Pranto
Firmamento gris, persianas baixadas.
Corre um filete de pranto pela parede rachada.
Reboco caído, pintura queimada.
Lâmpadas oscilam; estrobo, flashes
refletindo e sombreando seu corpo nu.
Fechadura sem tranca, sem trinco.
Porta emperrada que range uivando;
Fazendo dueto com o vento lá fora.
Clic, tic-tac, tic-tac, tic tic, clic...
Metrônomo marcando o tempo e compasso.
Pulsa meu pulso e acelera a canção,
Graves, médios e agudos; tensão.
Finda o eco; afrisia, afasia.
Suspiro que emite fumaça de um tabaco barato.
Viro pro lado...
Boa noite.
Diversas vezes acordava pela manhã com o canto de uma senhora.
Canto como um pranto um socorro suplicado.
Ela cantava e cantava.
Cantava com tanta força e desencanto pela vida.
Vida essa talvez que lhe faltava ou que lhe foi arrancada pelos anos.
Não sabia dizer se era a felicidade que a invadia ou a nostalgia ou até mesmo o canto de alguém que sonha.
Conforme ela cantava eu pensava na vida e me invadia um medo de algum dia meu canto transbordar súplica como o dela. Não que não fosse admirável escuta-la gritar pela vida eu a admirava por ainda que parecesse um canto triste, ela cantava sem medo e libertava-se, por um momento, de algo que as palavras cotidianas não conseguiam expressar.
E todas as vezes que eu a escutava pela manhã levantava da cama com uma força e vontade de viver meu dia com tanta intensidade de modo a aproveitar cada ímpar momento.
Eu quero a vida e quero explorar cada único e particular espaço dessa palavra, vida, ainda que ávida ou feroz, doce ou amarga. Que eu possa dizer, no final mortal, que valeu a pena cada insensato e adverso momento e ao menos da vida tudo eu tive.
Silenciando o pranto por não poder escapar do amor.
As verdades em tom de brincadeira foram sequestrando meu coração até me tornar refém dessa ilusão.
Pensamentos românticos sufocados pela onipresente realidade das ideias mortas pelo subconsciente, totalmente ciente da impossibilidade que torna eu + você uma união completamente fora das regras, além de qualquer expectativa.
Todas aquelas frases de amor tão simples e carregadas de sentimento estão escritas para o mundo todo ver. E elas não são para mim. Nunca serão.
Nenhuma atualização. Não mais subiu a janela da esperança.
Condenada a aguardar esporádicas e cada vez mais raras conversas superficiais. Um consolo nos dias de cão.
Estou pensando em você, encontrando mil jeitos de te ter, estar aí do lado de dentro do coração, lugar pra tão poucos e eu prefiro me enganar, pensar que seu ceticismo é o motivo pelo qual não demonstra o que quer que seja.
Mentiras leves e um inexistente desejo... O mesmo que me envergonha nessa madrugada outonal, quando nem mesmo a mais poderosa armadura freia as amargas lágrimas da decepção... E então chega o momento de pensar um pouco mais em MIM, encontrar forças em meio a destruição total do que um dia chamei de sonho...
Na insanidade dos versos livres me afasto e não prevejo retorno, não insisto nem justifico. Apenas sigo uma reta rumo ao futuro, ao mundo que recrio e, lamento dizer, mas você não faz mais parte dele.
A procurou tanto
por tanto tempo
e em todo canto
que se deu conta
em meio ao pranto
de ter perdido a si
por procurá-la tanto.
Haverão dias de pranto e sol, haverão dias de jubilo e chuva, haverão dias que nem dias serão considerados. Segundos que passarão num instante e minutos tão rápidos como segundos. Fará tempo que o sentimento fluirá em forma de gotas de orvalho pelo rosto, e o sol surgirá como sorriso. Felizardo de quem desfruta o sentir mais que exprimir.
E o Tempo dono de todas as coisas
ensina quão provisório é o pranto e a gargalhada,
por isso não recuso nada.
Oculto
Fartei-me de mostrar o meu encanto
De cair em pranto
De elucidar minha ternura.
Hoje sei de que nada adianta
O que me é sentimental.
O que eleva o meu feitio e
Coloca noutro coração
A minha galhardia
É o meu intencional.
