Praça
Ainda agora ia conversando com uma figura, um senhor boa praça, um cara incomum, gosto muito de gente incomum, que mexia com manutenção de geladeiras, dono de uma pequena oficina no bairro que conhecia, até então, só de vista, queria ver se ele conseguia um componente desse indispensável eletrodomésticos pra eu fazer uma fazer umas reciclagens em casa. Pois bem, chamou-se a atenção, particularmente, que essa figura ao longo do trajeto, saia cumprimentando e sendo cumprimentado por todo mundo , dando cordiais boa tarde, gentilmente elogiando o filhinho da jovem mãe, alertando as pessoas que descuidadamente caminhavam na via publica, sobre a aproximação de veículos, retirando folhas cheia de espinhos que encontrou, nessa hora até cantarolei trecho de uma conhecida canção do Roberto: "... toda pedra do caminho você deve retirar, numa flor que tem espinhos você pode se arranhar. Se o bem e o mal existem você pode escolher é preciso saber viver". Daqui pouco uma tábua com pregos, de volta sacos de lixo na via publica e tome cumprimentar o povo e ser cumprimentado, até comentei com ele que se candidatasse a vereador levaria, ele me respondeu que vivem lhe dizendo isso. Falante, bom de prosa, disse que nasceu em Itamaracá, que o pai era detento na prisão agrícola existente lá, três crimes nas costas. Que o mais importante na vida é isso, fazer amigos. - (Fábio Murilo).
Estando eu pela praça da matriz em Senador Canedo, entro, meio indeciso, na fila para comprar o almoço de três reais do restaurante popular. Depois de dez minutos, cheguei à boca do caixa. Com o dinheiro na mão, fui impossibilitado de comprar o Marmitex, porque estava sem máscara na cara. Então, saí sem fazer questão alguma e um pouco feliz até, pois a moça me ajudou na decisão de manter meu regime. Minha "gratidão" foi tamanha que nem tive tempo de observar se a moça atendente usava ou não o tal instrumento repressor. Sua atitude foi me suficiente para eu construir alguns conceitos. Já pensaram se eu dependesse unicamente desse restaurante para viver? Ontem almocei em um restaurante chic em Goiânia, entramos usando máscara, e depois todos deixamos de ser incoerentes, tiramos as máscaras para comer e sentir o cheiro da alimentação. As máscaras sempre caem no final. Os assuntos menos importantes, perdem para os mais importantes. Ou será se a máscara é o sinal da besta do apocalipse? CiFA
Sentado no banco da praça pensei por quantas flores eu já passei, notei a beleza do movimento das suas pétalas ocasionadas pela calma brisa, mas com pressa ou medo, talvez, não parei para sentir o perfume.
MÃE NATUREZA
Natureza....
Oh natureza....
No céu....
Na praça.....
Nos campos....
Mares e mantos....
Em florestas....
Você foi feita.....
E faz a festa....
Estrelas do mar....
Serena como o luar....
Natureza absoluta....
Passos em passos....
Clarão divino....
Sonhos vividos....
Nesse meu versejar....
No ar....
Tua fragância....
De flores que inebria.....
Desnorteia.....
E incendeia....
No fogo.....
Brasa dos vulcões.....
Chama do prazer....
Bendita sensação....
Tempestades...
Equilibra o planeta....
Meiga....
Rebelde e devassa....
Não há nada....
Quem possa,....
Não há nada...
Que te detenha....
Faz e desfaz...
A hora que achar...
Sem temer....
Mesmo corajosa....
Tem seu lado vaidosa....
Criação divina....
E inspiradora.....
Nasceu moldada para o amor.....
Amada natureza.....
És bela....
As vezes fera.....
Ah! Essa Natureza......
Impossível neste mundo...
Quem não admira....
Sua absoluta....
Grandeza....
Autor:José Ricardo
.
quem me dera
sonhar com os olhos abertos
me perder na multidão sem precisar voltar
sentar na praça durante um dia.
