Pré Modernismo

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Nossos capítulos anteriores traçaram a evolução da comunicação humana
desde a antiguidade até o presente. Argumentamos que os seres humanos
passaram por diversas etapas de comunicação distintas em sua progressão
evolutiva. A um ritmo cada vez mais acelerado, passaram da era dos
símbolos e sinais para etapas sucessivas em que foram adquiridas a fala
e a linguagem. Acabaram conquistando a capacidade de escrever, em
seguida a de imprimir, e, afinal, venceram tempo e distância em nossa
atual era de aperfeiçoados veículos de comunicação de massa.
Uma conclusão importante a respeito dessas transições foi que cada
uma delas teve ‘‘efeitos’’ significativos. Quer dizer, cada uma acarretou
alterações importantes tanto no pensamento humano, no plano individual,
quanto no desenvolvimento cultural, no coletivo. Assim como o aparecimento
da fala deu a nossos primitivos ancestrais uma vantagem enorme
sobre seres humanos anteriores, o sucessivo surto da escrita, da impressão
e da comunicação contemporânea de massa deu aos seres humanos das
ulteriores eras relevantes vantagens sobre seus antecessores. Assim, à
medida que cada era fundiu-se na seguinte, o pensamento humano tornouse
mais elaborado e a cultura crescentemente complexa.
O processo da evolução tecnológica, social e cultural não está,
de maneira alguma, encerrado. Continuamos a desenvolver nossa tecnologia,
e nossa capacidade de comunicação é dilatada por tais progressos.
Em capítulos anteriores, delineamos a forma pela qual cada
um de nossos principais veículos de comunicação baseou-se em um
continuamente crescente domínio dos princípios científicos e aplicações
práticas. Isso possibilitou um incrível número de aparelhos e
veículos que alteraram a forma pela qual nos comunicamos. Eles se
estenderam desde a prensa de Gutenberg até a mais recente rede de
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televisão via satélites. Evidentemente, de um ponto de vista tecnológico,
a mídia de massa prosseguirá num processo evolutivo.
Ao mesmo tempo, as próprias sociedades sofrem contínuas modificações.
Não são sistemas sociais completamente estáveis; os costumes do
passado modelam os padrões sociais do futuro. Mas o poder da tradição
não é rígido nas modernas sociedades urbano-industriais. Adotam-se
novidades; conflitos surgem e são resolvidos; manias e modas surgem e
somem; movimentos sociais trazem perspectivas inéditas; problemas sociais
aparecem e são encarados; e a ordem social é modificada conforme
cada uma dessas influências. Nenhuma geração é exatamente igual
à que a precedeu, seja psicologicamente ou em função das características
sociais.
Por isso, como tanto a tecnologia da comunicação quanto a ordem
social se acham em constante processo de mudança, há toda razão para
desconfiar que as influências da mídia de massa na sociedade não serão
as mesmas de uma época para outra. Por conseguinte, é difícil descrever
regularidades ou formular explicações acerca dos efeitos da comunicação
de massa que sejam válidas para todos os cidadãos em todas as épocas.
Todavia, a essência da ciência é que ela busca verdades duradouras. A
pesquisa científica visa descrever relacionamentos ordenados entre fenômenos,
assim como desenvolver explicações de como alguns eventos
influenciam ou levam outros a produzir modelos e regularidades. Por
outras palavras, a ciência busca princípios imutáveis. Evidentemente, não
se trata de uma missão fácil no caso dos efeitos da comunicação de massa
sobre as pessoas, devido à natureza evolutiva da mídia por um lado, e da
sociedade por outro.
A despeito destas dificuldades, desde o início da era de comunicação
de massa os estudiosos buscaram entender as influências dos veículos
sobre suas audiências. O resultado dessa busca tem sido uma série de
formulações que tentam descrever, explicar e predizer o que ocorrerá
quando dadas categorias de pessoas forem expostas a formas específicas
de conteúdo da mensagem via determinado veículo de comunicação de
massa.
Os capítulos restantes deste livro apresentarão uma breve recapitulação
de tais formulações. Não é missão fácil. A evolução da teoria na
comunicação de massa não obedeceu a um plano ordenado. Com efeito,
aquilo de que dispomos hoje emergiu de uma busca caótica e descoordenada
por diversas disciplinas de diferentes espécies de princípios, levada
a cabo por estudiosos que investigaram os efeitos da comunicação de
massa, visando diferentes finalidades.
Quiçá o único elo unificador, dentre as várias explicações que
constituem nossa herança intelectual no estudo da comunicação de massa,
164 os efeitos da comunicação de massa
seja o fato de cada uma das principais teorias estar fundada, direta ou
