Praia
Foi em Rockaway Beach - New York, um domingo de sol, no verão americano, ecoou um pulsar de Brasil. Um povo que trouxe consigo o samba, não apenas como música, mas como um manifesto de identidade e resistência. Em meio as dificuldades do cotidiano, enquanto existe uma procura por uma identidade global, nós encontram um refúgio na cadência envolvente e na harmonia contagiante do nosso samba.
Obrigado Turma do Samba, o som do pandeiro, e a voz calorosa ressoou, celebrando não apenas nossas raízes, mas também colorindo a paisagem cultural americana. É um grito de liberdade que dialoga com a cultura local, enriquecendo nossa própria beleza e talento.
Em cada batida do tambor, há uma história de luta e superação. Em cada verso entoado, há um pedaço da alma brasileira que se entrelaça com o espírito vibrante da América. Como disse Cartola, "o mundo é um moinho", e neste moinho, o samba brasileiro não só gira, mas também ilumina e inspira, conectando pessoas e enaltecendo a diversidade que faz desta nação um verdadeiro caldeirão de culturas.
Assim, sob o céu do verão americano, o samba se torna mais do que uma canção; é um testemunho de amor pela vida, pela arte e pela união que transcende fronteiras e diferenças.
Foi um encanto, um poema emocionante, um capítulo histórico que sempre pulsará nos corações dos imigrantes brasileiros, enamorados pelo samba, pela cultura brasileira, obrigado a todos amigos presentes, em especial aqueles que realizaram esse evento!
10 ANOS EM OLINDA
Querida Jéssica,
Não se trata de quanto tempo eu estou em Pernambuco, mas sim de quanto tempo eu me neguei a me envolver com a política. Faço militância política há muitos anos. No período em que saí de São Paulo, devido às decepções políticas que tive na época, continuei me envolvendo, mas apenas nas políticas nacionais, relacionadas ao governo Lula e aos nossos ministérios. Ignorei completamente qualquer instância municipal e até estadual.
Quando cheguei a Pernambuco, há 10 anos, e agora em 2024 completo 10 anos aqui, continuei sem me envolver com a política local, até porque eu não conhecia a cidade e estava passando por um processo de adaptação. No entanto, a militância está no sangue da gente; é algo que fervilha dentro de nós.
Comecei a trabalhar como camelô na praia de Olinda, em uma área frequentada por pessoas de classe A, militares e até extremistas. Automaticamente, meu lado militante começou a despertar. Levava a bandeira do movimento negro, do arco-íris, do movimento LGBTQIA+, além de outras bandeiras, como a "Lula Livre". Foram tantas bandeiras que às vezes colocava três ou quatro no mesmo dia, incluindo a do MST.
Fui conhecendo pessoas, mas ainda assim, não me envolvia com a política local. Até que veio a campanha de Teresa Leitão.
O comitê de Teresa Leitão ficava no centro de Olinda. Eu já a conhecia de algumas ocasiões em que ela esteve acompanhada da então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, em visitas à cidade. Por isso, decidi ir até o comitê para falar com Teresa, já que a conhecia de São Paulo, onde ela havia estado com Luiza Erundina.
Eu não via Teresa Leitão há muitos anos e não tínhamos uma amizade próxima. Observava a aproximação dela com a então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, e o tempo foi passando. Foi nesse contexto que conheci Dona Ana. Eu disse a ela: "Não quero saber de política, não quero saber de política. Vou segurar a bandeira aqui, como todo mundo está segurando bandeira, e está todo mundo ganhando um troquinho, ganhando R$ 100 por semana dos partidos de direita, né?" Mas eu não ganhava um centavo. Segurava a bandeira porque queria participar da campanha de alguma forma.
Estando ali das 7:00 da manhã às 7:00 da noite, eram 12 horas diárias, de domingo a domingo. Aquele ponto acabou se tornando um espaço de encontro para o pessoal do PT. Começou a aparecer gente do PT, e fizemos algumas atividades, uma delas foi um aniversário simbólico para Lula, que reuniu em torno de 150 a 200 pessoas. Foi uma coisa belíssima; até hoje tenho lembranças muito boas daquele dia.