Dia dos pais
O dia ficou sem graça
Eu olho ao redor e só vejo folhas secas caindo na praça
Assim são as lembranças
Que minha memória perpassa
Parece que te vejo
Com o velho violão
Ou sanfona desafinada
Tentando fazer uma graça
Mãos calejadas, rosto queimado,
olhos azuis, trabalhador dedicado
Firme encaminhou seus 8 filhos
Com marcas de generosidade,
coragem, sem medo da realidade!
Pai,
rememora que nunca passa,
traço impresso na alma
Lembranças sagradas
Saudade danada
Sentado na praça
Os solitários sentam na praça sozinhos com seus pensamentos a deriva, naufragados no mar de problemas e amargurados pelas feridas do passado. Eu, sentado a praça observo cada um, há vários como eu, náufragos, procurando por salvação, mas sempre que eles escrevem S.O.S, estão sempre a afundar em sua solidão, porque a salvação de um solitário é sua própria reflexão.
Na calçada, na esquina, na ruela, na praça, na viela,
Seus elegantes meneios mais uma vez não me escapam,
Na praça Vinícius de Moraes,
O apostolo Paulo é testemunha escultural,
Na praça Vinícius de Moraes,
A paisagem é como um “Cântico”,
Na praça Vinícius de Moraes,
Tudo é “Cem por cento”
Na praça Vinícius de Moraes,
Não existe “Medo de amar”,
PÁSSAROS
"..os pássaros da praça cantaram
na tarde de sol. Levaram o seu canto
às folhas das árvores. E os galhos
abertos sorriram de amor.."
Fazia um tempo que não escrevia...
Sentei no chão da praça
Pra ver rostos e gente
E, de repente, a inspiração nascia.
É fascinante observar passos, gestos,
Rostos, sorrisos, olhares...
As mil e uma faces da humanidade...
Os tipos, os gostos, os jeitos...
São diversos e lindos...
Ver gente é apaixonante...
De fundo, um rapaz tocava Tim
E aí minha mente flutua...
Vagueia...
Dentre mil devaneios penso
Que dentre os rostos da multidão,
A gente escolhe só um pra amar...
Só um pra se apaixonar...
Só um pra pensar.
Não é incrível?
Dentre milhões de corações,
O nosso escolhe amar só um.
De fato, amar é divino...
É inexplicável...
E por ser incabível,
Finalizo aqui, desse jeito mesmo
Vendo o entardecer..
Deixo meus versos curtos,
Leves, suaves,
Só pra preencher minha mente...
Pensando em você.
No chão do Pelourinho, 11 de Outubro de 2021
A MENINA E O CACHORRO
Crônica em versos
Uma criança brinca com um cachorro
no meio da praça.
Na praça do Patriarca,
foi lá que eu vi.
Entre cinco e seis anos de idade,
tinha a criança.
Igualmente jovem era o animal.
A garota abraça, beija,
se desmancha em carinhos...
O cachorro retribui lambendo animado
o rosto da menina.
Os dois caem,
rolam no chão.
A menina ora por cima do cão,
ora por baixo.
Alguns pedestres param,
observam, riem, tiram fotos,
maravilhados com a beleza da cena.
Outros, apressados,
submersos em seus problemas,
incapazes de enxergar o mundo a sua volta,
passam sem nada perceber.
Uma mulher se aproxima,
Afaga a cabeça do cachorro.
A menina se levanta,
fica de pé, imóvel, séria.
Em sua seriedade,
o esboço de um sorriso enigmático,
quase imperceptível,
me fez lembrar Mona Lisa.
Com o olhar fixo na mulher
acariciando o pequeno animal,
a menina parecia esperar sua vez
de também receber carinho.
A mulher, no entanto, se levanta,
faz um último carinho no cão, arruma a blusa,
ignora a criança e vai embora,
diluindo o sorriso de Mona Lisa da menina,
que a acompanha com o olhar desapontado.