indiretamente, nas concepções básicas do indivíduo humano ou da ordem
social, oferecidas pelas diversas ciências sociais. Destarte, temos teorias
de influência da mídia baseadas em paradigmas psicológicos, sociológicos
e antropológicos. A esses, podem-se acrescentar as contribuições do
historiador, do economista, do cientista político e do jurista — todos os
quais colaboraram para nossa compreensão atual da comunicação de
massa.
Embora as explicações da influência da comunicação de massa
estejam alicerçadas nos paradigmas gerais das ciências sociais, as linhas
de influência entre as duas não foram de forma alguma perfeitamente
esclarecidas.1 Frequentemente, estudiosos da mídia reinventam a roda
quando não se dão conta de que determinada forma de comportamento
tem sido estudada há décadas pelas ciências sociais. Por outro lado,
amiúde os cientistas sociais têm ignorado jovialmente o papel da comunicação
de massa ao adotarem paradigmas que relacionam símbolos,
comunicação, a ordem social e o comportamento individual. Não obstante,
as linhas de influência estão ali, embora às vezes seja difícil delineálas.
Para nossos fins atuais, é importante mostrar algumas das maneiras
pelas quais os estudiosos da comunicação de massa foram influenciados
por paradigmas mais gerais atinentes à natureza psicológica e sociológica
dos seres humanos. Malgrado esta influência às vezes tenha sido não
premeditada e indireta, rastrear essas vinculações quiçá possa esclarecer
em parte por que os estudiosos da mídia se concentraram nos conceitos,
tópicos e problemas específicos que integram a substância da teoria da
comunicação de massa, tanto no passado quanto no presente.
Este capítulo aborda especificamente as formulações mais remotas
que caraterizam o pensamento a propósito das influências da comunicação
de massa. Apesar dessas formulações serem agora encaradas como obsoletas,
possuem grande importância, além de serem meras curiosidades
históricas. Elas nos ajudam a entender as teorias da comunicação de massa
que se seguiram e substituíram as formulações iniciais. As segunda e
terceira gerações de teorias da comunicação de massa — que serão
focalizadas em capítulos posteriores — sob muitos aspectos foram reações
contra os postulados das formulações primitivas, e para compreender
as explicações de hoje é necessário começar do princípio.
Durante as primeiras décadas deste século, a mídia estava na infância.
Mesmo assim, o público alarmou-se quanto ao que essas novas formas
de comunicação — jornais diários, filmes de cinema e radiodifusão —
estavam lhe causando, a seus filhos e aos vizinhos. Foi nessa época que
teorias sociológicas acerca da natureza da sociedade destacaram o conceito
de massa como forma de relacionamentos humanos interpessoais
sociedade de massa e teoria da bala mágica 165
que caracterizava a emergente ordem social urbano-industrial. Foi dessa
maneira de pensar que obtivemos concepções da sociedade de massa e,
consequentemente, da comunicação de massa. Nossa primeira missão, por
conseguinte, é entender as origens e a natureza desse conceito fundamental.
O PARADIGMA EVOLUTIVO
E O CONCEITO DE SOCIEDADE DE MASSA
A sociedade é vasta e organizada. Também parece tornar-se mais complexa.
Estas duas observações elementares foram os fundamentos de onde
evoluíram os sistemas de pensamento dos fundadores da sociologia. A
especulação acerca da natureza da ordem social — maneira pela qual ela
está mudando ou como poderia ser aperfeiçoada — havia sido o tema da
literatura filosófica desde o começo do registro da experiência humana.
Entretanto, a fundação da sociologia como disciplina sistemática especificamente
devotada ao estudo dos processos societários, não ocorreu antes
da primeira metade do século XIX, aproximadamente ao mesmo tempo
em que Benjamin Day começou a vender seu jornal nas ruas de Nova York
a um tostão o exemplar.
O Conceito de Augusto Comte sobre o Organismo Coletivo
Geralmente credita-se a Augusto Comte ter dado nome ao novo campo de
conhecimentos, e também foi ele quem advogou a aplicação do Método
Positivo (Científico) ao estudo da sociedade. As principais contribuições
de Comte para a missão de estudar cientificamente fenômenos sociais
foram mais filosóficas do que substanciais. Não obstante, com efeito
incluiu em suas volumosas obras um conceito orgânico de sociedade,
largamente empregado por sociólogos pioneiros.
O conceito de sociedade como um organismo não foi originado por
Comte, mas ele o tornou um postulado fundamental. O significado dessa
ideia é que dela decorrem importantes consequências. Em termos singelos,
a sociedade pode ser encarada como um tipo particular de organismo, qual
seja um organismo coletivo. Isso não queria dizer para Comte existir
