reflexo de que o que foi importante nunca se perde completamente. Mesmo na ausência, aquilo que tocou nosso coração continua a fazer parte de quem somos.
Saudade é, então, a presença na ausência. Ela é o eco de algo que se foi, mas que permanece vivo em nossa memória, em nossos sentimentos, em cada pedaço de nós que ainda guarda o que foi significativo. É a prova de que, enquanto houver lembranças, nunca estaremos realmente sozinhos.
Ao te confessar, saudades não estou a reclamar ausências, estou somente enfatizando a sua presença no meu peito.
A não presença de um amor não significa um amor ausente; o silêncio de um amor não significa a sua falta; a evidência de um amor se faz na presença que não se vê e no silêncio que não se cala.
Me falta calor,
sabor,
corpo presente,
nesse momento ausente.
Horas a sós,
a dois,
respiradas num abraço,
num sopro,
num descompasso.
E uma dança,
sem música,
dança de amor,
de paixão
e não de solidão.
Carinho ao tocar,
mãos a acalentar,
gosto a despertar,
arrepio a sentir,
quando o cabelo esvoaçar.
O chão a estar presente
o relógio a observar
o íntimo e tocante
o segredo ardente
de um desejo ausente.