Praça
Espero que um dia eu possa sentar num banquinho desses de praça e tenha a tarde inteira como testemunha dos meus sorridentes flashs de memória de uma vida realizada.
Vida essa que eu tive o prazer de compartilhar com uma Mulher que sempre soube como transformar um momento qualquer, na parte mais feliz do dia em cada um dos seus ínfimos detalhes, ainda que por vezes ela nem fizesse ideia disso.
Que no decorrer deste diálogo gostoso entre a saudade e a gratidão, possamos rir com gosto, dos tantos tropeços que feriram os nossos pés mas não nos impediram de continuar caminhando juntos, lado a lado, como se a menor possibilidade de afastamento resultasse num provável tombo pela falta de uma parte de nós mesmos que coabita a existência alheia.
Que a cada dia possamos olhar nos olhos do outro e perceber que continuamos sendo a trilha sonora que embala nosso melhor sorriso-cúmplice. E que ele jamais permita que as amarguras externas nos tirem a alegria de ver no outro, a razão para sempre agradecermos por mais um despertar com aquela voz gostosa promovendo os risos sempre tão soltos e leves.
E que tenhamos, apesar dos dias cinzentos, a certeza de que valeu a pena ter acreditado, um dia após o outro, que estivemos sempre no lugar exato. Que o nosso sim foi o responsável por hoje termos consciência de que o tal final feliz, talvez seja apenas o seguir em frente, quando tudo parece estar por um fio, mas logo retoma sua estabilidade e consistência, porque permanecer é coisa de quem não tem medo de ficar.
"E sempre que estou voltando
pela praça, espero te ver.
Olho por todos os lados, na espe-
rança de te encontrar.
Não precisaria nem falar com você,
só te ver, saber que está bem, me
deixaria um pouco feliz, mesmo que
por um segundo.
Mas ao mesmo tempo é triste o fato
de que você é feliz sem mim. Sei que
estou sendo egoísta, mas ver que você
está melhor sem mim me deixa triste.
Quero seu bem, que você seja feliz...
Mas custa ser feliz do meu lado?"
A solidão da praça
Como todas as praças há um busto de olhar sério com ar de tristeza. Quase ninguém percebe sua biografia. Aquele busto respingado de fezes de pombo no centro da praça deserta pode parecer triste, porque a praça já não encanta tanto como antes. E os jovens das jovens tardes de domingo, e os beijos roubados os beijos de namorados no coreto. O coreto já não abriga mais o recital das poesias a fala teatral nem é mais palanque de protesto. O coreto também está mais triste, nele só há respingado de fezes de pombo. Por conta de umas redes sociais e de jogos mortais, não se abraçam, não se ouve vozes, nem se vêm, nem sentem calor humano. As crianças já não brincam que triste fim da grama e da areia da praça que ficou tão alheio.
PAPIRO VIRTUAL
Ando tão calado pelas ruas do universo
Meu verso contido tem sede de ti
Na praça do mundo sou poeta mudo
Cansado e querendo sempre prosseguir...
Somente te olhando em silêncio choro
Choro e, amo-te para além de mim
Num mundo de loucos sem alma e sem letras
Quem desejará conhecer algo assim?
Quem tempo perderá para ler meus devaneios,
Que em forma de versos tão pouco falam de mim?
Por muito que falem precisam ser lidos,
Ouvidos, sentidos para não ter fim...
Neste caos moderno, inferno civilizado
Aldeia global de multidões perdidas
Solidão acompanhada é hoje rotina
Pras tantas retinas secas e opacadas...
Quantos compreendem a dor do poeta?
Que verso se faz, em tal cenário vil?
Mas só posso ser aquilo que sou...
E sendo o que sou...
Solto meu verso febril!
Agora destilo meus versos contidos,
Em dias intensos de trabalhos sem sentido
Nas veias virtuais da rede global,
Me lanço voraz com pena e papel
Para aliviar todo o desejo reprimido!
Se praça, acho graça... se prédio, acho tédio... mas se pro cinza não há remédio mesmo ranzinza sigo na raça !!!
O palhaço poeta
Pobre palhaço cheio de graça
Anunciando o espetáculo no meio da praça
Faz palhaçada
Leva o povo ao riso
Jogando palavras
Por puro improviso
É metáfora, metonímia e ironia
Seu pequeno espetáculo composto de eufemismo
Mas o palhaço se entristece por ver tanta alegria
Por lembrar que no fim da noite escreverá mais uma poesia
Rasgará sua alma e colocará no papel
Toda dor que esconde atrás dum sorriso.