apenas uma grosseira analogia entre a organização de um determinado
organismo biológico, tal como uma determinada planta ou animal, e a
sociedade humana. Comte admitiu que a sociedade era um organismo por
direito próprio. Viu que ela possuía estrutura, tinha partes especializadas
funcionando juntas, que o todo era algo mais do que a soma de suas partes,
166 os efeitos da comunicação de massa
e que passava por mudança evolutiva. Essas características eram de
organismos em geral, e, assim, a sociedade podia ser adequadamente
classificada como tal, com o reconhecimento de que ela difere de outras
variedades específicas de organismos.
O Papel da Especialização. Comte maravilhou-se ante a grande diversidade
de tarefas, metas e funções características de uma sociedade e
comentou sobre como cada indivíduo e grupo pode parecer estar buscando
fins particulares e o resultado global ser, no entanto, o de um sistema
funcionando harmoniosamente. Um dos princípios fundamentais da estruturação
da sociedade (como organismo) que responde por tal situação
interessou-o enormemente. Tal princípio foi a especialização. A divisão
de funções que as pessoas assumem voluntariamente, achou ele, era a
chave não só para a contínua estabilidade da sociedade como também para
sua possível desorganização.
A principal causa da superioridade do organismo social sobre o individual é, consoante
lei consagrada, a mais pronunciada especialização das várias funções atendidas por
órgãos cada vez mais separados, porém interligados; de sorte que a unidade de meta
é cada vez mais combinada com a diversidade de meios. Não podemos, é claro,
apreciar plenamente um fenômeno que está sempre ocorrendo perante nossos olhos,
e de que participamos; mas, se em pensamento nos apartarmos do sistema social, e o
contemplarmos de longe, poderemos conceber um mais maravilhoso espetáculo, na
série inteira dos fenômenos naturais, do que a regular e constante convergência de
uma incontável multidão de seres humanos, cada um dotado de existência diferente
e, em certa medida, independente, e no entanto incessantemente disposta, em meio a
toda a discordância de talento e caráter, a concorrer de muitas formas para o mesmo
desenvolvimento geral, sem combinação, e até mesmo sem consciência da parte da
maioria deles, que acreditam estar seguindo meramente seus impulsos pessoais?...
Esta reconciliação da individualidade do trabalho com a cooperação de empenhos,
que fica mais notável à medida que a sociedade se torna mais complexa e dilatada,
constitui o caráter radical das operações humanas (no plano societário).2
Comte viu grande harmonia e estabilidade, pois, pelo fato de os
indivíduos assumirem funções especializadas. Achou que inevitavelmente
tais atividades especializadas contribuiriam para o equilíbrio geral da
sociedade na qual ‘‘todas as organizações individuais, mesmo as mais
repreensíveis e imperfeitas (excetuando as monstruosas), poderiam afinal
ser utilizadas para o bem comum’’.3
As Consequências da Superespecialização. Comte também viu risco na
especialização excessiva. Deve ser acrescentado que este tópico é de
considerável significação para o estudante da comunicação de massa,
porque a mesma ideia foi empregada por teóricos posteriores para criar o
conceito da sociedade de massa, conceito esse que foi de importância
sociedade de massa e teoria da bala mágica 167
central no pensamento inicial acerca da mídia. O mais importante elemento
desta ideia foi que a organização social ineficaz deixava de contribuir
com os elos adequados entre indivíduos a fim de manter um sistema
integrado e estável de controle social. Este tema é claramente enunciado
por Comte:
Alguns economistas assinalaram, mas de forma muito inadequada, os males de uma
exagerada divisão do trabalho material, e indiquei, com referência ao setor mais
importante do trabalho científico, as perniciosas consequências intelectuais do espírito
de especialização hoje em dia predominante. É necessário estimar diretamente o
princípio de uma influência assim, a fim de compreender o objetivo do sistema
espontâneo de requisitos para a contínua preservação da sociedade. Ao decompor,
sempre dispersamos; e a distribuição dos afazeres humanos tem de ocasionar divergências
individuais, tanto intelectuais quanto morais, que exigem permanente disciplina
para mantê-los dentro de limites. Se a separação das funções sociais cria um útil
espírito de grupo, por um lado, por outro tende a extinguir ou restringir o que podemos
chamar de espírito geral ou agregado.4
Comte prosseguiu discutindo extensiva e criticamente as possíveis consequências
de uma expansão exagerada da divisão de trabalho. Achou que
quanto mais os indivíduos diferissem uns dos outros em sua posição
