Praia
Vais dormir em meus sonhos até que volte, até que teu adeus termine. Na praia da minha vida, tuas ondas nunca visitaram meu cais. Queira o tempo um dia apagar tudo, porque, num desses dias, o adeus pode ser meu, e ele te transformará na história que nunca foi escrita.
Ah! As mulheres!
Tão essenciais quanto a água fresca.
Tão lindas quanto uma praia virgem.
Tão românticas quanto o orvalho na grama.
Tão resistentes quanto um tronco de peroba.
Tão elas, tão nossas, tão tudo.
A positividade do nascer e o por do sol de uma praia mostra a beleza que flui na alma feita pela natureza.
Você já se perguntou o por que de Moisés ter recebido os dez mandamentos no deserto e não numa praia ou num lago? O que há no deserto?
NADA! E esta é a chave. Num deserto nada nasce ou cresce, tudo passa sem deixar marcas.
A lição é que devemos deixar a mágoa e a dor simplesmente passarem. Uma pessoa espiritual sabe que é a causa de tudo que lhe acontece e não o efeito. Ninguém pode lhe fazer nada, pois você mesmo criou sua realidade através de suas palavras e ações.
Quando você guarda rancor, ressentimento ou culpa, não vê que a essência de perdoar está no entendimento de que na verdade não há nada para ser perdoado. Ninguém tem culpa pelos seus problemas.
Tudo de negativo na sua vida é o efeito de uma semente negativa plantada anteriormente. A única maneira de remover essas sementes é deixar o passado para trás e confiar na Luz do Criador.
Enquanto a maré banhava a areia da praia, o Homem das Tulipas Holandês contemplava o oceano:
– Juntadora treplicadora envenenadora ocultadora reveladora. Repare nela subindo e descendo, levando tudo consigo.
– O que é? – Anna perguntou.
– A água – respondeu o holandês. – Bem, e as horas.
(Trecho do livro fictício "Uma aflição imperial, do escritor fictício Peter Van Houten)
GRANDIOSIDADE
(poeminha do amor de mãe)
Lamentar-se em pranto na praia
Não polui o mar...
Pois que toda aquela água
São tão somente lágrimas
De uma mãe que também chora
Na mesma proporção...
Do amor que tem pra dar.
CADELA ROSADA
[Rio de Janeiro]
Sol forte, céu azul. O Rio sua.
Praia apinhada de barracas. Nua,
passo apressado, você cruza a rua.
Nunca vi um cão tão nu, tão sem nada,
sem pêlo, pele tão avermelhada...
Quem a vê até troca de calçada.
Têm medo da raiva. Mas isso não
é hidrofobia — é sarna. O olhar é são
e esperto. E os seus filhotes, onde estão?
(Tetas cheias de leite.) Em que favela
você os escondeu, em que ruela,
pra viver sua vida de cadela?
Você não sabia? Deu no jornal:
pra resolver o problema social,
estão jogando os mendigos num canal.
E não são só pedintes os lançados
no rio da Guarda: idiotas, aleijados,
vagabundos, alcoólatras, drogados.
Se fazem isso com gente, os estúpidos,
com pernetas ou bípedes, sem escrúpulos,
o que não fariam com um quadrúpede?
A piada mais contada hoje em dia
é que os mendigos, em vez de comida,
andam comprando bóias salva-vidas.
Você, no estado em que está, com esses peitos,
jogada no rio, afundava feito
parafuso. Falando sério, o jeito
mesmo é vestir alguma fantasia.
Não dá pra você ficar por aí à
toa com essa cara. Você devia
pôr uma máscara qualquer. Que tal?
Até a quarta-feira, é Carnaval!
Dance um samba! Abaixo o baixo-astral!
Dizem que o Carnaval está acabando,
culpa do rádio, dos americanos...
Dizem a mesma bobagem todo ano.
O Carnaval está cada vez melhor!
Agora, um cão pelado é mesmo um horror...
Vamos, se fantasie! A-lá-lá-ô...!
Vi pela primeira vez na multidão
A praia foi a moldura da situação
Minha pele negra brilhava ao sol
Só em olhar
sentia vontade
só em piscar
sentia saudade
Decepção
mas que decepção
Ela segurou a bolsa quando me viu
Sua postura demonstrava uma insatisfação com a minha cor
Seu olhar me fuzilava sem pudor
E a minha alma nua
alvo das flechas da discriminação
Decepção
mas que decepção
Só porque o meu cabelo é rás’
minha mente é paz
Enfim a sexta-feira chegou para amenizar essa semana chata, cheiro de final de semana no ar... praia, sol, bons drinks e muitas risadas com os AMIGOS, quero mais o quê?
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
DE funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
com o poema do tempo.
1 As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram;
2 E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
(Os Lusíadas canto primeiro - 1 e 2)
Futebol se joga no estádio? Futebol se joga na praia, futebol se joga na rua, futebol se joga na alma.
Queria Ter noção de quantas estrelas á no céu, de quantos grãos de área á na praia, queria saber até onde vai o infinito, porque quem sabe assim, também saberia o quanto eu amo você.
Sou uma praia calma,
Um inverno rigoroso,
Sou a esperança de alguns,
Medo de outros,
Sou solto pelo mundo,
Sou jovem,
Não adulto.
Quero olhar no olhos
sonhar teu sonho
Correr pela praia
zelar teu sono
Amar eternamente
Viver intensamente
ao teu lado sempre...
Por um instante ele conseguiu imaginar-se passeando ao seu lado na praia todas as noites, em um futuro distante.