Mineiro,
de tão boa raça, de tão boa praça
que acolhe os visitantes numa tarde de domingo.
Mineiro,
dedos na terra; olhos na água.
Arrasta sotaque, mineiro,
e faz caseiro, o pão de queijo.
Mineiro,
de cobrir pelos eriçados alheios,
que se faziam congelados; fria é Minas.
Do feijão tropeiro, guarda metade para os forasteiros.
E ósculos de mineiro? É bom?
Mostra pra mim, mineiro.
A PRAÇA
Fábio P. Oliveira
As mãos estendidas tapando o sol...
As lágrimas escorrem pelo rosto triste daquele garoto sozinho
Música triste tocando por todo lado!
As nuvens negras escondem o sol e o vento carregado de fúria sopra...
As folhas secas dançam acompanhadas pelos vários papeis amassados escrito “aquele nome”
No banco da praça o garoto escreve...
Sua camisa xadrez marrom e camiseta branca
Sua calça jeans
Tênis velho e muita tristeza...
Seu olhar é distante...
Ele fala de Izadora e não para de escrever sobre “ELA”
Sua tristeza é sua alegria...
Izadora...
Logo estaremos só outra vez no vazio das almas!
Ele escreve na certeza de poder encontra-la
Ele escreve...
A noite se aproxima com várias vozes
Ele se levanta
Aponta no céu a mais bela das estrelas dizendo seu nome em voz baixa
Sussurra sua dor aos ventos que o cerca
Suas lágrimas descem
Seu coração sofre
No banco deita imaginando o silêncio e sua forma
Sabe que izadora o persegue sua dor é sua alegria...
Izadora fala,
Você...
Doce poeta que me dá forma e amor
Sinto seus pensamentos e suas tristezas
Sou seu silêncio
Passo por você em varias formas...
No toque do vento
Na dor da palavra
Na solidão
Nas conversas eu sou o nome que sai da sua boca
Sou a espada cravada no seu coração
Amor, dor, tristeza, ódio e paixão.
O pombo traquino
Ao sentar no banco da praça vejo pessoas ao passar e a hora do rush.
Estressados urbanos algemados ao tempo começam a delirar.
Urbanos fardados, engravatados e sufocados
Passam com sua tirania e nem dão bom dia.
Escravos urbanos triste filosofar.
Até que vejo o pombo traquino...
E pressinto que vai aprontar...
De cima da Igreja o pombo traquino escolhe sua presa.
O premiado é?
O urbano estressado...
Eu bem humorado prestigio o show do espetáculo...
Do pombo traquino...
No melecado Urbano que ficou ainda mais estressado...
BANCAR
Eu banco
No banco
Da praça
Do dinheiro
Eu banco
No banco
Sou bobo
Sou tolo
Eu banco
No banco
Jogo
Aposto
Eu banco
No banco
Amo-te
Quero-te
Eu banco
No banco
Recito
Choro
No banco
Do carro
Quero-te
Apenas
Psvcta
Agora
Sempre
Banco-te
Amo-te
André Zanarella 23-12-2012
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4620019
Eu e meu pai sentávamos no banco da praça e olhávamos a lua e as estrelas. Ele me falava de sua infância sofrida, das coisas boas e ruins da vida.
1998
Estava com saudades de casa, daquela mesma praça. Corria sem fim, me imaginava em lugares diferentes, no meio daquelas árvores eu era uma viajante, subia e ficava admirando e ouvindo-as cantarem. Sentia-me livre, estava no meu mundo e não me importava com mais nada além das minhas próprias histórias.
Usava um vestido azul claro e ficava descalça com os cabelos desarrumados.
Gostaria de voltar ao tempo, mas agora só posso fechar os olhos e me imaginar lá. Saudades de uma infância duradoura.
"Quase toda manhã, compro um café e sento na praça para apreciar as pessoas. Elas são engraçadas, passam correndo, gesticulando, falam alto ao telefone, meio lesadas. Não parecem possuir sentimentos muito menos problemas. São máquinas auto destrutivas e, de certa forma, isto me transmitia segurança, alívio e até receios. Os imaginava em um tabuleiro de xadrez. Os enamorados são as primeiras peças eliminadas. Eu os repudio. Essa felicidade genérica em suas expressões é tão momentânea e superficial. Excepcionalmente hoje, observar os pássaros parecia-me imensuravelmente mais interessante. Observem-os. Tão livres e coloridos, o maior de seus problemas é migrar no inverno para um lugar tropical.