dentro do sistema social, tanto maior seria sua dificuldade para entender
as outras pessoas. Percebeu que pessoas com a mesma especialidade
criariam vínculos umas com as outras, mas ficariam alienadas dos demais
grupos. ‘‘Assim é que o princípio único pelo qual a sociedade em geral
pode ser desenvolvida e ampliada, ameaça, por outro lado, decompor-se
em uma multidão de corporações desvinculadas, que quase parecem não
pertencer à mesma espécie.’’5
Conforme o organismo societário evolui (de acordo com este paradigma),
ele cria harmonia e estabilidade graças à sua divisão do trabalho.
Ao mesmo tempo, existe a possibilidade de o superdesenvolvimento poder
conduzir à desorganização e ao declínio, por solapar as bases para uma
efetiva comunicação entre as partes individuais do organismo. Dado o
postulado da natureza orgânica da sociedade, o conceito de especialização
de função daí decorre por definição. Um grau crescente de tal especialização,
todavia, conduz a uma crescente diferenciação social. Se tal
diferenciação atinge um ponto em que fiquem ameaçados os vínculos
efetivos entre partes do sistema, então o equilíbrio e harmonia do organismo
também são ameaçados. Este tema reaparece nas obras de teóricos
posteriores e é um dos pontos básicos para início da discussão de
sociedade de ‘‘massa’’. O relacionamento entre esta ideia e a comunicação
de ‘‘massa’’ será esclarecido.
Deve-se recordar que Comte elaborou suas ideias acerca da natureza
da sociedade durante a década de 1830, antes de a revolução industrial ter
alcançado amplo impacto na Europa. Comte sentiu de certa maneira a
168 os efeitos da comunicação de massa
ameaça da possibilidade de um crescente nível de especialização na
sociedade que viu diante de si. Mas teóricos sociais que vieram depois
confrontaram-se com a realidade de um grande aumento da divisão de
trabalho em consequência da nova industrialização. Pouco é de admirar
que ficassem fundamente impressionados com as implicações disso.
Analogia Orgânica de Herbert Spencer
A especulação acerca da natureza orgânica da sociedade e suas consequências
constituiu apenas pequena parte da obra de Comte. O segundo
fundador da moderna Sociologia, Herbert Spencer, adotou o conceito
orgânico com grande força e em grande profundidade. Spencer, como
Comte, era primordialmente um filósofo e estava preocupado com a
ciência como meio de conseguir conhecimento válido. Essa preocupação
levou-o a formular o que imaginou serem os mais importantes princípios
que a ele se afiguravam impregnar todas as ciências. Suas famosas leis da
evolução (de que Darwin tirou inspiração) foram amplamente expostas
em sua obra Primeiros princípios, publicada em 1863, mais de vinte anos
após Comte haver concluído sua Filosofia positiva.
Spencer aplicou seus conceitos evolucionários ao estudo da sociedade
e escreveu Os princípios da sociologia, em quatro volumes, entre
1876 e 1896. Há muitas analogias entre os dois escritores, mas Spencer
alega que suas próprias ideias foram elaboradas independentemente das
de Comte. De qualquer forma, a teoria da sociedade concebida por
Spencer em grande minúcia foi puramente orgânica. Após definir a sociedade
como um sistema funcional, ele estudou extensivamente a ordem
social em termos de crescimento, estruturas, funções, sistemas de órgãos,
e assim sucessivamente, expondo uma analogia extremamente complicada
entre sociedades e um organismo individual.
A divisão do trabalho foi parte assaz importante desta análise e foi
encarada como o fator unificador básico que mantinha unidos os elementos:
A divisão do trabalho, a princípio encarada por economistas políticos como um
fenômeno social, e ulteriormente reconhecida por biólogos como um fenômeno de
seres vivos a que denominaram a ‘‘divisão fisiológica do trabalho’’, é aquela que, na
sociedade, tal qual no animal, faz dela um todo vivo. Dificilmente eu poderia ressaltar
a verdade acerca deste traço fundamental, que um organismo social e um organismo
individual são inteiramente similares...
[A sociedade] experimenta um contínuo crescimento. Ao crescer, suas partes
ficam diferentes: ela exibe aumento de estrutura. As partes dessemelhantes simultaneamente
assumem atividades de diferentes gêneros. Essas atividades não são meramente
diferentes, mas suas diferenças estão relacionadas de modo a tornar uma e outra
sociedade de massa e teoria da bala mágica 169
possível. A ajuda recíproca, então, provoca dependência mútua das partes. E as partes
mutuamente dependentes, vivendo de e para a outra, formam um agregado constituído
segundo o mesmo princípio geral, como um organismo individual.6
Spencer, porém, não deu o passo seguinte para contemplar as possíveis
dificuldades para a sociedade, capazes de ocorrer se a especialização fosse