Ali, comecei a me envolver um pouco mais, mas, mesmo assim, ainda resistia. Dona Ana estava sempre lá na barraca, até que, aos poucos, fui me aproximando mais, conversando com Teresa Leitão, e comecei a me envolver de novo na campanha. Era a campanha coletiva de Olinda, com Dona Ana, Paulo, Breno Almeida, e uma moça cujo nome não me recordo. Foi assim que conheci Vinícius e outras pessoas.
Apesar disso, eu ainda era muito preso ao meu trabalho, com 12 horas diárias, das 7:00 da manhã às 7:00 da noite, com pouco acesso à internet e à informação. Vivendo naquela bolha da praia, meio que diariamente, você acaba sabendo que existe um mundo político acontecendo. Eu continuava acompanhando as questões do governo federal, mas não me ligava muito na política local. Além disso, em termos de mídia e propaganda local, somos péssimos. Basicamente, só recebemos notícias do que acontece em São Paulo, Rio de Janeiro, e no Sul; aqui no Nordeste, a cobertura da mídia progressista de esquerda é muito ruim.
Enfim, acabei me envolvendo, e agora estou de volta, já envolvido de tal forma que não tem mais volta. Vamos à luta, porque voltei para ficar. É claro que sou uma pessoa limitada, por conta dos meus problemas de saúde, o que me impede de participar de determinadas coisas para que não aconteça algo fora do meu controle. Por isso, meu conhecimento é extremamente limitado, e na maioria das vezes prefiro me calar e ouvir, para aprender com vocês e adquirir maior conhecimento sobre política local, estadual, e sobre a história do Nordeste. É mais ou menos isso.
Fernando Kabral
O Mar
Ah! O mar!
Como é bom observar
É uma imensidão
Até perdemos da visão.
Quando olhamos o horizonte
Vai até além do monte.
Lá longe vamos observando
Um navio navegando
As ondas levam o barco à vela
Que vista mais bela.
Entre o movimento que permeia
Reflete o sol na areia
A brisa é suave no rosto
Quem gosta tem bom gosto.
Quando se encontra com o céu infinito
Fica tudo mais azul, mais bonito
E quanta graça pular ondinhas
Uma diversão pegar conchinhas.
Como se enchem de alegria
Na praia é divertido o dia
É tudo tão grande e diferente
Todos com um sorriso contente.
O mar leva tantas esperanças
E é um paraíso para as crianças
E para os adultos que apreciam
Com esse gigante se contagiam.
Não há melhor sensação
Esse lugar mora no coração
Deus fez para nos presentear
Essa obra de arte... ah, o mar!
Afeição verdadeira, grandiosa, gerada a partir do amor, alegria rara de um dia ensolarado, emoção intensa, infância maravilhosa, corações são agraciados, de fato, benção calorosa em demasia, a simplicidade de uma criança "amorosa" que deixa momentos marcados como caminhar pela areia da praia, sob o sol profusamente iluminado e aos poucos, a cada passo, os pés sendo molhados pelas águas do mar no vaivém da sua expressividade, quando a realidade vira brevemente um conto de fadas, uma grande felicidade, a dádiva de um presente felizmente vivido que no futuro será vivas saudades.
E aquele momento pareceu tão familiar e cheio de vida, que ela não pode evitar e entregou-se, um toque suave percorria sua pele, como o vento que toca as areias brilhantes, e a cada movimento, ela se transmutava, sabia que nuca mais seria a mesma, seu suor a batizava para uma nova vida.
Hoje eu só quero a leveza de um dia de sol, o vai e vem das ondas acariciando meus pés e o vento morno de outono embaralhando o meu cabelo.
E entre uma conversa e outra, alguns beijos e cafuné...
O dia já se foi embora
e a gente nem deu pé.
Causa-me profunda estranheza observar uma flexibilização dos princípios cristãos de decência e pudor nos ambientes das praias e dos clubes, onde a Palavra de Deus é frequentemente subjugada pelas influências culturais e sociais predominantes.
Em ambientes como praias e clubes, os conceitos bíblicos de modéstia e decência muitas vezes não são aplicados, pois nesses contextos há uma justificativa (injustificável) baseada em aspectos culturais e/ou no prazer e conforto associados.
Era verão e um calor escaldante proporcionava aos mais atentos um desfile de corpos bronzeados como estandartes de tecidos leves e coloridos.