"Nem pensar ficar calado,
A fala é maior que o pranto
Em calar a esperança,
Matar a perserverança,
E mudar os versos meus.
É mimha arma empunhada,
a armadura entranhada
A força que Deus me deu".
Nem pense que vou calar
nem me sentir ofendido
Posso até ter me perdido
Mas logo vou me encontrar...
Este sim é o meu recado
Da força do meu falar!"
A poesia que eu canto
é feita de pranto
da angustia que a de vir
Ser aquilo que eu fui
logo intui que seja santo
o que dentro de mim tem de ti
Me leve consigo onde for
em trocadilhos miúdos rasgando a nota
Nos lábios deste anjo derrubado
porque não posso estar em quem eu sou
Nem ser o que me faz viver
Pendurado, nas asas deste anjo eu vou
O que há de ti dentro de mim não há de morrer
E, mesmo que posto em longas léguas sem cor
o cotidiano naturalmente há de julgar no tom
e a manobra deste vento te levará meu som
já que nem as lágrimas calaram meu coração!
Canto, tonto e tanto são,em vão
Mata, ladra, canta e não tarda em vir
Que assim vivi e estou em Ti...
Um tempo passou...
... se foi...
chorou o meu pranto;
teus lábios não me tocaram mais.
Esqueci o perfume,
O teu perfume.
E o mar azul mais azul ficou
ao ouvir meu pranto também chorou...
E o mar revolto se acalmou
ao sentir minha dor... sussurrou:
- Hei você, sim você!
Que sofre por esse amor,
que está imersa em dor...
Mergulhe nos meus braços,
sinta meu abraço,
serei seu refúgio, sua segurança,
seu amparo e proteção....
até surgir um novo amor em seu coração.
A alegria que mostra meus olhos esconde por trás um pranto de choro, e por trás do atras escorre sangue de tristeza causada por dor!
Pareço de carne e rosto
Porém, meu desgosto maquia meu tanto
Do pranto sei desaguar pouco a pouco
No louco tento me desatar de tempos em tempos
Enquanto minha marcha tropeça nos fardos
Os poemas me vestem de um trapo denso
Pinto-me de vento, distraio-me de branco
Alento, solto traço, ao ponto de morar no beco
Rego o tempo, como quem distrai a biografia do prazo
Pesco teatro, indico fábulas, enquanto vou morrendo...
Estava a deriva quando ouvi a sereia cantar
Dela o canto
Mas não sabia se era canto
Ou pranto
Ou mero encanto
Ignorei os avisos e não fechei os ouvidos com cera
Pelo canto fui envolvido
Por aquele lamento
Que de ideia de choro me vi mergulhado
Meu barco furado e o coração inundado
Não sei se era canto
Ou pranto
Ou mero encanto
Talvez só meu tormento.
No mar me jogar?
Deixo que me leve sereia
Só tenho medo de não querer voltar
Dizem que elas seduzem os marinheiros de primeira viagem
E para o fundo do oceano os levam
Mas qual será seu encanto?
Para o fundo do mar me deixarei levar
Pois quem sabe seja lá que nos braços da sereia
Pelo seu canto que encanta
Que irei me encontrar
Leve-me, sereia, para o fundo do mar
Meu choro e lamento possam ficar
E que outros marinheiros em seu encanto se encante
Em seu choro lamente
E do fundo do mar nunca mais tentem voltar
Que eles do barco carregados
Possa nele toda tristeza deixar
É lá, no seu reino dourado
Seu mundo encantado
Que em seus braços irei me afogar
Leve-me sereia
Pois o barco já não é mais o meu lugar
Eu poderia expor meus momentos difíceis, também poderia mostrar o meu pranto, no entanto eu prefiro sorrir, porque a beleza da vida esta em querer ser feliz, mesmo não sendo. E é isso que as pessoas vão saber sobre mim. Eu tentei, eu tento e eu tentarei.
Dizia algo meu olhar que refletia a fúria dos céus.
sentia lá no fundo um tanto por qualquer pranto.
poderia ser qualquer coisa,mas era você.
Como a nuvem mais ádvena,pronto pra desabar.
Minha lagrima é muda,não existe plateia pra minha dor.
Aprendi a ser LUZ em meio sua escuridão pra não morrer pela compaixão do seu amor.
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