longe demais. Estava convencido de que o processo mais fundamental da
natureza era a evolução e que esta era natural e, por conseguinte, boa. As
grandes mudanças que observou na sociedade inglesa, com a chegada da
ordem industrial, ele encarou como um desabrochar da sociedade conforme
as leis da evolução natural. Sugerir que mudanças sociais acarretadas
pela evolução natural pudessem ser indesejáveis era impensável. Sustentou
estas maneiras de ver tão ferrenhamente que se tornou convicto de que
qualquer interferência na evolução natural da sociedade era completamente
injustificada e fadada a ter consequências desastrosas. Opôs-se
acerbadamente a legislação destinada a qualquer forma de aperfeiçoamento
social, sob o pretexto de que a natureza queria que os melhores
sobrevivessem, e que a longo prazo a sociedade seria beneficiada. Enquanto
Comte advogava a mudança social planejada, Spencer sustentou
vigorosamente uma política de quase total laissez-faire.
Mesmo assim, pode-se ver que os dois principais fundadores da
Sociologia conceberam modelos evolucionários orgânicos semelhantes
da ordem social e que ambos postularam um processo conducente à
crescente diferenciação social. Um fazia sérias restrições às possíveis
consequências de superespecialização, e o outro tinha graves reservas
acerca de qualquer tentativa de interferência no que encarava como a
evolução natural da sociedade. Nenhum teve qualquer ampla estimativa
das mudanças fundamentais da estrutura da ordem social que adviriam
com o século XX. Comte, escrevendo às vésperas da revolução industrial,
e Spencer, durante a fase inicial desta, não puderam prever que o próprio
tecido da sociedade seria modificado pela convulsão da instituição econômica
acarretada pelo sistema fabril e pela nova ordem econômica. A
mesma aceleração da ciência, que deu lugar à mídia da comunicação de
massa e que deveras incitou esses dois filósofos a fundarem uma ciência
da sociedade, também moldou as forças da nova organização industrial
dessa mesma sociedade. O impacto da nova ordem iria ser sentido em
todos os recantos do mundo.
A Teoria dos Vínculos Sociais de Tönnies
Outra importante formulação teórica veio da província de Schleswig-
Holstein na Alemanha. Em 1887, um jovem daquela região, chamado
170 os efeitos da comunicação de massa
Ferdinand Tönnies, produziu uma análise sociológica teórica denominada
Gemeinschaft und Gesellschaft. Nessa obra, ele opôs dois tipos contrastantes
de organização societária — um pré-industrial e o outro, em grande
parte, um produto da industrialização. Em sua análise da natureza da
sociedade, Tönnies concentrou-se menos em analogias orgânicas, ou nas
possíveis consequências da especialização, e focalizou a atenção nos tipos
de vínculos sociais existentes entre membros de sociedades e grupos, em
dois tipos bem distintos de organização social.
Gemeinschaft versus Gessellschaft. O termo Gemeinschaft não é facilmente
traduzível. A palavra ‘‘comunidade’’ é amiúde oferecida como seu
equivalente, mas a complexidade da acepção de Tönnies não é bem
apreendida por tal singela tradução. A ideia de Gemeinschaft é melhor
esclarecida sugerindo-se alguns dos tipos de vínculos interpessoais nela
incluídos. Os laços e sentimentos existentes entre os membros de uma
família normal oferecem um exemplo, mas a ideia ultrapassa os laços de
família. Os membros de uma determinada aldeia, ou mesmo de uma dada
pequena sociedade, podem ser encarados como caracterizados por Gemeinschaft.
Esse gênero de relacionamento pode se formar por estarem as
pessoas relacionadas entre si pelo sangue e se respeitarem mutuamente;
pode ser gerado por estarem as pessoas unidas por tradição a determinado
lugar onde vivem completamente integradas; pode até haver uma Gemeinschaft
da mente, como quando membros de uma ordem religiosa
compartilham uma profunda dedicação a um dado conjunto de crenças,
que se tornam a base para uma robusta organização social. A organização
Gemeinschaft, em suma, é uma onde as pessoas se acham intimamente
ligadas umas às outras, graças à tradição, parentesco, amizade, ou por
causa de algum outro fator socialmente coesivo. Uma organização social
assim coloca o indivíduo dentro do nexo de sistemas extremamente
sólidos de controle social informal. Resumindo, Gemeinschaft refere-se a
um ‘‘sentimento recíproco, vinculativo... que mantém seres humanos
juntos como membros de uma totalidade”.7 Essa totalidade pode ser uma
família, um clã, uma aldeia, uma ordem religiosa, ou mesmo uma sociedade
inteira, mas tem como base da unidade comum esse tipo particular
de relacionamento social entre seus componentes.
É claro terem existido provavelmente poucas sociedades cujos laços
sociais fossem completamente baseados em tão intensos sentimentos de