Eu, que a tudo assistia, pensei:
"Eh! Infelizmente é assim que nós estamos agora!
“Tende piedade da sabedoria, oh meu Deus, pois a ignorância tenta queima-la em praça pública.”
Giovane Silva Santos
Certa vez enquanto corria pela praça da cidade, na busca de desviar os pensamentos, acalmar os ânimos, fugir da rotina e cuidar do corpo; observando todas as pessoas pelas quais passei e as pessoas que por mim passaram. Vi casais de namorados, irmãos, grupos de amigos, senhoras conversando na calçada, um pensamento veio à tona: qual significado das pessoas que por nossa vida passam? E quando somos nós? O que de bom deixamos?
As respostas para essas perguntas talvez nunca sejam respondidas, não completamente, pelo menos, mas me faz refletir sobre a conexão de energias; são únicas. As pessoas que encontramos na balada, nas festas e bares, por exemplo, podemos até não lembrar de seus rostos no dia seguinte, podemos esquecer seus nomes depois de uns dias, e a sensação que essas companhias de uma noite deixam em nós é que nada tem a acrescentarem. A procura por alguém que se conecte conosco continua.
Nas noites que saímos em busca de diversão, saímos não só a procura de uma distração para o corpo, mas o coração em seus profundos sentimentos tem esperança de encontrar uma energia parecida com a que o faz pulsar, que estimule todas as suas reações químicas e biológicas e que faça seus impulsos elétricos disparar o nível de nossos batimentos, e os planos parecem falhos quando o que temos é apenas um sexo casual, essas pessoas que passam por nós, deixam o ensinamento de que nunca podemos esperar demais de quem nos enxerga como um produto que pode ser usado. Jamais voltamos a ser o que éramos, e a busca por se conectar com alguém que não use o nosso corpo, mas que desfrute do momento, continua.
Buscamos conexão nos interesses, nas perspectivas, nos pensamentos, quando nos conectamos com alguém, quando conhecemos alguém que se torna especial, que mesmo a distância deixa saudades, quando não dá notícias, sentimos falta daquele bom dia, da conversa até tarde, das músicas apaixonadas compartilhadas, as energias manifestam-se em nosso cérebro produzindo hormônios que caracterizam nossos sentimentos, entre eles o amor que toma conta do nosso corpo através da ocitocina.
Quando nos conectamos com alguém, aquele sorriso permanece gravado em nossa memória, podemos estar num mal humor danado, o dia pode não ter fluído bem, o momento pode não parecer oportuno e podemos pensar que tudo está contra nós, mas quando vemos aquele alguém, cuja nossa energia se conecta e faz nossa respiração ofegar, logo torna tudo tênue, o dia não parece mais tão terrível, a nossa memória afetiva daquele momento deixa tudo leve, como se todos os fatores que deram errado tivessem conspirado até aquele momento para dar certo, e aquele sorriso, aquele maldito sorriso nos leva a crer que nada foi tão ruim. Aquele abraço nos faz perder as horas e queremos continuar acariciados naqueles braços ouvindo aquelas palavras reconfortantes de como foi bom nos ver.,
A busca pela conexão exerce em nós o papel da auto aceitação, não negligenciarmos a nós mesmos recebendo menos do que merecemos com relações rasas que nos depreciam, não podemos ser a opção de final de festa, ou a segunda opção de alguém que está carente, a busca pela conexão é encontrar uma energia em que o nosso interior se sinta calmo quando abraçado, que nosso corpo entre em êxtase quando tocado e que tão somente os dois distantes, separados por umas centenas de quilômetros tenham respeito um pelo outro, conectados e leiais as suas convicções, ao que sentem um pelo outro, sinceros e puros com os sentimentos alheios, que devemos ter cuidado.