Ah o calor!
Contudo, a parte mais aguardada era às 10hs, a saída da ruiva misteriosa da livraria, tão bonita e despreocupada. Se a mesma fizesse parte do jogo, certamente seria a rainha, ao julgar pelo livro de Jack Kerouac apertado entre seus braços. Da loja até a esquina mais próxima, ela desfilava uns cinco metros, parecia tão decidida e firme. Eu gosto de admirá-la, como um irmão, um avô, até mesmo como o pai dos seus filhos. Eu poderia esbarrar nela propositalmente e elogiar sua escolha literária, perguntar se passou pela prateleira dos livros menos procurados e encontrou o meu por lá. Arrumaria um emprego na livraria e a indicaria Bukowski, colocando um bilhete entre as páginas, tal qual sendo um convite para jantar. Em meia hora de conversa, ela me acharia um cético fanático, mas iria rir sobre minha forma de ver o mundo e soltaria frases de Nietzsche para que nossos assuntos entrassem em sincronia. Nos viciaríamos um no outro. Ela me conheceria bem e eu decoraria o aroma que ela traz. Entretanto eu sempre ansiaria o fim. Quem sabe a ruiva era uma engenheira ou professora, será que se importaria em casar-se com um escritor falido e sem ideias? Eu ficaria cego por seus encantos e até arriscaria compor o poema amoroso mais babaca, todavia o mais apaixonado que poderia ser feito.
Mas qual é a cor daqueles olhos?
Podem ser aquele tipo de arco-íris fatal, um carnaval tão convidativo, tão belo... Armadilha tão tentadora. Quem sabe se ao invés de ficar bebendo nas madrugadas de insônia, eu a observasse dormir. Quantas aleatoriedades levariam-me a arrastá-la ao melhor restaurante, ajoelhar-me diante dela e falar durante dez minutos sobre o quanto a admiro, persistindo na certeza de que a tal ruiva é sim o meu amor pra vida inteira.
Mas como se nem ao menos sei o nome dela?
Ainda desconheço o melhor método de indagar alguém. Qual é a melhor forma de tentar uma aproximação imediata se eu não gosto de apertos de mão e beijinhos no rosto me deixam nervoso? Reflito por mais alguns minutos e percebo a inutilidade de todo este esforço.
Poderíamos brigar, eu sairia bravo, poderia sofrer um acidente. Posso passar mal e descobrir que tenho apenas alguns meses de vida.
É. Não vale a pena tentar montar esse quebra-cabeças de cinquenta mil peças.
Existem pessoas que despertam nossos interesses, sentimentos confusos, estranhos. Convive-se com ela por um determinado período e é obrigado a admitir que o cachorro é sim o melhor amigo do homem. Passa um tempo, sofre-se o suficiente até chegar ao extremo de conhecer outro alguém. É o ciclo interminável da incapacidade de ser só. O medo maior é morrer sozinho, mas é sempre assim. Tenho que me acostumar com despedidas, trens partem o tempo todo, assim como os pássaros que acabam sempre voltando aos ninhos. Não importa o que aconteça, eu estarei toda manhã sentado na praça com o meu café amargo, contemplando o retrocesso humano.
Até o dia do xeque-mate..."
"Pra-lá e pra-cá encadeando movimentos e ritmos aflora o dançar".(Educabilidade Corporal/ E.Avelino).
A Praça.