‘‘comunidade’’ na acepção de Gemeinschaft. Entretanto, mesmo como um
construto abstrato, esse ‘‘tipo ideal’’ pode servir como um quadro para
nele se discutirem mudanças na organização social e novos tipos de
conexões entre membros que ocorrerão se a sociedade evoluir para uma
outra forma. Por exemplo, sob o impacto da industrialização, quando a
sociedade de massa e teoria da bala mágica 171
divisão do trabalho se torna imensamente mais complexa graças à crescente
especialização, há um declínio em Gemeinschaft? Tönnies viu sua
própria pátria sofrer uma transição de uma sociedade basicamente agrícola
para uma sociedade que se tornou crescentemente urbana e industrial. Se
bem que não sugerisse a evolução societária ser simplesmente uma tendência
de Gemeinschaft nas relações sociais para alguma outra forma,
ficou-lhe claro que outro tipo polar ia se tornar crescentemente mais
importante para descrever um sistema inteiramente diferente de relacionamentos
sociais entre os membros da nova sociedade.
O segundo de seus construtos teóricos foi Gesellschaft. A condição
essencial do relacionamento social na Gesellschaft é o contrato. Em seu
sentido mais amplo, o contrato é um relacionamento social voluntário,
mediante acordo racional, no qual as duas partes prometem cumprir
obrigações específicas uma com a outra ou perder determinadas vantagens
se o contrato for violado. Enquanto o contrato é um relacionamento formal
(amiúde escrito e sempre apoiado por mecanismos impessoais de controle
social), o relacionamento social da Gemeinschaft é informal. Na nova
sociedade de crédito complexo, mercados mundiais, grandes associações
oficializadas, e uma vasta divisão do trabalho, o relacionamento contratual
é amplamente encontrado entre as partes. O comprador e o vendedor
relacionam-se desta forma, assim como o empregado e o empregador.
Com efeito, através de todas as principais instituições, a ordem econômica,
a estrutura política, o sistema educacional, religião, e até em alguns
casos a família, o mais antigo vínculo Gemeinschaft, baseado em ‘‘sentimento
de união recíproca’’, está sendo substituído pelos relacionamentos
do tipo contratual. Em certas esferas do intercâmbio social, é quase o tipo
exclusivo de relacionamento que pode existir entre dois parceiros (p. ex.,
comprar ou alugar uma residência). Em certas esferas, ele raramente pode
ser encontrado (p. ex., dentro da família).
Apesar de nenhuma sociedade ter sido, ou provavelmente venha a
ser, exclusivamente Gesellschaft, está claro que este tipo de vínculo se
tornou onipresente e difuso. Também é claro que Gesellschaft subentende
uma visão assaz diferente para os indivíduos ao encararem membros da
sociedade do que ocorre no caso da Gemeinschaft.
Na Gesellschaft... todos estão por si e isolados, e existe um estado de tensão contra
todos os demais. Suas esferas de ação são nitidamente separadas, de sorte que todos
recusam aos demais contato com ou admissão em sua esfera de ação; isto é, as
intromissões são encaradas como atos hostis. Uma atitude assim negativa para com o
outro se torna o relacionamento normal e sempre subjacente dos indivíduos dotados
de poder, e caracteriza a Gesellschaft na situação dos demais; ninguém quer conceder
e produzir nada para outro indivíduo, nem estará propenso a ceder de bom grado a
outro indivíduo, a não ser em troca de uma dádiva ou trabalho equivalente que
considere pelo menos igual ao que cedeu.8
172 os efeitos da comunicação de massa
A Sociedade Impessoal e Anônima. A Gesellschaft, pois, insere o indivíduo
em um sistema social impessoal e anônimo. É uma situação onde
indivíduos não são tratados nem avaliados por suas qualidades pessoais,
mas são apreciados na medida em que possam atender às suas obrigações
contratuais. A Gesellschaft é um sistema de relacionamentos competitivos
onde os indivíduos visam maximizar o que podem obter de trocas e
minimizar o que dão, ao mesmo tempo aprendendo a precaver-se dos
outros.
O leitor reconhecerá que estas duas imagens de organização societária
foram deliberadamente pintadas com exagero para fins teóricos. Não
obstante, a polaridade Gemeinschaft e Gesellschaft proporcionou uma
estrutura bastante útil para se interpretar o impacto das condições sociais
mutáveis no cidadão da ordem industrial que vinha surgindo. A Gemeinschaft
poderia ser facilmente idealizada como psicologicamente reconfortante
e suportável, ao passo que a Gesellschaft poderia ser facilmente
condenada como psicologicamente perturbadora e geradora de tensão.
Tais interpretações abundam na literatura, no modo de pensar popular, e
até em ciência social, onde a mais simples vida Gemeinschaft de uma
sociedade primitiva ou acentuadamente rural é identificada como ‘‘boa’’,
ao passo que a impessoal Gesellschaft da

