Praia
Resumindo
Na areia molhada da praia,
vejo a marca do teu pisar.
Nas ondas mansas do mar
vejo a luz do teu olhar.
Da brisa quente que sopra
sinto tua boca beijar-me.
És tudo que a isso abarcas.
És um amor para se amar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Limpeza d'alma
Caminho pela praia nua
numa manhã de chuva intensa
as águas escondem meus rastros,
minhas pegadas destes dias
em múltiplos tons de cinza
mas não apagam os meus anseios,
Caminho e liberto minh’alma
trazendo boas energias
Minha mente ficou ativa
e eu buscava todas as respostas
Muito mais leve eu fiquei
aguçando os sentidos.
Mesmo que meu pranto
ficasse misturado com as gotas de chuva
escorrem pelo rosto, deslizam
e limpam os sentimentos
São tantos erros que carrego
mas, dei um basta...
desejo simplesmente um novo começo
num reiniciar do meu HD
(DiCello, 14/08/2020)
Alegria depois dos bloqueios da liberdade de caminhar na praia.
Que esse dia com o litoral liberado para caminhar na areia, seja longo e renovador das minhas energias,
recarrega a minha alma com essa força do SOL para esse novo momento.
Transborda esse amanhecer iluminado de alegria em chuva de bençãos com prosperidade e abundância na minha vida.
"Você pode construir um castelo de areia na praia...No dia seguinte ele não existe mais, pois as ondas o desfizeram. Mesmo assim, você pode reconstruí-lo todos os dias e dizer que você tem um castelo..." (ROBERTO FALCHI MARTINS).
Não é apenas na areia da praia que fazemos castelos. Afinal, a felicidade não está nos lugares e sim dentro de nós.
"Compreendi que destruíra o equilíbrio do dia, o silêncio excepcional de uma praia onde havia sido feliz"
Se um dia eu virar um mendigo que seja de beira de praia, porque assim eu me alimento dos peixes e tomo banho da água do mar...
Praia limpa sem sujeira
Mar limpo sem dejetos humanos,
Mar que tanto inspira.
Mar, que se vê o ser humano que tanto suja tudo.
E ainda...
A vida resiste...
Em meio a sujeira do homem...
A vida tenta viver em meio a sujeira.
NATUREZA MORTA UM QUADRO DE AGONIA.
Celso Roberto Nadilo
Mário Loff começou a delinear, na cidade da Praia, o seu percurso académico através da História e do Património. Naturalmente, estes componentes encontram-se unidos e formam um todo praticamente indissociável quando se associam à Cultura. Este poeta Tarrafalense de raiz, alma e coração, é um verdadeiro crente na criação artística enquanto motor do desenvolvimento do património cultural.
Ativo na cena cultural do seu Concelho, sempre procurou contribuir para um ambiente dinâmico, criativo e inovador em todos os domínios das artes. Escreveu dezenas de peças de teatro, dos quais cinco foram encenadas no grupo teatral Komikus de Tarrafal no qual Mário Loff é o seu diretor. Certamente, a prática artística ao mais alto nível passa pelo interesse precoce pelo universo das artes do espetáculo e pela integração em organismos culturais. Por isso, concebeu o projeto “Despertar”, com o intuito de envolver os jovens Tarrafalenses e sensibilizá-los para a cultura. Esta iniciativa também tem o condão de se aproximar de públicos socialmente desfavorecidos, procurando a sua integração, também na componente artística da sociedade.
Professor e formador, de 2004 a 2006 e entre 2014 e 2015, Mário Loff assume como um ato de responsabilidade a divulgação da cultura. Assim, tem levado a cabo a produção da “Rádio Praça” na cidade de Tarrafal de Santiago que, para além do puro entretenimento, procura reforçar a cidadania enquanto promove livros e autores. É notório o incentivo à leitura, numa meritória campanha de informação e sensibilização, que ao promover o acesso às obras do património cultural, Loff procura incutir a qualidade na educação artística.
Entre o pensamento e a expressão, mostra a sua força criativa e perseverança na escrita. Contribuiu, em 2018, no livro de contos infantil “A viagem mais fantástica do mundo” da escritora Natacha Magalhães e para a comemoração do Centenário da sua cidade natal escreveu e ofereceu à sua cidade sete poemas. Participou em várias antologias como, por exemplo, a antologia dos poetas de Tarrafal de Santiago (que em parceria com jovens poetas foi o precursor), a antologia de poesia da língua portuguesa ”Mil Poetas”, a antologia “Palavras da Alma”, foi colaborador do boletim da Altas, onde é membro-fundador da Associação Literária de Tarrafal de Santiago e da qual é o atual presidente.