Hoje eu acordei com saudade de você
Beijei aquela foto que você me ofertou
Sentei naquele banco da pracinha só porque
Foi lá que começou o nosso amor
Senti que os passarinhos todos me reconheceram
Pois eles entenderam toda minha solidão
Ficaram tão tristonhos e até emudeceram
Aí então eu fiz esta canção
A mesma praça, o mesmo banco
As mesmas flores, o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste
Porque não tenho você perto de mim
Beijei aquela árvore tão linda onde eu
Com meu canivete um coração desenhei
Escrevi no coração meu nome junto ao teu
E meu grande amor então eu jurei
O guarda ainda é o mesmo que um dia me pegou
Roubando uma rosa amarela pra você
Ainda tem balanço, tem gangorra, meu amor
Crianças que não param de correr
Aquele bom velhinho pipoqueiro foi quem viu
Quando envergonhado de amor eu lhe falei
Ainda é o mesmo sorveteiro que assistiu
Ao primeiro beijo que lhe dei
A gente vai crescendo, vai crescendo e o tempo passa
E nunca esqueci a felicidade que encontrei
Sempre eu vou lembrar do nosso banco na praça
Foi lá que começou o nosso amor
Gente
Um velho sentado na esquina, um outro jogando dominó na praça, uma senhora com sua neta no parque, uma moça pegando ônibus pra trabalhar, uma criança pedindo esmola, um filho da rua, um cachorro largado, um palhaço no sinal, cores apagadas, o cinza da cidade. Meu pai, minha tia, seu primo, nosso avô, seu irmão, nosso amigo, sua mãe, minha avó, minha filha, sua sobrinha, uma roda de conversa, a cor dos seus olhos, tua voz, meus trejeitos, violão tocando poesia, amor na ponta da língua.
Tudo se move ao mesmo tempo, se interliga e passa por nós de uma só vez. Vai, volta, passa de novo, se mostra, remexe, mistura e por pouco, quase que tudo se junta numa coisa só. Quase. E é por esse quase, que nem tudo nos marca.
A gente passa na rua, vê gente aqui e ali: não guarda. Vi o rosto de um, não sei o nome do outro. A senhora que me pedia esmola, ficou na calçada; não tinha rosto, ficou pra trás no retrovisor. Mais de seis bilhões de pessoas no mundo e nem quinze chegam a nos marcar de verdade. Chega a ser engraçado a quantidade de gente que só passa por nós, sem nos acrescentar nem ao menos um "bom dia" ou uma lembrança.
Mas também tem aqueles que nos marcam por toda uma vida. Tem gente que a gente nem tem o direito de escolher, mas vai estar sempre ao nosso lado. Tem gente que a gente só olha, e já sabe que ali vai nascer uma amizade que vai durar muito tempo. Tem gente que é fácil de ser cativada. Tem gente que nos ganha pela dificuldade de conquistá-la. Tem gente que é chata, mas que mesmo assim, a gente gosta. Tem gente que só dá uma palavra, e já nos conquista. Tem gente que parece que guardou as melhores palavras pra saber como nos cativar. Tem gente que nem fala nada, mas nos ganha com um sorriso. Tem gente que chega de repente, arruma um pedacinho no coração da gente e se instala por lá mesmo, como uma raiz que a gente não consegue – e nem quer - arrancar. Também tem daquela gente que arruma um canto dentro da gente, e bem de mansinho, vai embora. E vai tão de mansinho, que a gente só percebe quando a saudade já está nos rasgando por dentro.
Saudade.
É só aí que percebemos quando alguém nos marcou. O que marcou, ficou; e isso, não será esquecido enquanto houver esse sentimento quente e inquietante dentro de nós.
Saudade de cada frase perdida entre duas bocas, da sua cor vista em teus olhos, daquele livro que lia quando pequeno, de uma música, de um verso dito inapropriadamente, de um erro, de uma saudade, de uma pessoa, de surpresas, da verdade, da sinceridade, do amor, de uma cor, de uma foto... Saudade é tudo aquilo que um dia chegou pra nós, e, por sorte - ou não -, ficou preso em cada pedaço nosso.
Havia um casal sentado no banco da praça. Fiquei intrigado com aquela conversa... Ora riam, ora choravam... A curiosidade é algo forte em mim, pois já sou um velho que joga pão aos pombos, e os velhos são invariavelmente curiosos... Que surpresa eu tive ao descobrir que o jovem casal ria alto por puro prazer da companhia um do outro. Alegria tão forte que descrevo como ‘magia’. E que no momento seguinte, choravam por saberem que ficariam separados por um longo tempo... Desfecho triste? Não. Amor verdadeiro sempre vale à pena.
Moro perto de uma grande praça, aqui é frio, arrogante e calmo
Não me situei com datas, nem horários
Já deve ter percebido a minha rotina de tantas cartas atrás
Parece que do papel o nosso amor não sai mais
Estranho pensar que quando receber essa carta, talvez irá chorar ou rir de mim, por mim
Apenas se sinta no direito de algo sentir.
A praça de guerra que se tornou Copacabana hoje , demonstra que só a igreja pela oraçåo pode mudar realmente esta realidade Vamos orar !