Inserida por kessiar

Quando na pré adolescência sempre dizia que eu me apaixonava muito e ninguém retribuía. Hoje tenho alguém que realmente gosta e confia em mim. Sabe porque? Por que eu sinto isso!

Inserida por jeandeoliveirasilva

Ser honesto é ser verdadeiro, e honestidade neste mundo é coisa rara...enquanto a mentira sempre prevalece do jeito que os maus que dominam o poder querem.E,assim, como disse Rui Barbosa: "A gente rir e tem vergonha de ser honesto"

Inserida por adelmar

Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que a história de Milton Lannister jamais começou.

Inserida por pediglee

A vida terrena é um pré-vestibular
da faculdade eterna no Reino do Céu.

Inserida por NayaraBortolini

“Não há fórmulas para o amor. Não há manual de instruções. Não há pré-requisitos. O que você acha infantil em alguém, você acha doce na pessoa que você ama. O que você acha sem graça em alguém, você ri bobo com a pessoa amada. Enquanto você pensa que alguém é idiota demais, quando há o amor você percebe que idiotas são os outros. Sem algum porquê ou razão especial. Seja por um furo no queixo ou por um belo par de olhos verdes. Mas não todos os olhos verdes. Aqueles dois olhinhos verdes por debaixo daquela sobrancelha fina que compõem todo o corpo do seu amor.

Não tem como destacar as qualidades que você mais procura em alguém. Se fosse assim, os que não bebem, não fumam e gostam de John Mayer teriam filas enormes em sua porta com pedidos de namoro. Assim como, também, você percebe que quem você ama não gosta de The Big Bang Theory, mas você está tão apaixonado por aquela pessoa que ignora o fato dela não rir das piadas mais divertidas do mundo.

Na escola, a gente aprende mil coisas desnecessárias, regra de três, valor X e calcular a hipotenusa. Mas não há uma aula sobre o amor. Não há o bê-a-bá. A gente ama e só. Talvez, uma coisa ou outra em comum ajude também. Filmes do Cameron Crowe. Os contos do Gabito Nunes. As músicas do Jack Johnson. As pinturas do Salvador Dali. Mas essas coisas são apenas cartas na manga para quando o assunto acabar. O amor já estava ali, em silêncio, entre um sorriso e outro. Entre uma troca de olhares ou outra coisa qualquer.

O amor precede o amar.

O amor é como se molhar antes do mergulho. É como saciar a fome antes do jantar. Amor é salivar. Não há livros de receitas. Não há bíblia. Não há religião que explique. Amor é um sonho que a gente sonha acordado. Amor é andar de mãos dadas mesmo com quilômetros de distância separando os amantes. E saber que pertinho pode até causar saudade.

Amor é dormir de conchinha, mesmo odiando os fios de cabelo voando em teu rosto. Amor é dizer “sim” quando quer dizer “sim”. E saber dizer “não” quando quer dizer “não”.

E amor é, também, mudar de opinião.

Nunca teremos respostas exatas sobre o motivo que um relacionamento deu certo e outro não. Há ciúmes. Há brigas. Há sorrisos. Há beijos. Há mil coisas que atrapalham e mil coisas que ajudam um casal. Mas não há peças perfeitas que se encaixam. Amor não é um quebra-cabeças. Relacionamentos dão certos porque era você e porque era aquela pessoa. E só. Por alguma razão, você saiu de casa sem se arrumar querendo apenas ir na padaria. Quando vê, voltou para casa, esqueceu os pães, mas caminhou sorrindo por ter encontrado alguém de All Star cano alto e olhos pequenos do jeito que você gosta.

Pronto, nasceu o amor. Sem motivos astrológicos ou algo assim.

A gente não sabe o porquê de tremer todo quando ele-ou-ela faz aquela cara fechada, franze a testa e tudo fica tão sexy que não conseguimos mais pensar em nada. Nunca teremos a resposta se há razão química-ou-física-ou-sei-lá-qual por gostarmos tanto daquele perfume encontrado no meio das costas de quem a gente ama. Aquele cheiro. Aquele local. Tão único quanto um trevo de quatro folhas. E, não, o amor não é sorte.

Sorte é de quem ama e é amado".

Inserida por carlinharios

O amor não se escolhe, não se controla, não se mede, ele surge de uma forma inexplicável , não é preciso estar perto, ou longe da pessoa, quando menos você espera acaba lembrando de todos momentos vividos com a mesma, desde a primeira conversa, troca de olhares, até onde menos esperamos.......Assim é o amor.!!!

Inserida por Renatinhavasconcelos

Não gosto de estabilidade, rotina e horários sempre pré-estabelecidos, gosto do novo, do que me desafia e do que pode me gerar inúmeras experiências que jamais sonhei, sou bem dessas pessoas que gostam de arriscar e se dar a oportunidade de viver o que a vida me proporciona a viver! Se tá ruim, bom, por que um dia melhora, se tá bom, aproveito, por que um dia com certeza piora!

No final, o que importa é ter motivos pra sorrir e amores no coração, lembranças dos dias de juventude e a companhia certa depois de toda uma vida.

