Praça
PÁSSAROS
"..os pássaros da praça cantaram
na tarde de sol. Levaram o seu canto
às folhas das árvores. E os galhos
abertos sorriram de amor.."
A vida é um teatro
A vida é uma graça
Parece criança na praça
Um sobe e desce danado
Que deixa a gente cansado
A escada da vida mais parece um tobogã
Gritos, gargalhadas, euforia
A respiraçāo falha
E caímos na malha da alegria
A tristeza faz parte
Mas podemos também compartilhar
Com quem se pode confiar.
Maria A. S. AVILA
Amo subir o morro até a praça da igreja de Nossa Senhora do monserrat.
Lá do alto tenho o Rio aos meus pés.
A visão do relógio da central do Brasil
marca uma hora qualquer
de um dia qualquer
de um momento único.
A menina de trança amarrada com fita pensa ser a dona do mundo.
Faz o sinal da cruz diante do altar
Abraça a árvore da praça
Faz do coreto um castelo.
Desce o morro contado casas e espalhando sorrisos
Essa menina de trança desce a rua onde mora entra em casa
com a alma carregada de sonhos reais e concretos.
Estava sentado num banco de uma Praça, observando que mães falavam e davam mais atenção aos seus cães do que aos seus filhos!
Vendo isso pensei: Alguma coisa está errada neste mundo!
Quem é traído se sente envergonhado. E quem trai tinha que ser exposto, em praça pública, como um otário.
Acordar cedo, gastar a sola na praça
Tipo coloquei no fogo uma panela com água e sal, o plano pra hoje é fazer massa
A vida é engraçada, ela brinca de gangorra comigo na praça e anda de mão dadas comigo quando acontece alguma desgraça.
Ressurreição
Naquela praça
Entreguei meus medos
Quietos
Em segredo
Esperei que me amasse
Amassado
Sem medo de perder a viagem
Oferecia-te tudo
O amor maior no mundo
Já não era dádiva dos deuses
(…)
Minha dor cativa
Logo
Tornou-se luto
E a carne
Já fria
Ganhou vida
Na igrejinha de São José.
Para Isac Silva do Nascimento, na Praça da Paróquia de São José;
Araraquara, 19 de novembro de 2021 (25 anos do autor).
"Eu realmente não me recordo, se estava quente ou frio.
Só me recordo daquela praça, nosso encontro, suspiro.
Lembro-me meu amor, de esquecer até o meu nome, quando vislumbrei a arcaica igreja e imaginei você saindo dali, de véu, comigo.
O pouco que me recordo, as vezes acho que é delírio.
Lembro-me do aconchego do abraço e da paz que me trazia, aquele seu sorriso.
Eu já me esqueci de viver, amada minha, e o fiz, pois, é só por você, que eu vivo.
Meu Sol, meu ar, meu girassol, meu lírio.
Quando a madruga vem, e me recordo de ti, percebo que, as nossas lembranças, poderiam ser tema de poemas, canções, mil livros.
Rogo, imploro, ao Logos, ao Cristo.
Um dia, um segundo, mil anos, você, comigo.
Lembro-me de tudo, dos nossos momentos, a ternura, os abraços pareciam-me abrigo.
As memórias são prisões, e os sentimentos, castigo.
Levou-me o calor da alma, e sua ausência só me deixou, o frio..."
"Praça sem árvores é o mesmo que uma casa sem teto, um computador sem internet ou uma estante sem livros. Precisamos de mais árvores nos espaços públicos."
O POETA DA PRAÇA DO FERREIRA
Em seu escritório instalado na Praça do Ferreira
O velho poeta ri do tempo
Tempo de delírio
Punhal que corta a carne branca
Da amada morta.
Vestido com seu paletó surrado
O velho filósofo
Com seu riso canalha
Caminha impune
Ao encontro de Dante
Ao meio-dia adormece em seus versos profanos
No final da tarde goza no céu infinito
A noite padece no inferno astral.
O velho dândi repousa no inferno de Dante
Alimenta-se do poema
Que se cala
No instante em que fala.
Absorve a tristeza
E o tempo perdido
Punhal traído
Corpo que padece
E por vezes entorpece os passos
E adormece nos bancos da praça.
No banco da praça nos conhecemos...
No balanço na árvore o primeiro beijo roubado...
Na rede nos amamos sem pudor...
De mãos dadas sorrimos.
Na cadeira de balanço descobrimos:
Tudo era apenas motivo para continuarmos juntos,
Era só isso que queríamos...
Cinismo -
Foi na Praça do Geraldo
que uma Moça se perdeu
encontrou o seu Amado
e aos encantos não cedeu!
Era pobre o tal Amado,
Ela rica, assim se diz,
contra aquele pobre coitado,
Porcos, Barahonas, Cordovis!
Não insistas nesse amor
não importa quanto andes
esta gente só traz dor
Cabras, Noronhas e Fernandes!
Até o Padre da Paróquia
que mal sabia d'zer o terço
vem à Praça fazer troça
do rapaz que não tem berço!
A Moça que era esperta
disse a Todos que era Crente
e mal viu a Porta aberta
fugiu logo desta Gente!
Pretensiosos Sociais
levam tanta rabecada
mas ficam sempre iguais
parece que não foi nada!
Há-de a história repetir-se
não haver a quem acudam
das bocas há-de ouvir-se
só os Nomes é que mudam!
Sonho que Vens
Caminho meu todos os dias
é pela praça andar, e lá estando
sempre espero, para ver
se te vejo por ela passar.
Às vezes horas fico a olhar,
nada de apareceres,
aonde será que estás?
Será que hoje não vens?
Ontem também não viestes,
não sei mais o que pensar.
Quando a ti não vejo,
fico inquieto, nervoso
logo quero te achar.
Por que assim fazes comigo?
Não sumas do meu olhar,
por mais que tentes,
sei que um dia sem que esperes,
perto de ti vou ficar, e então
juntos, de mãos dadas,
pelas praças do tempo,
comigo irás passear.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista.
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E