Pranto
Oh, coração fulgurante e acintoso
No etéreo azul voais exuberante
Causais o pranto a quem o amou errante
Em função de seu amor aleivoso.
De atenção quente ao frio doloroso,
Do desprezo atroz e dilacerante,
Fizestes do amor lágrima constante
Afogando-a no sonho impiedoso.
Amai Clítie, a paixão correspondente
E deixai de alimentar-se do pranto
Que a inundou de desamor inclemente.
Certificar-se-á do amor ardente,
Deixarás de fitar o áureo manto
Que a ti ignora constantemente.
Linda Leonardo -
Minha vida fez-se grito
Cheia de curvas de saudade
E num pranto entristecido
Atravessou a minha idade.
Veio de longe a solidão
deixando a vida por viver
E num momento sem razão
me dei ao fado sem saber.
E vai chorando o coração
Num anseio sem ter calma
E eu cantando desde então
Tantas penas da minh'alma.
Tanta vida por viver
Tanto fado por cantar
Tantos versos por escrever
E eu sofrendo por te amar.
(Versos que o poeta dedica à amiga e fadista Linda Leonardo)
O CONTO E O PRANTO
No conto pode haver rimas,
no pranto às vezes coincidência.
O conto tem limites,
no pranto eu ando ao infinito.
No canto sinto a alma,
no pranto ela agoniza.
O conto é eufórico,
o pranto melancólico.
A ribalta do conto é em palco iluminado,
a do pranto é um vale nublado.
O conto elucida perspectivas,
o pranto é cego.
No conto posso mudar o final,
o desfecho do pranto é imutável.
No conto escolho os personagens,
o pranto não importa se estou pronto.
Do conto posso esquecer detalhes,
dias de pranto são memoráveis.
Um conto pode não ter valor,
todo pranto fortalece vencedores.
As paixões duram
E o pranto lava
O teu jardim colorido
Os passarinhos vão lhe cantar
Todas as dores que te fazem mal
Pra se acomodar no teu altar
A vontade mais do que leal
Já fui doçura, fui paixão...
Já fui pranto, dor e desilusão.
Já fui sonho, fantasia e aventura.
Fui paz, fui serenidade, fui ternura.
Fui medo, incerteza, fui fraqueza. Mas nunca covarde, nunca desistente nem fui metade.
Hoje sou alegria, intensidade, sou verdade.
Sou força, sou garra, sou vigor.
Hoje sou fé, esperança, sou AMOR.
Sou Ana Barros
SONETO INDOMÁVEL
Ó pranto! À dor, quando, entranho
Fico sem rumo certo pelo cerrado
O anoitecer, quando, chega calado
Tudo é solidão, e em nada é ganho
Tristura, fria, que pesa no passado
O vento é poeira de ardor estranho
E a hora lenta e tão sem tamanho
Que o olhar vazio, alheia, fissurado
No meu alvo silêncio, rude insônia
Clamo por todo o arrimo, em vão
Nada escuta, indigente cerimonia
Invento um verso, tento, e tento
E rasgo-o, continuas sem demão
Tudo é indomável no sentimento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 de março de 2020 – Cerrado goiano
COBRA CEGA (soneto)
Era a saudade, saudade crua que vela
A solidão. Com a impostura do pranto
Que sente falta, partida em um canto
Do coração, que se veste da dor dela
Era a lembrança! Curvada na janela
A esperar que se quebre o encanto
E no horizonte desanuvie do manto
Da noite vazia, e se torne leve e bela
Era a angústia com a sua tristura cada
Era o seu silêncio e o seu tempo lasso
O desespero na negrura da madrugada
Que brincam, com o desanimo crasso
De olhos vendados, e a ventura atada
De cobra cega com o prazer escasso...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/04/2020, 15’11” – Cerrado goiano
SONHO MEU - João Nunes Ventura-04/2020
Ela chorava o seu pranto de dor
Ela dormia o seu sonho de amor
Ela me via corria e me abraçava,
Ela chegava elegante charmosa
Ela é bonita o cheirinho de rosa
Ela meu sonho que tanto amava.
Procuro um canto onde não haja pranto pranto,
Que ninguém reclame e comunidade ame !
"Será que esse canto existe "?!
SONETO DA SAUDADE
Saudade – o olhar do outrora andando
e o pranto, uma lágrima na lembrança
deslizando. Saudade! os dias de criança
cantigas de ninar e de roda: cantando!