Quando as energias se encontram conectadas, é sinal de que ambos estão dispostos a seguir. Não se preocupar com as incertezas futuras é natural, pois sabe-se que um está em defesa do outro, que passarão pelo que vier juntos, pois as energias são compartilhadas, o que afeta um, acaba afetando a todos, pois no amor, as relações que ocorrem são intensas, emotivas e devem ser levadas em consideração sempre, a conexão é a certeza de que em meio as intempéries que acontecem os dois podem passar juntos por qualquer situação.
Kaspar Hauser
Quem é você e quem somos nós
Entre as dálias e os girassóis
Espera a praça com as nossas dores
Os chafarizes, as luzes e as flores
Um viajante nunca espera a noite chegar
Mas descansa o nobre descanso dos nômades
Ciganos
Vim te buscar, com sede e suor
Não chora Kaspar
Esse brilho frio de guilhotina suspensa em segredo no ar
Qual segredo estaria entre nós, cigano
E o que você esperava encontrar, campos verdes ao sol
Verdes mares ao sul,
Mas a paisagem mudou a paisagem, a paisagem mudou..
a paisagem
Aprendemos tecer nossas teias sem fim,
nossas celas escuras e os olhos assim, tão brilhantes
tão frios, vazios e ausentes
E o que eu vou enxergar e o que você vai ver
O que vou enxergar e o que você vai ver, lá fora
Arco-íris distante na tarde cinzenta e a sombra de um muro
Caindo bem devagar, cigano
Vim te buscar, com sede e suor
Não chora Kaspar
I´m lonesome boy
I´m lonesome boy in your city
Cinismo -
Foi na Praça do Geraldo
que uma Moça se perdeu
encontrou o seu Amado
e aos encantos não cedeu!
Era pobre o tal Amado,
Ela rica, assim se diz,
contra aquele pobre coitado,
Porcos, Barahonas, Cordovis!
Não insistas nesse amor
não importa quanto andes
esta gente só traz dor
Cabras, Noronhas e Fernandes!
Até o Padre da Paróquia
que mal sabia d'zer o terço
vem à Praça fazer troça
do rapaz que não tem berço!
A Moça que era esperta
disse a Todos que era Crente
e mal viu a Porta aberta
fugiu logo desta Gente!
Pretensiosos Sociais
levam tanta rabecada
mas ficam sempre iguais
parece que não foi nada!
Há-de a história repetir-se
não haver a quem acudam
das bocas há-de ouvir-se
só os Nomes é que mudam!
Sonho que Vens
Caminho meu todos os dias
é pela praça andar, e lá estando
sempre espero, para ver
se te vejo por ela passar.
Às vezes horas fico a olhar,
nada de apareceres,
aonde será que estás?
Será que hoje não vens?
Ontem também não viestes,
não sei mais o que pensar.
Quando a ti não vejo,
fico inquieto, nervoso
logo quero te achar.
Por que assim fazes comigo?
Não sumas do meu olhar,
por mais que tentes,
sei que um dia sem que esperes,
perto de ti vou ficar, e então
juntos, de mãos dadas,
pelas praças do tempo,
comigo irás passear.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista.
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Évora tão perto -
À quina do Geraldo
na Praça dos Poetas
situa-se a Igreja de Santo Antão!
A Fonte e as Arcadas,
as calçadas tortuosas,
tudo cheira a solidão ...
E há pombos nos beirais
que voam de mão em mão,
há esplanadas soluçantes
que dão assento por ali,
ao corpo, ao coração,
ao cansaço dos passantes ...
E cai o Sol sobre a Igreja!
Entardecer meigo e doce
nesta terra de suavidade ...
E ninguém leva o que trouxe
pois na Praça da cidade
nada é como se fosse!
E seja sonho ou realidade
há magia ao Luar
quando desce a luz da Lua
e passe quem passar
sentirá quanta saudade
há nas pedras pela rua.
É que aqui parou o tempo!
Cada rua é um deserto
cada canto uma demora
e o desejo é imenso
pois quem tem Évora tão perto
nunca mais quer ir embora ...