Conversava com amigos em tom descontraído quando ele passou sozinho, olhos em minha direção e todo aquele cenário de repente desapareceu e lá fiquei, lá sonhei.
Olinda,1997
SABABENSE
Relativo ou referente à Sababa,
Ilha do município de Turiaçu-Maranhão.
Pessoa natural dessa ilha
Onde há abundância de peixe e camarão.
Nativo da Praia de Sababa,
Aquele que pertence ao litoral,
Que é parte de um lugar belíssimo,
De um verdadeiro paraíso natural.
O sababense esbanja alegria,
Companheirismo e compaixão;
É um povo gentil e hospitaleiro
Que acolhe com perfeição.
Ser sababense é mais do que contingência,
Destino ou determinação;
É dádiva divina,
Honra suprema e autorrealização.
Estava desfrutando da minha solitude,
quando de repente fui transportado
pra um momento mágico,
uma linda mulher passou bem diante dos meus olhos, correndo pela areia da praia,
era encantadora como uma sereia,
pele delicada, cabelos soltos ao vento,
fazendo parte de um rico cenário,
até a água do mar parecia obedecê-la,
uma cena inimaginável e inesquecível,
nem parecia que estava mais nesta terra,
por alguns instantes, sentir-me como se estivesse num paraíso
tanto que fez eu ignorar tudo a meu redor,
só queria vê-la, apreciá-la
de uma maneira verdadeiramente intensa,
entretanto, ainda restava um pouco de clareza, não queria assustá-la
e achei prudente não ir até ela,
por isso, talvez, eu ainda me arrependa,
mas espero ter a chance de reencontrá-la
e que eu possa finalmente conhecê-la
ou terei que me conformar
e tentar esquecê-la.
A MENINA DE B.H.
Verão... Noite... Tudo se movimenta...
O balneário se apinha de gente
Que anda na orla, irreverente
Na magia que a época ostenta!
Deparo-me com ela frente a frente...
No seu olhar o meu olhar atenta,
E um desejo intenso se sustenta
Na atração de anímica corrente!
Porém, passou num raio a estação...
Ela voltou prá suas Minas Gerais,
E o bardo retornou a sua lida!
Mas, a praia, o mar, as ondas e os corais
Permanecem, testemunhas que são,
D!um ciclo raro e mágico da vida!
Nelson de Medeiros
Marataizes/ ES janeiro/1997
Ela aprecia as músicas que conversam com o seu coração,
possui uma paixão declarada pela lua como se fosse a representação
da sua essência
por ter um ar de romantismo,
fases e encantos,
gosta da grandeza dos momentos vívidos de simplicidade
assim como um dia agradável na praia encerrado com a contemplação
de um lindo pôr do sol,
ama com todo fervor dar e receber abraços apertados com afetos,
portanto, é uma linda mulher feita
de amor.
A abundância da tua beleza prende com eficácia a minha atenção,
cada parte de ti é instigante,
imagino o teu corpo molhado
com as águas do mar,
tua face graciosa,
teus cabelos soltos,
teu olhar exultante
ao meu lado,
sentindo teus sentimentos flamejantes
num clima de verão na praia,
juntos num dia ensolarado
e sem nenhum tipo de perturbação.
Foste ousadamente inserida
neste momentoainda imaginário
graças a minha fértil imaginação.
O mar usa as forças de suas ondas
pra mostrar sua liberdade,
seus encantos,
pra chegar até a margem da praia
como se quisesse nos cumprimentar,
conectar-se com a nossa alma,
banhar-nos com bem-estar,
a sua desenvoltura nos acalma,
por isso que sentimos a vontade
de voltar.
AS POMBAS
Dez horas!
Sol quase a pino.
Pombas brancas voam em todas as direções.
Corpos seminus bronzeiam-se estendidos sobre esteiras.
Por toda a praia, contrastes com a espuma branca do mar.
Um colorido sem igual!
Crianças brincam e correm, chego a acreditar na bondade dos homens.
Busco o momento oportuno para arquivar esta cena numa foto sensacional.
Os guarda-sóis coloridos parecem em festa.
As pombas vêm e vão ou aproximam-se de uma criança que lhes atira migalhas de pão.
Este é o momento que eu queria!
Uma criança, o azul, o mar, as pombas, um quadro infinito de paz....