Inserida por Renatinhavasconcelos

Linartt Vieira

Livre de pré-conceito, despreocupado.
Indiferente ao julgamento da sociedade,
Naturalmente autêntico ao natural,
Nobre em seu jeito de ser irreverente,
Acreditando q um dia tudo será diferente,
Realeza, radiante, raridade em pessoa,
Totalizando um ideal que é só seu, segue adiante,
Temendo e esperando por algo novo que o fara chegar ao ápice...

...A FELICIDADE!

Inserida por LINARTT

A mudança que você deseja ver está relacionado à atitude que você deve ter e ao exemplo que você precisa dar.

Inserida por harryerick

Ao invés de comparar o meio-ambiente humano pré-industrial e pós-industrial, eles (os ambientalistas) compararam o meio-ambiente pós-industrial com uma utopia de "poluição zero" não existente adquirida pelo Homem vivendo em "harmonia" com a Natureza. Eles fazem isso à despeito de evidências históricas conclusivas nas quais viver em "harmonia" com a Natureza significa viver muito breve. Historicamente, à medida que os seres humanos não minavam, não queimavam combustíveis, não se desenvolveram; e quando foram relutantes ou incapazes de controlar ou deslocar outras espécies quando necessário, eles morreram cedo e frequentemente. O padrão de vida moderno é um feito sem precedentes, singular, uma conquista que continua apenas enquanto os homens forem livres para comandar a Natureza em larga escala.

Inserida por Iendor

Natal é a festa de Jesus. Papai Noel é o papel do teu pai que o comércio criou pra lucrar com os presentes!

Inserida por gcrl

A mágoa tardia esconderia aquela pré-lágrima que decantaria a dor,
Que bem perto, por certo, teu errante amor subtrairia como utopia!
Guria da Poesia Gaúcha

Inserida por GuriaPoesia

Não é nada com ninguém, ou quase nada. Acho que é um problema de existência comigo mesmo. Daí eu preciso de novo ficar um pouco só.

Inserida por MuriloMelo

Eleições ainda tardam
mas não seria má idéia
aproveitar os perdigotos dos pré-candidatos
para irrigar a lavoura comunitária.

Inserida por ranish

A vida é tão rápida. E você passa e passa. Tudo passa. O tempo permanece. Um dia passado, um dia presente , um dia futuro. Um dia e o tempo. O tempo que te lembrou que você esqueceu de sorrir em um dia de domingo. Não deixe o tempo passar por você outra vez e te reclamar um riso farto. Seja sua melhor companhia.
Ame-se.
___ Lene Dantas.

Inserida por LeneDantas

Que com um olhar eu te encontrei, com uma lágrima te deixei, é preciso querer para depois ter, é preciso amar para depois ser amado e você ainda não entendeu isso.

Eu queria que você me comprendesse e comprendesse o meu modo de ser, que não tirasse conclusões apressadas e não reclamasse das minhas atitudes, me aceitasse como eu sou e não como você me imagina, que você fizesse planos e depois me incluisse.

Eu te conheci e não te esqueci. Você me conheceu, será que me esqueceu? Foi de um jeito vago e imprevisto que te conheci, mas lhe digo: se encontrares ou já enconttrou alguém para lhe fazer feliz mais do que eu ... Não se preocupe comigo, ainda serei sua amiga, embora vivendo infeliz.

Inserida por raymundopensador

Descobri que você não merecia a mulher que me tornei...a mulher nova em folha que sou hoje!
Foi preciso um tempo.Sim é verdade,tempo de me desintoxicar de você.

Inserida por BarbarahIngridd

Anote aí para o novo ano: não se pré-ocupe com quem tenta te atingir lembrando das suas falhas... Primeiro porque ninguém é melhor ou pior por cometer erros diferentes, segundo porque Deus não se lembra do que passou quando você se arrepende e decide prosseguir com novas atitudes, então, a opinião Dele deve ser a mais importante.
Seja livre, principalmente de opiniões não solicitadas! Afinal, as pessoas estão sempre inconformadas com os erros, defeitos.... Alheios! E tão ocupadas com a vida dos outros, que mal conseguem tempo para olhar para si.

Inserida por AngelicaAraujo29

Amor

Não existe nada de pré-definido no amor, não se ama com palavras, se ama com gestos, com afeição com afagos, carinho, é preciso mais entende? Mais respeito, mais de saber dar e receber, mais de ganhar ou de perder, mais de si ou mais do próximo, amar é bem mais que um titulo, vai mais além do que imaginamos, amar é saber perdoar, é saber aconselhar quando lhe cabe, não creio no amor que fere, que magoa, que agride, que destrata, que desfaz, acredito no amor reciproco, no amor sem desigualdades, sem diferenças, é preciso acreditar no próximo é preciso acreditar em algo, então que seja amor, que seja amor fraternal, maternal, paternal seja oque for mais que seja amor.

Inserida por JuniorAraujo02