Em 2017 foi convidado pelo CITCEM e pelo DCTP da Universidade do Porto, no âmbito do Colóquio Internacional “A Glimmer of Freedom. Tarrafal - Silêncios, Resistências e Existências”, para contextualizar o Antigo Campo de Trabalho de Chão Bom e os seus presos políticos através de um poema da sua autoria.
Inquestionavelmente, Mário Loff é um poeta prismático e um ativista cultural que com o seu olhar crítico, centrado na comunidade, envolve e contextualiza os diversificados aspectos da sociedade e da cultura Cabo-verdiana.
Janeiro de férias
Férias de alegrias
Alegrias na praia
Praia quase deserta
Deserta pela violência
Violência, te peço, tire férias.
Eu quero ver os teus pés que afundam na areia da praia,
vindo em minha direção, correndo para um abraço.
Que o vento que bagunça os teus cabelos seja
substituído pelas minhas mãos, mas que eu nunca
tome o lugar desse teu universo particular, pois sei
que é a tua paz.
Quero ser um complemento da tua felicidade, não quero ser tudo.
Que você possa deitar em meu peito e dormir tranquila, como quem deita
sobre a grama olhando o céu limpo ou estrelado e sinta liberdade, mesmo
que por vezes sinta-se aprisionada ao meu amor.
Chega, deita e fica.
Por uma hora, por um dia, pra vida inteira que também pode ser um
instante eternizado em nossa alma.
MARAGOGI
Uma água assim tão clara
Não se vê em toda praia
Muitos peixes coloridos
Quem sabe até arraia
Se você for nesse mar
Eu digo posso apostar
Duvido que você saia
Certo dia eu andava
Na praia à beira-mar.
À noite olhei pro céu,
Lua estava a brilhar.
Fiquei tão emocionado
Que sonhei eu apressado
Numa nave indo pra lá.
"Verão"
Batendo a estrada em paralelos
Gastando as solas dos sapatos
Rumo à praia fluvial de Fornelos
Descendo por vinhas e socalcos.
Por estrada de frondosos castanheiros
Descendo por carreiros até ao rio Aguilhão
Que em dias de grande estio refrescam
Nossas caminhadas em tardes de Verão.
Sol escaldante em terras durienses
De verdejantes relvados bem tratados
Num ventre de águas transparentes
Em correrias de tilintares soluçados.
Espraiado em penhascos e vinhedos
Numa bela orquestra de cachoeiras
Por encostas e campos cultivados
Entre penedos e silvados de amoreiras.
Vou ali e já venho
Gastar as solas ao descer
Até à praia fluvial de Fornelos
E do meu mergulho tirar prazer.
Hei-de depois esticar-me ao sol
A bronzear-me na relva um pouquinho
A beber um ice tee fresquinho
Ou a comer um geladinho.
Quando o fim do dia acontecer
E a casa de novo regressar
Tentarei o prazer do luar
Na frescura da noite a passear.
Sabe estou aqui pensando como seria bom nos dois sairmos a caminha na praia a luz do luar, como seria bom bricamos de piquepega, deixar os problemas de lada, da um distraída na mente voltar a se sentir com criança que não tem que se preocupar com nada só se feliz, eu te amo muito, quero estar do seu lado a todos os momentos só quero que saiba que vc para mim e muito especial, sou grato por ter vc em minha vida poder te sentir a cada dia, quando vc diz que me ama, passa um filme em minha mente a qual nos encontramos do nada, olhamos um para o outro nos abraçamos com aquele abraço do início, e nos beijamos, cena diguina de um Oscar kkkk
Minha vontade e de te abraçar e nunca mais soltar por que necessito do seu colo, do seu beijos, do calor do seu corpo, preciso dos seus concelhos resumindo preciso de vc... te amo e sempre te amarei
Pois vc foi responsável por fazer o meu coração palpitar muito rápido e ter frios na barriga, me deixando sem reação em sua presença te amo muito
Assim.movida
Na areia da praia, numa noite prazerosa,
apreciando uma bela paisagem,
a Lua se mostra encantadora,
nem dá vontade de ir embora,
este momento deixará saudade,
certamente, irei guardá-lo na memória.
Viver ou morrer?
Há coisas que fazem
Minha solidão
Caminhar na praia
Sonhar no colchão
Eu já não sei o que fazer
Viver ou morrer?
Meu choro é sincero
Um chá pra dormir
Sem apologias aqui
Eu gosto de você
Mas gosto mais de mim
Caminhos que não se cruzam
E não tem fim.