Preguiça
Ja que a preguiça tomou conta do meu corpo a muito tempo e dele não quer sair, vou aproveitar que o sono tomou conta da minha mente, e unir o útil ao agradavel e cair na cama.
Naquela manhã...
Levantou da cama rasgando um sorriso bobo de preguiça. Olhou para o relógio preso na parede, mas não reparou na hora. Aos domingos o grande controlador do tempo só não era ignorado por força do hábito. Arrastou os pés até a cozinha, esquentou as mãos na xícara de café. Mirou seus grandes olhos verdes no centro da sala vazia... Entre a cadeira e a porta. Entre o tapete e a lâmpada. Entre o sorriso e o beijo. Entre o passado e o presente. Bem ali, naquela manhã, ele bebia o café e sentia o gosto do futuro.
Em uma sociedade como a nossa em que temos preguiça de pensar e criar o futuro , os conceitos se invertem ,e a idea do que é o melhor se confunde com as futilidades do que é bom , gerando assim uma perda de valor e uma adulteração do proprio sentido da vida .
Tantas coisas a serem ditas. Mais sei lá ando meio com preguiça de cuspir pra fora. Minhas costas doem, não tenho dormido tão bem como eu deveria, logo eu que se pudesse dormir, dormiria por dois dias seguidos e ainda teria sono pra noite seguinte.
Também ando cansada, tão enfatigada e sem tempo. Sem tempo pra chorar umas dores que estão presas na garganta, sentir falta, analisar de perto as causas dessa solidão que devora. Tenho um pré-projeto pra finalizar, umas laudas do TCC pra escrever. Sem contar o português, a geografia, a legislação pra estudar, tudo ao mesmo tempo.
Tenho atropelado a mim mesma, fingindo que está tudo bem, quando na verdade estou a ponto de ter um colapso nervoso, é tanta cobrança, tantas responsabilidades, contas pra pagar, tarefas a serem cumpridas dentro de um prazo que não respeita as minhas limitações.
Stop! Onde eu aperto pra dá pause e respirar um pouco? Não estou sendo fraca, não me interprete errado, estou dizendo que cansei de ser o tempo todo forte, às vezes queria ter, só de vez enquanto um colo, pra deitar e esquecer tudo. Mais quando se é adulto os colos parece que somem. Como que ser adulto nos desse o poder de resolver os problemas por nós mesmo, que ridículo e sem perna cabeça isso!
Eu quero domingos de manhã preguiçosos, quero manhas de ambas as partes, quero bicos, quero sair pra almoçar quero ver dezenas e dezenas de filmes e depois ainda discuti-los, sair para barzinho, baladas, tocar violão, cantar, crescer na vida, talvez até formar uma família (quem diria ein?), tirar fotos engraçadas e fofas, mas quero tudo isso com você, assim; quero eu, quero nós, euevocêassimbemjuntinhos.
As coisas certas são tão dificeis, e as erradas tão faceis, que por preguiça sempre fazemos as coisas erradas...
À chuva fina à cair, às vezes lenta e preguiçosa, outras forte e nervosa, cada uma orquestrando os seus sons carac-
teríticos, mas todos levam ao devaneio.
Engraçado o povo abre a boca para dizer asnera, tipo, reclamam da cidade suja, mais tem preguiça de carregar o lixo até a lixeira, e ainda não quer que as cidades se "submerge" com as chuvas. Cadê a vericidade. Protestem de acordo e faça a sua parte antes.
O papai Noel é a maneira preguiçosa dos pais delegarem um pedaço da educação a um ser fantasioso e livre de culpas e dores. Um mundo inteiro reunido para enganar uma criança é a maior demonstração de covardia que se tem notícia.