Noites, até às 10 horas, na vizinhança
a meninada, na diversão, em bando
na chuvada, muito mais que amando
saudade ingênua de dias de pujança
Saudade – asa da dor no sentimento
Recordações vans do tempo ao vento
Ai! dantes no pensamento em guerra
Saudade – “o que fica do que não ficou”
a velha mocidade, que hoje já passou...
O apito da “Mogiana” da minha terra!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 10’07” – Triângulo Mineiro
Teu chorar.
Estou indo,
Acalmar teu pranto
Enxugar tuas lágrimas
Guarda-las em minhas mãos
Quizera eu teus risos soltos
Guarda-los em meu coração
Mas tenho tuas lágrimas
E vou acalmar teu chorar
Fazer-te sorrir, contar-te lendas
Distrair teu coração e dar-te atenção
Ser um pouco de alegria
Contudo ser forte e guardar minha tristeza
Revezar o teu e o meu momento
Cada um com seu diferente céu
Onde hoje o seu amanheceu cinzento
Te dar um pouco do meu sol
E a noite quem sabe?!
Possas tu me dar teu céu com estrelas
Uma lua á deitar-se ao mar.
Dias cinzentos nascem, dias distintos,
Mas com o amor de sempre.
José Henrique
Melancolia
Aquele dia.
Aquela noite.
Arrepia.
Chibatada.
Açoite.
Meu pranto.
Minha dor.
Meu mundo.
Sem ar.
Sem cor.
Depressão.
Olhar contrito.
Sorriso oprimido.
Aliás !!!
Que brio.
Que sorriso.
Que nada.
Alegria atropelada.
Felicidade jamais.
Tristeza infinita.
Assim é.
Foi aquela vida.
Esquizofrênica.
Delirante.
Louca.
Bipolar.
Sei lá.
Talvez seja a sanidade do mundo.
Onde o poder confunde.
O orgulho e ambição.
Ganância e corrupção.
O sentimento.
O lamento do cidadão.
Não importa.
Deixa que o destino fecha a porta.
Choro.
Grito.
Morte.
São vidas.
Regadas a própria sorte.
E tal como dizia.
O que seria.
A opressão da vida.
Melancolia.
Giovane Silva Santos
Às vezes anseio tanto
O alvorecer
Desnudar a essência
De lembranças tantas
Silenciar o pranto
Alçar a voz que sussurra
Afugentar o medo
De conceitos tantos
De alma liberar o brado
Romper pactos
Pelos enganos quebrados
Desfazer laços
Que não foram traçados
Seguir direção contrária
Do caminho traçado
Pelos concertos anulados
Gira girou
Girando o mundo
Se perdendo, se encontrando
Fugindo da raia
Caindo em pranto
Cega o medo
Fingindo ser sol
Brindando a vida
Bebendo o mar
Curando as feridas
Cansada de ser normal
Enlouqueceu de vez
No fundo, sem fundo
Ninguém vai perceber
Viver é um mar
Ninguém precisa entender
Sereia no luar
Girassol no amanhecer
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 15/07/2021 às 18:35 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Esperei a vida em festa
Desprezei toda agonia
E ela me bateu tão forte:
De mim só queria o pranto
Não a alegria....
AQUILO QUE PRANTO
Quanto mais eu avanço
Menores são meus ranços
Cá dentro do meu rancho
Saudades eu arranjo
A vida é um gancho
Certa como carancho
Lá pelo Campo Santo
Alegre seja o pranto!
Rio em desafio
Deságuo em mar
Desabo em pranto
Reabro em espumas
Borbulhas de sons cintilantes
Marcas que o vento de agosto
Me impedem de sentir
Promessas de cores e flores
Pra quando setembro vier.
Deus está te dando uma benção que vc a muito tempo tem pedido, ele ouviu o teu pranto e lamento, ele sabe da tua necessidade. E ele te diz, seja fiel a mim, e tudo te darei, permaneça na minha graça e te farei próspero sobre essa terra, e viverá em alegria. Mas não retroceda do caminho que já percorreu, afaste se do ímpio, que é como a moinha que o vento vem e espalha.
Vc pediu e eu te dei, seja fiel e eu te darei muito mais...
-
A paz de Deus seja convosco.
e foi sobre esse voar
(de alma e pranto)
que se viu chuviscar
o sol (amplo e nascente)
e foi desde e por entre
o desanuviar do espanto
que um quê de encanto
se esfumou crescente
quem sabe se nevoando
solidão sobre os beirais
se lembrando ais
no crepitar da saudade
quem sabe, quem sabe!
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